Batman e o sentido do herói
O novo filme “Batman - O Cavaleiro das Trevas” tem bom roteiro, é um filmão.
Porém, deixa um final de filme enigmático: foi certa a atitude do Batman, ao
assumir as dores de Duas-Caras e pedir para olhar o seu lado heroico e
lembrá-lo pelo seu grande feito e não seu outro lado criminoso e assim, não
deixar o Coringa vencer? Primeiramente, devemos discutir uma coisa: a
sociedade, a humanidade precisa de heróis, mas, por quê? É o seguinte, os
formadores de religiões, considerados avatares pela teosofia,
procuram serem exemplos vivos da mensagem que vem deixar ao mundo e
acabam por formar religiões. Buda, Maomé, Jesus, Apolônio de
Tiana, Zaratustra, Krishna, Moisés, Confúcio, Lao-tsé,
Hermes Trismegisto, Orfeu, Noé, dentre outros, foram todos
avatares, homens perfeitos que vieram a Terra com uma missão: religar os
homens a Deus. Porém, esses homens estão
muito distantes de nós e para nos aproximamos deles, precisamos dos heróis,
que não são perfeitos como um avatar, mas estão acima de nós.
Eles são uma espécie de ponte entre nós e os avatares. Tem os mesmos erros que
nós, humanos, mas tem qualidades tão amplas como a de um avatar. Os
super-heróis, que são próprios das histórias em quadrinhos, tem superpoderes,
próprio de um mundo fictício hoje. Porém, parafraseando Nietzsche, quando menos
se espera, os superpoderes podem aparecer no super-homem (que Nietzsche
descreve que é o herói que Zaratustra tanto procura no livro “Assim Falou
Zaratustra”).
Batman escolheu ser um cavaleiro das trevas e deixar um herói para a
cidade de Gotham que é o Duas-Caras, o promotor que prendeu centenas de pessoas
envolvidas com a máfia, porém que a cidade de Gotham só conhece uma cara do
Duas-Caras. Porém, Batman não pode se esquecer de que ele, Batman, é que é o
verdadeiro herói. Foi ele que trouxe o contador chinês para Gotham usando sua
tecnologia que é os seus superpoderes, o que o diferencia de todos os
outros super-heróis de quadrinhos. Hoje, vemos muitos poderosos usando o dinheiro
para o mal, a tecnologia a serviço do mal, Porém, Bruce, que é o Batman, a
utiliza para um sentido nobre: manter limpa sua cidade da bandidagem. Parafraseando
Nietzsche, “o super-homem (o herói) é uma corda atada entre o homem
e o divino.” E essa frase tem muito haver com o Batman do filme: O Cavaleiro
das Trevas, aquele que ver nas trevas, ver com mais facilidade a corrupção em
volta.
Autor: Victor da Silva Pinheiro
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