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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Relatos sobre Geografia Agrária – Parte 3



Relatos sobre Geografia Agrária – Parte 3


VI Simpósio Internacional de Geografia Agrária
VII Simpósio Nacional de Geografia Agrária
I Jornada de Geografia das Águas

João Pessoa, PB, Brasil
22 a 26 de Setembro de 2013
Universidade Federal da Paraíba – UFPB



Trabalho de Campo no Brejo Paraibano

Numa turma de dezenas de alunos, professores e curiosos, formos todos para o Memorial das Ligas Camponesas, em Sapé, que era a antiga casa de João Pedro Teixeira e sua esposa Elizabeth Teixeira e família. As Ligas Camponesas cresceram mais na Paraíba, mais especificamente na cidade de Sapé, onde chegou a ter 12 mil membros. Elizabeth Teixeira falava até de 16 mil membros, segundo o orador que nos recebeu no Memorial. João Pedro Teixeira, Nêgo Fuba e Pedro Fazendeiro foram importantes líderes da liga assassinados por causa da luta pela terra. Pedro Fazendeiro não tinha fazendas, recebeu esse nome por que fazia um tipo de tecido diferente. João Pedro Teixeira sempre incentivava seus filhos a estudarem. Ele sabia que o futuro estava nos estudos; e foi ele alfabetizado pela esposa. Ele foi assassinado perto de casa, caindo sobre livros, uma ironia, já que ele via o futuro nos estudos. É considerado um mártir da causa agrária.
            Com relação às Ligas Camponesas, essa ganhou proporções tamanhas que JK, nosso ex-presidente Juscelino Kubitschek quis conhecer as Ligas. Dizem até que o presidente dos Estados Unidos da América, John Kennedy, também planejava conhecer de perto as Ligas, planejava ele visitar o Nordeste do Brasil. Depois do Golpe de 1964, o Golpe Militar do Brasil, as Ligas Camponesas foram arrasadas pelos militares. Onde este governo ditador fez até campanhas para deturpar a imagem das Ligas Camponesas. Golpe Militar articulado também pelo governo dos Estados Unidos da América, como bem mostrou o documentário “O dia que durou 21 anos”. Articulou o governo dos Estados Unidos a ditadura brasileira com o pretexto de evitar o avanço do comunismo na América Latina.
Com relação ao assassino de João Pedro Teixeira, ele era suplente, de um suplente, de um suplente de deputado. E cada um foi renunciando até chegar a ele, o assassino, e assim ele assume como deputado e tem imunidade parlamentar. Elizabeth ao ser presa depois de assumir a liderança das ligas, como já disse, por um milagre ela não morreu, talvez por que tenha sido presa pelo exército e não pela polícia civil. Pois, Nêgo Fuba e Pedro Fazendeiro também foram presos e soltos, como Elizabeth, porém, eles foram presos pela polícia civil, e logo depois da soltura deles, foram mortos. Ouvi ainda o orador falar que até hoje muitas pessoas da comunidade em volta tem receio de falar sobre o assunto, talvez por medo herdado da época da ditadura militar. Em volta da casa de Elizabeth, aconteciam às vezes tiroteios, e com a prisão de Elizabeth, mais o terrorismo psicológico dos tiroteios, fizeram a filha mais velha dela se matar.
Em volta da casa ainda existe uma comunidade que precisa de melhorias. Lembrou os oradores que não adianta tombar a casa como Museu, Memorial, e receber turistas de outros países, se a comunidade em volta não melhorar. A comunidade em volta tem que ter melhores condições de vida. Há décadas atrás, trabalhadores chegavam a trabalhar de graça, e de insatisfações como essas, nasceu as Ligas. Uniu a esse movimento o carisma de um líder, João Pedro Teixeira, que arrastou multidões de trabalhadores rurais. Segundo um dado fornecido na conversa, por volta de 3500 lideranças camponesas foram assassinadas no início da ditadura militar.
Qual foi o legado das Ligas? Trouxeram relativo desenvolvimento a Sapé, por influência das Ligas, há bancos lá, e foi construído um hospital. E atualmente está em encaminhamento o surgimento de uma escola agrícola.

                                                           (...)

À tarde formos a um lugar entre as cidades de Duas Estradas e Serra da Raiz, conhecer o Engenho Imaculada Conceição, onde se produz a cachaça Serra Limpa. O dono, e seu filho, fazem um trabalho diferenciado dos outros engenhos, desde o corte da cana, do trato com os bois para trazerem a cana, da higienização, do cuidado com os trabalhadores, tudo é detalhadamente pensado para priorizar não a quantidade, mas a qualidade. Ele aprendeu isso depois de longa conversa com um especialista na área há anos atrás. Tornando assim um Engenho diferenciado. Por causa desse preparo diferenciado da cachaça Serra Limpa, a torna uma das melhores cachaças de todo a região, e talvez até do Brasil.
Nessa viagem conheci gente de outras regiões do país e até de fora do Brasil, como do Paraguai e de Moçambique. Todos faziam parte do trabalho de campo e estavam participando do Simpósio Internacional de Geografia Agrária, o Singa 2013, na UFPB – Universidade Federal da Paraíba.

Autor: Victor da Silva Pinheiro




terça-feira, 24 de setembro de 2013

Relatos sobre Geografia Agrária – Parte 2

Relatos sobre Geografia Agrária – Parte 2


VI Simpósio Internacional de Geografia Agrária
VII Simpósio Nacional de Geografia Agrária
I Jornada de Geografia das Águas

João Pessoa-PB, Brasil, 22 a 26 de Setembro de 2013
Universidade Federal da Paraíba – UFPB


Na década de 1970, incentivos pelo governo federal ocorreram para que fazendeiros ocupassem a Amazônia, e assim, levar o “progresso”. Só que esse grupo de fazendeiros entrou em conflito com os trabalhadores locais, os povos da floresta, como os seringueiros, que por já viverem e trabalharem ali por muito tempo, tinham o direito ainda permanecerem lá. Os fazendeiros conseguiram a terra pelos cartórios, que ignoraram os nativos, então houve o conflito. Ocorreu o apoio da teologia da libertação aos nativos trabalhadores, os seringueiros. O movimento dos seringueiros, os povos da floresta, surgiu para evitar a expulsão dos povos da floresta. Esse movimento simpatiza com o MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Dentro desse movimento dos seringueiros, se destacou um líder: Chico Mendes. Ele é considerado um mártir desse movimento.
Qual o desafio atual para esse tema? Levar o progresso a Amazônia respeitando a terra e a tradição dos seringueiros. A floresta tem mais a nos oferecer estando de pé e não desmatada. Os povos da floresta, incluindo os índios, utilizam a caça e a pesca. Como disse, a Floresta Amazônica pode oferecer a sociedade curas para muitas doenças. É preciso para isso internacionalizar a luta dos povos da floresta e fazer com que a floresta fique de pé.

Questão agrária

Há 3 bilhões de pessoas que sofrem alguma deficiência alimentar. ¾ das pessoas subnutridas são do meio rural. Milhares de pessoas foram assassinadas em conflitos fundiários nas últimas décadas no Brasil. Temos que incentivar a cultura de alimentos orgânicos por uma questão de saúde pública, de qualidade de vida. Aquele que inicia seus estudos nessa área, logo ver a importância dos alimentos orgânicos.
Nas últimas décadas, milhões de hectares da Floresta Amazônica foram destruídos. Quanto mais agravar a questão ambiental, maior será o valor da terra boa. Como disse um certo geógrafo, crescimento é aumento, mas desenvolvimento é transformação. Desenvolvimento sustentável real deve ocorrer respeitando os povos da floresta. Eles são os herdeiros legítimos da terra.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Relatos sobre Geografia Agrária – Parte 1

Relatos sobre Geografia Agrária – Parte 1


VI Simpósio Internacional de Geografia Agrária
VII Simpósio Nacional de Geografia Agrária
I Jornada de Geografia das Águas

João Pessoa, PB, Brasil – 22 a 26 de Setembro de 2013
Universidade Federal da Paraíba – UFPB


Elizabeth Teixeira, esposa de João Pedro Teixeira, sempre ouvia do marido que ele um dia podia ser assassinado, e que ela, Elizabeth, teria que assumir a liderança das Ligas Camponesas. Elizabeth nunca tinha confirmado para João que iria assumir a liderança das Ligas Camponesas, mas com a morte deste, ao ela ver ele morto, ela tomou a decisão de assumir a liderança das Ligas Camponesas. Com isso ela foi presa, e a filha mais velha dela achou que ela também morreria. Quando Elizabeth voltou da prisão encontrou a filha envenenada em casa. Ela havia tentado suicídio com a prisão de Elizabeth. Levaram ela pra cidade de João Pessoa, mas infelizmente sua filha morreu. Depois do Golpe Militar de 1964, Elizabeth foi presa pelo exército e depois foi solta, mas temia pela vida. Então foi viver numa cidade do estado do Rio Grande do Norte, como professora, sem saber sobre os filhos que ficaram na Paraíba. Só anos depois, o cineasta do documentário “Cabra Marcado para Morrer”, Eduardo Coutinho, ajudou Elizabeth, e assim, Elizabeth voltou a ver os filhos e estabeleceu-se na cidade de João Pessoa. O documentário é sobre João Pedro Teixeira.
Manuel da Conceição foi outro que teve participação na causa agrária no Brasil. Foi ele uma liderança camponesa. E, disse ele: "enquanto estiver vivo, continuarei na luta". E se ele morrer, outros continuarão o projeto. “O homem pode morrer, mas a luta não”, segundo ele.
Maria José Marinheiro, liderança Indígena Tumbalala, também está na causa da terras indígenas no Nordeste Brasileiro. Lembremos que para chegar a uma solução, há que ser por vias diplomáticas. Há que ter um acordo entre os índios e camponeses e os fazendeiros e governo. A população indígena cresceu muito no Brasil, e há que ter políticas públicas para o povo indígena.
Frei Anastácio, deputado estadual da Paraíba, também tem uma história nesse meio. Foi preso e seqüestrado em nome dessa causa agrária. Ele é um frei do Partido dos Trabalhadores, PT. Contou ele que vários já morreram assassinatos pela causa da terra. Ele também disse a importância da Pastoral da Terra na luta pela terra. E disse que na Paraíba já são 36 feiras agroecológicas.
Jaime Amorim, do MST, disse que aquilo que ainda não se é capaz de compreender, devemos levar a compreensão desse desconhecido estudo como desafio. E que temos que ousar a vida inteira, em busca dessa compreensão, em busca de respostas. Lembrou ele, que em alguns momentos somos mais luta do que sonhos, e em outros, mais sonhos do que luta. Porém, a causa nunca está perdida, segundo ele.
É preciso 3 condições para a causa agrária: o sentimento de indignação diante do descaso da causa agrária; depois, construir junto com a sociedade soluções pacíficas para a caminhada agrária; E assim convocamos todo o povo para o novo projeto.
Maria da Soledade Leite, é do sindicato Margarida Maria Alves. Lembrou ela que Margarida é um importante símbolo da causa agrária no Brasil, e das famílias dessa luta. Lembrou ela que Margarida dizia que é melhor morrer na luta, do que morrer de fome. Disse Maria da Soledade: “Nós precisamos da terra como precisamos do ar, tiramos da terra nosso sustento e é a terra que nos acolhe até o fim da vida.”
Alder Júlio lembra das três fases da causa agrária: memória, luta e sonho. Elizabethe Teixeira, Manoel da Conceição, disse ele, inspiram o compromisso da causa no mundo todo, e não só no Brasil. É a memória. A luta vem a nos dizer como nos organizamos diante da globalização em prol da reforma agrária. E os sonhos nos faz perguntar que sociabilidade nós temos que conquistar? Um conformismo? Temos que tornar o Estado parceiro.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



domingo, 8 de setembro de 2013

A Maratonista Olímpica Perseverança


A Maratonista Olímpica Perseverança


Gabriela Andersen-Schiess é o nome dela
Mas Perseverança é seu apelido
Suíça é o seu país
Mas a História é sua morada

O ano é 1984
A cidade é Los Angeles
O evento é as Olimpíadas de Verão

“Não, não me venham falar de dons...
-Parafraseando o filósofo alemão Nietzsche-
A história dos grandes homens
E mulheres
Foi pautada com muita luta
Trabalho
E sacrifício”

Ela não ganhou uma medalha
Mas ganhou o coração das pessoas no estádio
Do mundo
E das futuras gerações

Não, não se desesperem, senhores médicos
Ainda há esperança
Ela ainda transpira
Anda cambaleando
Mas transpira
Ainda há esperança
E aonde há esperança
Não há desespero
Não há o inferno
Porque a luta é o paraíso.

Pode chorar jovem
Ao ver essa cena
Tuas lágrimas
Serão guardadas
Nos arquivos da vida
Porque tu sabe o que tu tem passado
Tu e Deus sabem
Mas não desista do teu sonho divino
Tua obra falará por ti, por si,
Assim como essa imagem de Gabriela
Vale mais do que mil palavras minhas
Não desista
Porque a luta é o paraíso.

Autor: Victor da Silva Pinheiro




sábado, 29 de junho de 2013

Filosofia do filme “Oz: Mágico e Poderoso”


Filosofia do filme “Oz: Mágico e Poderoso”


            Oz, apelido do ilusionista Oscar, vive percorrendo o interior dos Estados Unidos, apresentando seus shows de mágica, mas é pouco remunerado e pouco reconhecido por isso. O fato dele ainda continuar com seus shows de mágica, mesmo com pouco dinheiro e pouco reconhecimento, é sinal que ele ama o que faz. E se você leitor, ama o que faz, e o que ama é bom, justo e verdadeiro, então prepare-se, por que a qualquer momento as oportunidades de ouro podem aparecer na sua vida. Oz, mais do que tudo, leva esperança aos olhos do público, com seu lema: “Para aquele que acredita, tudo é possível”.
            Bem, ele não é perfeito, é mulherengo, e duro com seu assistente de palco. Pensa muito em si e nem tanto nos outros. Mas vai-se lá entender os desígnios divinos. Deus olha o coração, não a aparência. Ele, Oz, foi escolhido para entrar no Mundo Mágico de Oz, uma terra paralela a seu mundo: Kansas. E lá, tudo é possível para aquele que acredita num ideal filosófico. Só que Oz inicialmente é movido pelo sentimento de grandiosidade ligada ao reconhecimento, riquezas materiais, e etc. Posteriormente, essa grandiosidade vai se transformar em ter mais amor ao próximo e amor ao povo de Oz. Como disse um filósofo: “A evolução é uma apuração do gosto.” O Mundo Mágico de Oz simboliza a sabedoria, que quando você entra nesse mundo e começa a estudar, e além de estudar, refletir e praticar a sabedoria, você vive. Entra realmente para o que é a vida de fato: um eterno aprendizado, cheio de aventuras, com tudo relacionado ao mundo mágico. Tudo isso tem um significado simbólico.
            Existe já uma profecia em torna dele que diz que um mágico vindo do céu com o mesmo nome da terra de Oz colocaria fim ao reinado da Bruxa má e traria paz e prosperidade ao Mundo Mágico de Oz. Mas como se vê no filme, ele não é mágico na verdade, mas ilusionista. Porém, é esse ilusionismo que será necessário para trazer paz ao Mundo Mágico de Oz e por fim ao reinado da Bruxa má. Temos que sermos mágicos com o que temos, com o que somos e ir além, aprendendo eternamente. E ele transforma ilusionismo em magia. No decorrer da caminhada, ele vai se transformando num homem melhor, e percebe que na verdade a Bruxa Má não é Glinda, mas é Evanora. Posteriormente, a irmã de Evanora, Theodora, que era uma bruxa boa, desiludida com Oz, achando que ele a traiu, se torna má depois de comer uma maçã verde. Isso tudo tem um significado filosófico, que as aparências enganam, e temos que ver para além das aparências. Na jornada do herói, Oz se junta a uma menina de porcelana e a um macaco alado. Onde cada um desses dois tem algo a ensinar a Oz, e Oz tem algo a ensinar a eles. Glinda também entra nesse grupo, junto com seu povo, que no final do filme, depois de um jogo de ilusionismo de Oz, retoma a Cidade das Esmeraldas e põe fim ao reinado da Bruxa má, Evanora, e da sua aliada, Theodora.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Maracanaço e a profecia da volta do Escolhido


Maracanaço e a profecia da volta do Escolhido


              O ano é 1950. O país é o Brasil. O evento é a Copa do Mundo de Futebol. Depois que a Europa havia sido devastada pela Segunda Guerra Mundial, o Brasil, um país latino-americano, foi escolhido para sediar a Copa pós-guerra.  E o Brasil não fez por menos: construiu o maior estádio de futebol do mundo até aquele momento: O Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro, que naquela época era a capital do Brasil. Tudo estava a favor do Brasil, e o Brasil estava eufórico para comemorar o primeiro título mundial em casa. O Brasil tinha sido arrasador até a final, e o Uruguai fez uma campanha guerreira. Enfim, a final foi Brasil versus Uruguai. O Brasil franco favorito e o Uruguai com um time de guerreiros: 200 mil pessoas no Maracanã, o maior público já registrado num jogo de futebol. O empate favorecia o Brasil, que fez 1 a 0 no segundo tempo. O Uruguai empatou, os ânimos da torcida baixaram, mas ainda acreditávamos no título. O capitão do Uruguai carregava a alma do time: vencer ou vencer. Como na história das grandes batalhas, o Uruguai tinha um general, Obdulio Varela, o capitão do time, e teve um herói: Ghiggia, que marcou o gol do título uruguaio. Os jornais brasileiros antes do jogo anunciavam a iminente vitória brasileira, já depois do jogo... Depois desse gol, como disse um documentário da ESPN Brasil, houve um silêncio ensurdecedor no estádio: 200 mil pessoas se calaram. Esse jogo foi chamado de “Maracanaço”; que no espanhol é "Maracanazo". Barbosa, goleiro da Seleção Brasileira, ironizando, chegou a dizer que: “a pena máxima criminal no Brasil é de 30 anos, mas a minha foi de 50.” Barbosa foi um dos alvos das críticas depois do jogo, e carregou essas críticas por 50 anos. O clima de já ganhou dos brasileiros antes do jogo foi usado como uma motivação a mais para os uruguaios, e aconteceu o que aconteceu. O Brasil também foi guerreiro, afinal, fomos vice-campeões.
          No filme curta-metragem brasileiro, indicado ao Oscar, “Uma História de Futebol”, mostra o pequeno Pelé, ainda criança, consolando o pai que ouviu a derrota do Brasil no rádio. Da dor e do sofrimento daquele momento, nasceu uma promessa: o futuro rei Pelé prometeu trazer um título mundial para o pai. Depois desse jogo, o Brasil adotou as cores verde e amarelo na camisa. Pelé, tricampeão mundial de futebol, e sua turma, deram início à Era de Ouro do futebol brasileiro, que formou em 1970, o melhor time de futebol de todos os tempos, com o melhor jogador de futebol de todos os tempos, o rei Pelé, na melhor Copa do Mundo de Futebol de todos os tempos, sediada no México. Aquele último gol da Seleção na final da Copa de 70 foi um samba, como mostrou bem o documentário da ESPN Brasil.
             Viajemos no tempo agora, na década de 1980. Nasce um futuro jogador, guiado pela estrela Alpha Tauri (Aldebaran) da constelação de Touro, e pelo planeta Vênus, de caráter saturnino: "calado, sério, intelectual, com um olhar às vezes um pouco triste, mas que carrega em sua mente toda a riqueza dessa personalidade e a natureza do tempo", como disse uma filósofa hispânica. Empolgado com a cultura futebolística brasileira, que ganhou conotações de pátria de chuteiras devido à Era Pelé, pensava esse jovem em ser jogador de futebol. Já quando criança demonstrava grande qualidade técnica no futebol que já chamava a atenção dos colegas da escola e da rua onde morava. Na adolescência como na infância, demonstrou grandes qualidades intelectuais na escola e esperava ele, que seria descoberto por algum olheiro do futebol. Depois da derrota do Brasil na final da Copa de 1998 na França, diante da França, ele foi para o quarto, e sozinho disse para si mesmo que um dia traria um mundial para o Brasil. Semelhante coisa fez Pelé, como citei nesse texto. Porém, na juventude, ele não levou adiante a possibilidade de ser jogador de futebol, cada vez mais introspectivo, aos poucos, foi deixando essa ideia de lado. Porém, o Oráculo do Sertão profetizou sua volta, não nessa vida, mas numa outra vida. Nessa outra vida, ele superará o próprio Pelé. Terá raízes brasileiras. Será o poeta da bola. O Escolhido. Trará o inédito. Seu número será enigmático. Na Seleção será como Alexandre, O Grande. Além de se revelar, nessa outra vida, um grande jogador de futebol, como também se destacará em outras áreas além do esporte. 

Autor: Victor da Silva Pinheiro


sábado, 30 de março de 2013

The Hobbit: Eu quero ter o medo de ser esquecido


The Hobbit: Eu quero ter o medo de ser esquecido

Vendo o filme “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, vendo a cena em que um anão explica por que o lendário herói anão Thorin ganhou aquele apelido de Escudo-de-Carvalho, me inspirou. Infelizmente, eu não tenho o medo de ser esquecido, mas eu queria ter esse medo. Melhor dizendo, eu quero ter esse medo. Nem que seja preciso ir ao fim do mundo em busca desse medo. No passado, mais do que hoje, eu queria ter uma vida comum, cinza, nem preto nem branco, uma vida morna, ordinariamente feliz. Estava errado? Também não. Os grandes heróis do passado lutaram para salvar a vida dessas pessoas, das pessoas ordinariamente felizes. Como a vida de um hobbit, único capaz de agüentar o fardo do mágico anel. O anel do poder. Como Jesus agüentou o fardo da cruz e superou a dúvida, e renasceu em glória. Na verdade, me expressei errado. A vida de um hobbit não é uma vida ordinariamente feliz, mas é uma vida fantasticamente feliz, sendo simples. É o fim, o Jardim do Éden. É o motivo pelo qual Jesus morreu na cruz. É o motivo pelo qual Aragorn e Thorin lutaram. O problema é que eu, como muitos no mundo, achamos (ou pelo menos eu achava) que nossa falsa vida de conforto é a ideal, quando a vida não tem sabedoria, mas tem distrações que nos deixam “felizes”. A ignorância não é uma benção. E não vivemos num mundo cor de rosa, há o mal, e temos que estarmos preparados para o mal. O mal reina no mundo não só pelas ações das pessoas más, sendo essas pessoas uma minoria. O mal reina no mundo, principalmente, pela omissão e falta de atitude das pessoas boas, que são maioria. Há uma frase clássica romana que diz: “Se você quer a paz, esteja preparado para a guerra.”
Pegamos a natureza, por exemplo, a natureza tem muito a nos ensinar. Três, quatros leões são capazes de derrubar um búfalo. Um leão também. Mas quando a manada de búfalos está reunida, e partem para o ataque juntos aos leões, até os leões temem e tentam atacar depois, ou não mais, não naquele dia. Temos que viver o dia. A união faz a força, como diz um ditado popular. Então, humanidade, uni-vos. Se você acha que eu estou separado de você, está errado. Todos estamos conectados e devemos nos unir para vencer um inimigo em comum: a ignorância. Que simbolicamente são as corjas de Orcs do filme.
Como vocês viram no início do texto, eu me enganei, e me corrigir. A vida de um hobbit não é ordinariamente feliz, mas fantasticamente feliz. E o próprio hobbit descobre durante a jornada do herói que quer lutar para que os anões também tenham esse lar. A jornada do herói... Eu, a partir de agora, vou manter em mente um pensamento: se tiver fracassos, que eu tenha e que aprenda com eles. Se tiver vitórias, que eu tenha e que me lembre delas. Que os futuros fracassos sejam pontes para futuras vitórias. Que eu vença o Golias. Que eu me torne o lendário rei hebreu Davi, que ainda jovem, pequeno, derrotou o gigante Golias. Que eu vença a mim mesmo, que eu vença em pensamento, palavra e ação. E se eu não vencer? Bem, eu tentei, e espero que outros tentem se inspirando na minha tentativa.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

quinta-feira, 7 de março de 2013

Philia: amor de amizade



Philia: amor de amizade

               
Para um trovador solitário
Que só tem um amigo (a)
Quando se ouve uma segunda pessoa
Dizer que é seu amigo (a)
É como água no deserto
É como o ouro de Salomão
“A Sabedoria”
É como o canto da cítara a meia-noite o acordando
“Nadir”
O sol da meia-noite
Que surge em meio da escuridão da meia-noite

Esse sou eu
O trovador solitário
De poucos colegas
E único amigo (a)

Tão poucos amigos (as)
Que eu já disse o que queria dizer
Em poucas palavras
De poucos amigos (as)
De uma dança talvez
Com um pequeno grupo de amigos e amigas
Seria o Jardim do Éden

Estou me estendendo na poesia
Que também é sinal de poucos amigos (as)
E muitas palavras a escrever
Tudo é justificativa
Para poucos amigos (as)

A literatura me permite isso
De imaginar eu me casando no interior
Do estado da Paraíba
Brejo Paraibano
Cidade de Serra da Raiz
Em dia de São João
Festa junina
Quadrilha junina
Noite e luz da fogueira
Iluminando a luz no olhar
Família e imaginários amigos (ex-amigos, colegas futuros amigos)
Dançando
Na praça em frente à igreja
Com um padre real
Casando
Abençoando
E a presença do coronel sogro

Me liberto e me estendo na poesia
Quero escrever em prosa agora
Prosa poética?
A literatura é minha única amiga agora

Imagino
Minha filha de 4 anos
Dizendo para sua mãe, minha esposa,
Que eu dou muito trabalho
Dizendo isso
Interpretando ela como se fosse minha mãe
Falando do Pai-lhaço que sou eu
Palhaço mesmo

Imagino
Minha filha de 15 anos
Apresentando o namorado no jantar
E eu brincando, mas falando sério
Dizendo que somos judeus
E temos que o circuncisar
O namorado constrangido
Que quer sair da mesa
E minha filha afoita
Diz que é brincadeira
Sem o namorado acreditar que é brincadeira
Minha filha recorre a sua mãe, minha esposa
Que implora, ela minha filha,
Para que a grande matriarca diga que é brincadeira

Imagino
Eu chegando em casa, com minha esposa e sua irmã
E vendo os trigêmeos fazendo uma bagunça no terraço
Digo:
“Ave Maria, é menino demais, cuida amore mio
Que eu vou é embora. Derruba uma casa esses meninos!”
Sua irmã estranhando, pergunta a minha esposa:
“Aonde ele foi?”
E ela responde
De cabeça sutilmente inclinada para baixo
De maneira meiga
De maneira submissamente feminina, mas feliz no olhar:
“Hoje é sábado, ele foi jogar bola, já já volta”

Imagino
Minha esposa saindo com a irmã no carro
Mas antes de sair ela ver no meu olhar
E nos olhares de nossas crianças
Que vamos aprontar alguma
E assim que ela sai,
Dançamos rock
Em inglês claro
Pra criançada não entender
E só curtir
Balançando a cabeça

Quando ela volta pra casa com a irmã
Nossas crianças fazem cara de sapeca
E ela sente algo no ar
E femininamente maternal
Sente o amor no ar de maneira secreta e pensa consigo mesma:
“Só podiam ter dançado rock,
Sabendo que eu não gosto desse barulho”
O ar secreto das crianças para comigo, pai,
E a natureza de ter feito algo legal
E inofensivo
Escondidos da disciplinada religiosa mãe
É agradável
Para as crianças
E família

Imagino
Meus filhos e esposa na mesa de jantar
E um dos meus filhos pergunta
Por que respeitar tal regra
E eu e meus outros filhos
Com o dedo indicador para cima
Volta esse dedo para baixo
Em direção a mesa
E dizemos
Em coro:
"Porque é a lei!"


Imagino
Na mesa de jantar
Minha filha
Criança
Querendo fazer traquinagem
Aprontar alguma
E eu digo para ela:
"Se aprontar vou fazer o moi de cócegas"
Muitas cócegas
Tantas
Que ela vai pedir para parar
E vai me obedecer

Imagino
Tendo um filho homem
Para o ensinar a ser o escolhido do futebol
Superar Pelé
E imagino
Tendo uma filha para poder morder ela bem muito
Ainda mais se ela for gordinha
E moreninha

Imagino
A imaginação
Sendo a maior arma para o bem
Versus fantasia

Imagino

Uma família
De amigos (as).

Autor: Victor da Silva Pinheiro



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Uma Nova Primavera





Uma Nova Primavera

Eu só preciso de uma idéia
E transformarei essa idéia numa primavera
E dos frutos dessa primavera
Nascerão os filhos da revolução

Somos a geração
Que vai do alfa ao ômega
E essa geração
Surge de tempos em tempos
Para lembrar ao homem
Dos seus valores, virtudes e sabedoria

Quando a humanidade decai na matéria
Surge o homem novo
E sua geração de bem-aventurados
Que evitará surgir um retrocesso cultural

Vamos voar
Junto com as idéias do homem novo
E assim nascerá,
Melhor dizendo,
Renascerá,
Uma nova humanidade
Moldada a sangue e suor
Onde o sangue simboliza a teoria,
A tinta das canetas,
E o suor simboliza a prática
Sangue e suor
Irmãos da mesma causa

Na china dizem que um bambu é fácil de quebrar
Mas vários bambus juntos são difíceis de quebrarem
Então como clama o cantador
Uni-vos
Todos rumos para nossa glória
Por um país melhor
E sendo esse país abençoado
Pela história dos nossos antepassados
E pela capacidade de honramos os nossos ancestrais
Com nossas retas atitudes
Faremos conexões interplanetárias
Pelos séculos, dos séculos, dos séculos
Honrando nosso guerreiro passado dos guerreiros filósofos
Alinhando a trindade da psicologia:
Retos pensamentos, palavras e atitudes.
E que esse novo país
Seja exemplo a ser seguido
Por toda a humanidade

Vem comigo, vem!
Que eu ti mostrarei o extraordinário
E tu transmitirá
O extraordinário
E assim surgirá
Uma corrente de mestres e discípulos
Extraordinários
Pois eu acredito no extraordinário
Eu acredito que momentos da vida
E a vida
Que talvez seja uma tragédia
Também pode ser comédia
Pode ser alegre
Pode ser uma ópera
Pode ser uma obra de arte
Paixões, desilusões, crises, alegrias, tristezas...
A arte imita a vida, e a vida imita a arte
Vem comigo para esse grande palco:
A vida
Mas antes,
Saia dessa sobrevida
E não tenha medo do trágico
Aprenda no trágico
E não se embriague na comédia
Seja como os espartanos
Serenos antes, durante e depois da batalha
Vem para a maior história do mundo:
A história da sua vida!
A história das nossas vidas!

Autor: Victor da Silva Pinheiro