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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Eucaristia – Aula 7

Eucaristia – Aula 7

Escola de Teologia Discípulos Missionário da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

A arte ajuda a imaginar o invisível, ou até a ver o invisível. Ajuda a pensar em Deus. Segundo o filósofo Platão, a arte é tudo que eleva. Está ai a importância da arte sacra. Porém, hoje se olha primeiro a assinatura do pintor antes de olhar a obra, para dizer se é bonita ou não. A arte sacra é platônica, nos eleva ao sagrado. Lembremos, por exemplo, a função da tragédia grega, que tinha como objetivo fazer com que o espectador saísse do espetáculo como uma pessoa melhor.
Voltando a um antigo assunto: lembremos que toda vez que olharmos a cruz, vejamos os 7 sacramentos. Jesus era zeloso com o templo, tão zeloso que o único momento de fúria de Jesus na bíblia foi quando Jesus viu no que o templo tinha se tornado: um comércio. Na tradição apócrifa, há outros momentos de fúria de Jesus.
Os cristãos têm o bom costume de dar, oferecer, o que tem de melhor e mais simbólico aos sacerdotes. Isso é mal compreendido por alguns, mas lembrem-se esses alguns da passagem da bíblia em que uma mulher lava os pés de Jesus e depois os enxuga com os próprios cabelos. Pois Jesus era uma pessoa importante. É claro que os sacerdotes são humanos, demasiados humanos, como nós, mas para o que vai receber os sacerdotes em casa, é uma honra, é como se fosse uma visita do dia de domingo, onde o sol brilha mais forte, e o ar tem cheiro agradável: é simbólica a visita. Somos seres simbólicos. O símbolo está em tudo, inclusive na ciência, como a tabela periódica da química.
O que há de eterno na estrutura da celebração eucarística, que permanece desde a última ceia de Jesus e os apóstolos? Celebra-se a palavra e a eucaristia. Qual o enigma dos discípulos de Emaús que há no final do Evangelho Segundo Lucas? Dizem que essa comunidade de Emaús não existia, então por que foi criada pelo autor? Será que existia, mas não se tem registro histórico? A questão é que independente de ter existido ou não, há muita teologia nessa passagem. Há uma procissão de Jesus e os dois discípulos. Há interação e saudação. Há um sentimento de ferida, que corresponde ao ato penitencial. Lucas, capítulo 24, versículo 13 ao 35, é um texto eucarística, litúrgico; muitos consideram que, simbolicamente, aconteceu uma missa nessa passagem. Emaús significa escuridão, o que apimenta o enigma. Alguns consideram que significam 12 estados de Israel.
Os livros judeus chamavam-se de Tenak: a Torá (os 5 primeiros livros da bíblia que segundo os judeus foram escritos por Moisés, onde seu discípulo mais próximo ficou encarregado de terminar de escrever quando Moisés morreu); o livro do profetas, Nebim; e o Ketubim, os salmos. Jesus então falou sobre a Tenak aos discípulos de Emaús: desde Moisés, passando pelos profetas, até chegar aos salmos. Jesus fez a liturgia da palavra, onde “ardia o coração” dos discípulos. Quando os discípulos chegam a Emaús, e vêem Jesus indo embora, ainda sem saber que é Jesus, o convida a ficar na comunidade, e Jesus aceita. Eles dizem: “Fica conosco, senhor.” Está ai uma prece. Então Jesus fica e eles preparam a mesa: preparação do ofertório. E por fim acontece a eucaristia: Jesus toma o pão, abençoa, parti e entrega. Tomar: ofertório. Abençoar: epiclese. Partiu o pão: para celebrar o sacrifício do cordeiro nas celebrações judaicas, e que agora o cordeiro é o próprio Jesus. E por fim acontece a distribuição. Então eles descobrem que é Jesus, e Jesus some. Então eles saíram de Emaús, da escuridão, e foram a Jerusalém, a capital religiosa dos judeus, para anunciar a boa nova. A missa se divide em ritos iniciais, palavra, eucaristia, e ritos finais. O rito final da passagem de Emaús fica por conta da ida dos discípulos a Jerusalém, como diz um ditado cristão: “Quando a missa termina, apenas começou a missão.”

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Liturgia - Aula 10

Liturgia – Aula 10

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba, Brasil.

                O sentido do incenso na celebração é purificar, é uma oferenda. É simbólico na celebração litúrgica, que significa que as nossas orações, nosso coração, devem subir, assim como a fumaça sobe, pois é ar quente, e segundo a ciência, todo ar quente sobre, e o ar frio desce. Em todo ação litúrgica celebramos o mistério de Cristo, onde há coisas mutáveis, e imutáveis, como já disse. Essas coisas agem de acordo com uma lógica da celebração. Revela o mistério pascal de Cristo. Na ação litúrgica, nós trazemos nossas vidas para esta ação, assim como nossa cultura, que devem ser iluminados pelo evangelho. O evangelho não destrói culturas, mas se adapta a cada cultura de cada lugar da face da Terra. Por isso Jesus disse: “Pregai a toda criatura”. O ato de evangelizar e desbravar em terras inóspitas deve ser uma alegria e não um peso. Na ação litúrgica, Deus deve está no centro e não o homem.
                Só devemos comungar depois de adorar. O gesto de adorar deve ser uma atitude interior. O ato litúrgico segue uma ordem, a ordem do ano litúrgico: advento, natal, tempo comum, quaresma, ramos, tríduo pascal, tempo pascal que se encerra no pentecostes, e depois volta ao tempo comum para depois entrar no advento. Assim como a natureza é cíclica, a teologia católica cristã também é cíclica. Segue uma lógica religiosa, sagrada. Que procura unir os dois mundos: esse mundo e o mundo espiritual, que na verdade fazem parte de um Uno. Numa visão bem dos filósofos pré-socráticos, não há divisão de mundo, tudo pertence a um mesmo plano. Inclusive, os católicos praticantes assim como os protestantes, tentam antecipar na Terra o Céu da vida após a morte, tentam antecipar a existência da alegria que será quando descer do Céu a Noiva, a nova igreja, a Jerusalém Celeste.

Autor: Victor da Silva Pinheiro




quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Liturgia – Aula 9

Liturgia – Aula 9

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

Celebrar é um ato célebre, é algo importante, um evento festivo. Como diz o Mago Merlin no filme da década de 80 “Excalibur”, depois que o rei Arthur e seus cavaleiros vencem uma importante batalha, disse o Mago Merlin: “Bebem, comam e se confraternizem, para se lembrarem desse importante dia, pois a maior desgraça do homem é o esquecimento!” Na dimensão religiosa cristã celebrar é tornar algo presente, fazer memória. E nessa dimensão celebramos o mistério pascal de Cristo, mesmo nos dias de Nossa Senhora. O primeiro celebrante é Cristo, como a cabeça da igreja, onde a igreja é o corpo. O batismo é a chave para nos dar parte na liturgia. Como nova criatura, o homem novo. Já o padre é um sinal, a cabeça e a assembléia também é um sinal, o corpo. Na liturgia, o silêncio é uma realidade importante, para os fiéis interiorizarem a mensagem. Ouvir a assim a voz do silêncio. O pássaro da região da floresta amazônica que se chama Uirapuru, só canta uma vez no ano. E a floresta não silencia quando ele canta, mas ele só canta quando a floresta silencia. Esse pássaro é nossa consciência e a floresta é nossa mente com suas diversas vozes. E a consciência só desperta, canta, quando a mente, a floresta, silencia.
O ato de caminhar em direção ao altar, simboliza o ato de peregrinação na fé, em direção as coisas de Deus. Como Abraão fez. Como Moisés fez.  Os gestos também são sinais que não estão desprovidos de simbolismo. Assim como os elementos, objetos, cores, e etc. Inclusive a cor revela o momento histórico que a igreja está vivendo. Já com relação ao ano litúrgico foi-se construindo, não nasceu pronto. Não são atos aleatórios, mas ordenados.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Liturgia - Aula 8

Liturgia – Aula 8

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

            Em cada celebração litúrgica, Cristo vem sempre a estar presente. Se não encontramos a liturgia nas nossas vidas, vivemos só o ritual, só a forma, e assim esquecemos a essência. Em cada celebração litúrgica, mais uma vez lembrando, fazes aquilo que te compete. Quando Deus na bíblia fala do alto de uma montanha com Moisés, ou quando Jesus fala num barco um pouco acima da multidão, isso tem um aspecto teológico, de estar acima, com a visão de uma águia, olhando por cima, se verticalizando. Está ai o simbolismo do altar na missa.
            O pão eucarístico é ao mesmo tempo símbolo e realidade. A eucaristia é um banquete sacramental. A paixão de Jesus era pela humanidade, mas também amava o Pai Celeste, que por sua vez Este ama também a humanidade. Jesus se ofertou, se ofereceu como o último e definitivo sacrifício, e por ser sacrifício, Jesus também quer que fosse um banquete.
            A palavra divina chega até nós como palavra romana, codificada, e cabe a nós sermos os decodificadores. A vinha, no evangelho, é a igreja, somos nós, a comunidade. Os grandes sábios sempre passavam um conhecimento para o povão, que era um conhecimento exotérico, e para os discípulos, os mais próximos, passava um conhecimento esotérico. E com Jesus não foi diferente, tanto que ele falou por meio de parábolas. Com relação aos cânticos, o que a gente canta, nos compromete. Temos que saber por que cantamos, para que o ato de cantar não vire algo mecânico. Deve expressar como nós devemos viver com Deus. Uma experiência interior.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

Amor Platônico


Amor Platônico


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa de Brasília. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


                Ser platônico não é almejar coisas inalcançáveis, mas é ser filósofo. O filósofo busca a sabedoria na sua plenitude. O sábio se faz diante da dificuldade. Platão homenageia seu mestre Sócrates o colando como personagem principal nos seus livros, nos seus diálogos. A voz de Sócrates nos livros de Platão, é a voz do próprio Platão. Sócrates dizia que os livros não dialogam por isso ele dava mais valor ao conhecimento oral do que o escrito, que é suscetível de deturpações. Aliás, a tradição escrita surgiu com a decadência da tradição oral, que era superior a escrita. Tanto que os Incas não tinham conhecimento escrito, diante de tanto valor que davam ao conhecimento oral. O que sabemos hoje sobre os Incas foi deixado pelos colonizadores e algumas coisas ainda se sustentam na tradição oral de alguns grupos descendentes dos ameríndios incas. Alguns estudiosos acreditam que Sócrates era analfabeto. O filósofo grego Diógenes, da época de Alexandre O Grande, disse sobre o ato de ler: “Eu não me alimento de figos pintados.” Diálogo, etimologicamente falando, vem da língua grega e quer dizer: “duas inteligências”, que quando se juntam, se colocando a serviço de um ideal, se aproximam de uma verdade superior, universal. Segundo Platão e Sócrates, amor é a busca daquilo que nos falta. Na verdade, está adormecido em nós, e quando encontramos isso que nos falta, na verdade, desperta o que estava adormecido em nós. É nossa busca interior. Pois, aquilo que nós somos de fato, nunca deixou de ser, basta só chegarmos a essa constatação e trilhar o caminho. E como diz Morfeu a Neo no filme “Matrix”: “Com o decorrer do tempo, Neo, você vai saber que existe uma diferença em conhecer o caminho, e trilhar o caminho.”
                Alma, etimologicamente falando, vem da “anima”, aquilo que nos anima, nos movimenta. Os gregos antigos diziam que o homem é constituído de 3 naturezas: Soma, é a parte física, mais densa, o nosso robozinho biológico. Depois vem a Psique, o nosso eu mental e emocional. Essas duas naturezas juntas, segundo os gregos, constituem a nossa personalidade, a nossa máscara. A terceira e última natureza nossa é Nous, o eu espiritual. A união desses 3 mundos, dessas 3 naturezas, é que forma o homem. O Nous, que simboliza a consciência, passa a vida toda nos procurando, se comunicando com nós através da vida, das pessoas, dos sonhos... só que estamos mergulhados no mundo da matéria, vivendo nossas vidas distraídas. Por isso no filme “Matrix”, Morfeu, que é o mestre e simboliza a consciência, diz para Neo, que é o discípulo: “Você pode ter passado os últimos anos me procurando, mas eu passei a vida toda procurando você!”
                Se tivermos a concepção que o que nos falta é algo físico, teremos um amor físico, somático, do prazer carnal, que rapidamente se esgota. Se tiver a concepção que o que nos falta é o amor da psique, vamos viver algo mais sutil, o amor romântico, mais duradouro, porém, também se esgota. Agora, se temos uma concepção que o que nos falta é o amor espiritual, viveremos algo eterno, que nunca acabará, que continuará ecoando por toda a eternidade. Como diz o general romano Máximus, no filme “Gladiador”: “O que fazemos em vida, ecoa por toda a eternidade!” É o chamado o amor platônico, de almas gêmeas, que é um amor guerreiro, amor esse que já escrevi sobre ele no meu segundo livro “Fogo Interior”. A união nesse aspecto acontece quando duas pessoas não estão olhando uma para outra, mas se unem olhando a estrela que os ilumina. A possibilidade da existência desse amor num casal hoje em dia é raríssima, o que mais vemos são as paixões. Quando nos unirmos espiritualmente, temos a possibilidade de nos unir psicologicamente e fisicamente, e assim unido os 3 mundos, as 3 naturezas do homem, fechando assim o circuito, segundo Platão. O símbolo do Tao, da união do Yin e Yang, simboliza essa união que está presente em todo o universo e que está em movimento. A mulher de Ramsés se uniu a ele por que sabia que Ramsés amava mais ao Egito do que amava ela. Sendo ela uma sacerdotisa, e ele um rei, fizeram juntos um dos mais grandiosos governos do Antigo Egito. Se quisermos encontrar uma pessoal ideal, também temos que ser essa pessoa ideal, pois quando acharmos essa outra pessoa ideal, esta pessoa pode também está procurando alguém ideal, e temos que está prontos para viver um ideal de duas almas gêmeas. O que podemos garantir de melhor para o outro é nosso crescimento espiritual, nossa verticalização. Imagine uma pirâmide de 4 faces, onde ciência, arte, política e religião são as 4 faces da pirâmides. Quanto mais subimos a pirâmide, mas nos aproximamos do topo da pirâmide, e mais nos aproximamos das outras faces. O topo da pirâmide é o piramidô, a filosofia. E dizia os antigos que a filosofia é à mãe de todas as ciências. A base da pirâmide é o mundo manifestado.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Filosofia da Mulher


A Filosofia da Mulher


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filosofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


            A promessa do positivismo no século 19 dizia que no futuro a ciência iria resolver todos os problemas do homem, mas não só não resolveu como surgiram novos problemas. No caso do ideal feminino, hoje se observa muito o aspecto histórico da mulher estar com melhores salários, de não ser duramente explorada no trabalho, como foi em outros tempos. Isso é bom, mas não deve ser o objetivo principal da mulher, o objetivo principal deve ser o lado psicológico. O equilíbrio nessa área. E hoje o que vemos nas novelas de hoje em dia é o foco na instabilidade emocional da mulher, colocando esse defeito da mulher como algo natural, quando não é, como todo defeito. Hoje sairmos de um extremo e formos a outro, como um pêndulo, não encontrando um justo meio, o caminho do meio que Siddharta Gautama, o Buda, nos falou. Uma condição necessária é uma coisa, já uma condição essencial é outra. E hoje se dar muita importância a condição necessária colocando como condição essencial. O homem, a mulher, não são só influenciados pelo aspecto físico, de baixo para cima, mas também são influenciados pelo aspecto espiritual, das idéias, de cima para baixo. Segundo Platão, tudo que existe nesse nosso mundo manifestado, o mundo sensível, o mundo dos sentidos, existe e sempre existiu antes no mundo das idéias. Mesmo que destruíssemos todos os triângulos do universo, a idéia do triângulo não pode ser destruída, e um novo triângulo pode surgir na natureza ou ser criado pelo homem. Imagine a evolução do telefone, criado há poucos séculos atrás, onde tinha um só toque comum no início, e hoje ouvi-se celulares com toques da nona sinfonia de Beethoven. Imagine se o homem evoluísse espiritualmente como evolui nossa tecnologia, estaríamos num mundo melhor. Hoje temos muita informação e pouca formação. O símbolo do Tao vem nos mostrar que o universo é dual, e nessa dualidade do universo, que é harmonia por oposição, essas polaridades são harmônicas, complementares, não idênticos, mas se complementam de maneira perfeita. Gerando assim a esfera, que se movimenta. E nesse presente texto, enfocaremos o lado Yin do Tao, que é o lado feminino.
            O universo, o homem, a história, evolui através da espiral, que se fica num centro que é consolidado pelo lado Yin. A escada, símbolo da evolução, é símbolo dessa união. Na escada há vetores horizontes, símbolo do feminino, e vetores verticais, símbolo do masculino, permitindo assim à subida. O Yin, o lado feminino, não é superior ao Yang, o lado masculino, como também não é inferior, mas é necessário. O perfil próprio da dama é conservar o fogo que ilumina e ajuda o homem a construir. Quando o homem se afasta desse fogo, e penetra na escuridão, vive a barbárie. Caio Júlio César, general e político romano, montou um tribunal, e julgou e puniu com a morte um importante oficial do exército romano por este ter quebrado uma regra: violar um corpo do inimigo no chão, roubando os pertences, quando a regra de combate romana dizia que um corpo de um inimigo quando cai no chão, deixa de ser nosso inimigo. E Júlio César foi questionado por essa decisão, e com relação a esse questionamento ele disse: “Eu prefiro perder a guerra, do que perder o espírito romano.”
            Machismo é quando os fatores masculinos dominam numa pessoa ou sociedade. E quando a mulher despreza as qualidades femininas, como a estabilidade emocional, a estética, a harmonia, a mulher quando despreza isso e se foca nos defeitos como a instabilidade emocional, inclusive se foca com o intuito da aprovação masculina, ela está também sendo machista, se masculinizando. Outra coisa é considerar a infância chata antecipando a juventude e considerar a velhice decadente, tentando assim prolongar a juventude ao máximo. Quando na verdade cada idade tem seus valores e suas características próprias, na qual tem um mistério próprio, tem algo de pedagógico, tem algo a nos ensinar. Do que adianta eu ter um carro importado, ter juventude, e não saber para onde ir. Hoje os jovens estão velhos, sem sentidos de vida, achando que viver é aproveitar a vida de maneira frenética e intensa. Se não sabemos para onde vamos, para que queremos tanta tecnologia? Seremos mais felizes com tanta tecnologia? Expandirmos nossa tecnologia para que? Se não sabemos para que, quando se perde o espírito da mãe natureza, onde o feminino se perdeu, avançaremos de maneira predatória, e assim nos autodestruirmos.
            O detalhe é característico mais da mulher. Já a visão macro, é característica mais do homem. E as duas visões são importantes, se complementam. A mulher tem uma energia de resistência, por isso a natureza a escolheu para ser mãe; na sua estrutura física pode até ser mais frágil do que o homem, mas em termos de resistência, perseverança, isso é próprio da mulher. No mundo emocional a mulher é mais sutil, celeste, e o homem nesse mundo emocional tende a ser mais concreto. Já no aspecto do intelecto, o homem tende a voar, e a mulher nesse aspecto intelectual é mais prática. Existe 3 tipos de autoridades: a autoridade intelectual, daquele que tem conhecimento no que faz; autoridade moral, daquele que é o primeiro a fazer, da capacidade de trabalho; e a autoridade humana, quando foca as pessoas além da técnica, das coisas. É o pensar sentindo próprio da mulher. E que esta terceira autoridade é raríssima hoje em dia.
            A generosidade, etimologicamente falando, quer dizer: dar a vida. Próprio da mulher. Uma capacidade de doação muito grande. No livro “Portões de Fogo (Gates of Fire)”, o autor do livro, Steven Pressfield, conta a história da batalha dos 300 espartanos nas Termópilas , na Grécia, que teve como missão segurar o persas por 3 dias para dar tempo de toda a Grécia se organizar para a guerra contra os persas. Nesse livro, o autor diz que o rei da cidade militar de Esparta, Leônidas, escolheu a dedo os 300 espartanos. E não contou a ninguém seu critério de escolha. E em todas as famílias ele só escolheu no máximo 1 soldado, porém teve uma exceção: numa família ele escolheu o pai e o primogênito. A mãe sabendo que os dois provavelmente morreriam, foi se questionar com Leônidas por que em todas as famílias ele escolheu um soldado, e só na família dela ele escolheu dois soldados. Leônidas então contou que escolheu seus 300 espartanos pelas suas mulheres, pois, segundo ele, se os 300 perdessem a batalha, e provavelmente perderia, a Grécia iria olhar para as mulheres desses 300, da qualidade de generosidade dessas mulheres. Pois elas estavam de acordo que um soldado das famílias delas fossem para a guerra para salvar a família dela, como também para salvar a cidade de Esparta, para salvar a Grécia, para salvar toda a cultura ocidental. Já que os persas estavam planejando varrer da face da Terra a cultura grega caso ganhassem a guerra. Então, depois dessa explicação, a mulher prometeu a Leônidas que nunca mais choraria por causa disso.
            A água é o elemento símbolo próprio da mulher. Sempre está na horizontal, e para nos deslocarmos, nadarmos, temos que nos desprender materialmente, soltar da borda da piscina, para podermos ir adiante, fluir. O masculino tem como tônica o crescimento, a expansão... Mas se é feito sem um toque feminino, tudo fica funcional de mais, mas não belo. Prático, mas não belo. Como é a sociedade atual. Já se forçamos só na polaridade feminina, há o conservadorismo, o detalhismo, a crítica. A alquimia nos diz que o primeiro passo para o discípulo alquímico é entender a dualidade para depois ir em busca da unidade. Se definirmos que somos cavalheiros e damas, e não agirmos de acordo com essa definição, estamos sendo hipócritas. Hipocrisia, aliás, é um termo muito mal compreendido pela sociedade atual. No fundo temos que crer para ver, temos que acreditar nas nossas potencialidades para chegarmos a vê essas potencialidades. Como Sócrates disse: “Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás as leis que regem o universo e o homem!” O coração de uma mulher é um diamante localizado no fundo de um oceano.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Visão Filosófica da Ética


Visão Filosófica da Ética


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


                A ética é um dos ramos da filosofia, um dos principais. Tanto a palavra ética, quanto a palavra moral, querem dizer a mesma coisa: costumes. Só que a palavra ética vem da língua grega, e como os gregos antigos eram muito intelectualizados, essa palavra ganhou uma conotação teórica. E moral vem do latim, e como o povo romano era muito prático, essa palavra ganhou uma conotação prática. Mas etimologicamente querem dizer a mesma coisa. Em essência, é saber como o homem organiza sua vida baseada num costume atemporal com uma vestimenta temporal, própria de cada civilização. Aí entra o livre-arbítrio, que diz que o homem pode fazer qualquer coisa, desde que seja ético. A ética é o dharma, como chama os orientais. É a lei que rege o universo e o homem. O princípio ético diz que o homem deve ser íntegro, só que em cada época assume vestimentas diferentes. É a ética temporal. Hoje o conceito de ética temporal tenta negar o conceito de ética atemporal, colocando só como criação do homem. Há um ditado russo que diz que: “Há quem passe por uma floresta e só veja lenha para sua fogueira.” E assim, não ver a riqueza que é uma floresta. Platão fala que quando a gente não olha as pessoas mais com a nossa lanterninha, mas com o olhar iluminado pela luz do sol, que simboliza a idéia do bem, vai ver o que de melhor tem no outro, aí surge o homem ético. Como disse Jesus: “Amai-vos como eu vos amei. Já não mais vos chamo servo, por que o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas tenho vos chamado amigos. Por que tudo quanto eu aprendi com meu Pai, vos tenho dado a conhecer. Não há maior amor do que aquele que doa a vida pelo seu amigo.”
                Quando cometemos um erro, e a natureza faz com que a consciência desse erro se reflita em nós, devemos agradecer, pois deu-nos a possibilidade de aprender com o erro. A ação ética, segundo Aristóteles, tem que vim acompanhada de discernimento, próprio do homem livre. Platão diz que assim como numa sociedade onde tem muitos médicos é sinal que existem muitos doentes; numa sociedade onde existem muitas leis, é por que devem existir muitos infratores. Para Aristóteles, a virtude é fruto da liberdade. Quando vemos as leis que mantém o universo, e nos comprometemos a obedecê-la, tornamo-nos um pouco divino. São Tomás de Aquino, que se inspirou em Aristóteles, diz que o bem se fortalece, se potencia, na superação do mal. Vendo assim o mal por cima e não no mesmo nível, como uma águia, por isso diz na bíblia: “E sejais como uma águia.” Ele define ética como confiança no universo ordenado. Platão diz que o animal que está em nós, nasceu para ser conduzido e não para nos conduzir. René Descartes diz que o homem ético, de alma forte, confronta princípios versus paixões. Já o homem de alma fraca, confronta paixões versus paixões. Espinosa diz que os homens são diferentes em potências, mas não são diferentes em natureza. Platão diz que virtudes concedem poder, são meios, a pessoa adquire poder independente da finalidade, como a máfia, que tem uma finalidade ruim, mas tem virtudes, como a virtude da organização. Kant diz que através da virtude com um sentido de vida, isso lhe conduz a um lugar no universo, que o potencializa, mas lembre-se: com uma finalidade boa, um sentido de vida. Kant diz: “Age sempre de tal forma que a máxima de tua ação possa ser elevada a lei universal.” Nietzsche diz: “Aonde encontro uma criatura viva, encontro vontade de poder.” O ser humano tem na sua natureza essa vontade de poder, que deve ser direcionada para o bem. Nietzsche fala na moral do nobre, e na moral do escravo. A moral do nobre se realiza em si mesma, e a moral do escravo é a moral do ressentimento, tentando arrastar o outro para baixo. A moral do nobre em relação ao outro por pior visão que seja, tem uma visão de superioridade e de compaixão. Na moral do escravo tende-se a torna o outro pequeno, quando ver como inimigo, o transforma num monstro. Tem reação, e não ação. Tem uma frase de Nietzsche que diz: “Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar.” Felicidade para a moral do escravo é a inércia e passividade, que ver como inimigo aquele que está em movimento, próprio do homem de moral nobre, que pensa em movimento, como disse Nietzsche. O escravo tem medo do confronto, já o super-homem nasce fruto do conflito. Por isso Nietzsche diz: “Para os meus amigos, meus verdadeiramente amigos, todas as dificuldades do mundo.” Sem fazer apologia à dor: a dor é pedagógica.
                O Bhagavad Gita, um livro do hinduísmo, diz que o dever é algo que emana da própria natureza do ser humano. Na tradição hindu, tem uma história de um guerreiro que está na sua jornada indo em direção ao nirvana, o céu para os orientais, e vai junto com um cachorrinho que sempre está ao seu lado nas dificuldades. E nas portas do nirvana, o cachorrinho é impedido de entrar no nirvana, e o guerreiro então se nega a entrar no nirvana para ficar com o cachorrinho. E o cachorrinho se revela o próprio nirvana, era a última prova do guerreiro. No budismo, o foca é na ação ética de como chegar ao final feliz, no final da jornada, que é a cessação da dor. No sufismo, a doutrina esotérica do islamismo, tem uma história que diz que um sábio ver um homem a beira do abismo, prestes a cair, e tenta salvar ele de todas as maneiras, então aparece o anjo Gabriel e diz para ele entrar no Céu de Alá naquele momento, e o sábio diz: “Não dar para trocar esse seu Céu ai por uma corda para ajuda o meu amigo aqui?” Que dizer, recusa entrar no próprio céu, para ajudar o ser humano. Tem uma frase de Buda que diz o seguinte: “Eu só descansarei quando eu ver as costas do último homem indo em direção ao nirvana.” Confúcio diz que a ética é uma linguagem, e que só vamos ter autoridade para falar dessa linguagem, se aprendermos essa linguagem, com o objetivo de tornar a vida sagrada. Uma visão cerimonial de Confúcio. A filosofia vem para lembrar o ser humano quem realmente somos, e a ética é uma ferramenta da filosofia que vai nos ajudar nessa caminhada.

Autor: Victor da Silva Pinheiro


Eucaristia - Aula 6

Eucaristia – Aula 6

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

                Todos os sacramentos devem nos levar a eucaristia. Todo batismo deveria ser feito na missa, assim como todo matrimônio. Se o sacramento, como a crisma, não te levar a eucaristia, é ineficaz. A eucaristia é o corpo de Cristo, a comunidade eclesial, e a pessoa. A unção dos enfermos não necessariamente tem que ser dado a uma pessoa que está morrendo, mas a uma pessoa que está doente. Quando dar-se a unção a uma pessoa que está preste a morrer, se chama: extrema unção viático. A salvação da alma não depende de um só momento da vida, mas de toda uma vida eucarística. Sem ministério ordenado, não existe eucaristia. Há toda hierarquia que tem que ser respeitada. O batismo é uma semente, e a eucaristia é quem rega essa semente. Em teoria, a ordem dos 3 primeiros sacramentos são: batismo, crisma, e eucaristia. Na igreja do oriente, se batiza, crisma e acontece a eucaristia no mesmo dia. A própria realização da missa é reconciliadora.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

Liturgia – Aula 7

Liturgia – Aula 7

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil

                A tradição da igreja é viva, que jorra, transborda. Nós somos seres comunicativos, sempre haverá um eu e um tu. Mesmo nós sozinhos no quarto, haverá uma comunicação do seu lado visível com seu lado invisível. Há uma necessidade, é da natureza humana se comunicar. Nós temos na nossa natureza humana uma tendência transcendental de abertura com Deus. Quando não é Deus o foco, o ser humano busca essa abertura numa pessoa, por exemplo. Existem várias portas e várias maneiras de Deus se comunicar conosco. Não devemos perder a noção da técnica, da cerimônia, mas o foco principal deve ser a mensagem, o conteúdo. Se a mensagem vem codificada, nós somos os decodificadores. Na liturgia há sempre um movimento dialético. Tanto o emissor quanto o receptor tem que ser um conhecedor de uma vida interior.
O cristianismo bebeu de outras fontes, e na época do império romano, quando nasceu a Igreja Católica Apostólica Romana, eles adaptaram um culto solar para o natal cristão. O conteúdo vem num formato divino, e quando não alcançamos é por que falta formação. Na linguagem simbólica, sopro é vida, e aliada ao olho é mais vida ainda. Está ai o simbolismo. Dentro da liturgia, o que existe? Elementos antropológicos, simbólicos. No aspecto litúrgico há 3 dimensões: ritual, misteriosa, e existencial. No ritual há o acontecimento, assembléia, ação ritual e clima festivo. Quando a gota d’água, que simboliza a humanidade, cai no copo de vinho, que simboliza o sangue de Cristo, quer dizer que a humanidade se perde para poder se achar. A linguagem própria da liturgia consiste principalmente em: palavras, gestos e ações simbólicas. As pessoas que evitam o silêncio têm receio de olhar para dentro de si e se conhecer melhor. O Filho é sacramento do Pai, ele aponta para o Pai. A oração é ao Pai, por meio de Cristo, no Espírito Santo.

Autor: Victor da Silva Pinheiro