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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Evangelhos Sinóticos – Aula 7 – Mateus

Evangelhos Sinóticos – Aula 7 – Mateus

Escola de Discípulos Missionários da igreja Santa Júlia do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, Brasil.

A Igreja respeita a ordem em que os antepassados ordenaram a Bíblia, como ela foi
escrita, como, por exemplo, mesmo a tradição considerando o Evangelho de Marcos o
primeiro a ser escrito, ele aparece depois do Evangelho de Mateus. Mateus era considerado o repórter dos apóstolos. Algumas fontes dizem que o evangelho foi escrito originalmente na língua de Jesus: o aramaico e o hebraico; porém, oficialmente considera-se que a primeira edição do Evangelho Segundo Mateus foi escrito em grego clássico, assim como todo o Novo Testamento e mais sete livros do Antigo Testamento.

Vida de Mateus (especulações)

Segundo alguns, Mateus foi evangelizar em outras terras para além da Palestina. Dizem que esteve na Etiópia, Pérsia, na Macedônia e até na Irlanda, assim como em outras terras. Mateus era invocado como o padroeiro dos cambistas. Atribui-se a Mateus o primeiro ato de água abençoada. Muitos estudiosos acham difícil que foi o apóstolo Mateus, o Levi, que realmente escreveu o evangelho. Um dos argumentos é que Marcos apresenta mais pormenores do que Mateus, sendo que Marcos foi discípulo de Pedro, e Mateus apóstolo de Jesus, teve mais contato com Jesus. Dizem também que Mateus não dominaria tão bem a língua grega, pois o Evangelho foi escrito de forma muito fina e num grego muito bom; já que Mateus era um judeu da Palestina e dificilmente dominaria tão bem o grego; há não ser que ele aprendeu bem a escrever e falar o grego clássico. Certamente foi conferido a Mateus esse evangelho, por que o próprio Mateus e sua comunidade o transmitiam de forma oral e só décadas depois foi que ele foi redigido. Se foi Mateus ou não quem escreveu o Evangelho, isso é irrelevante, o que importa é o conteúdo. Por volta de 70 d.C. aconteceu à guerra judaica, os judeus, principalmente os fariseus, (menos os sauduceus) se uniram contra Roma, mas perderam a guerra e Jerusalém foi destruída. Os cristãos não participaram dessa guerra. Nos anos 80 e 90 d.C. os judeus se reuniram em uma assembléia e tomaram decisões importantes, como fechar os livros sagrados e não acrescentou mais nenhum. Por exemplo, o Antigo Testamento da Bíblia dos Protestantes só tem esses livros dessa assembléia e não tem os livros que o catolicismo incluiu e que foram escrito originalmente em grego clássico. Uma outra decisão foi com relação as orações que tinham como objetivo separar outros segmentos do judaísmo como o cristianismo. Daí os cristãos foram expulsos das sinagogas e se espalharam pelo Império Romano. Depois da guerra judaica também iniciou a diáspora, em que os judeus se espalharam pelo mundo. Segundo consta uma teoria, a comunidade de Mateus se localizava em Antioquia, como diz a passagem de Atos dos Apóstolos, capítulo 11, versículo 19 a 26. O evangelho foi escrito para pessoas da cultura judaica que entendiam muito bem o grego clássico. No primeiro capítulo de Mateus, deixasse muito claro que os cristãos também eram filhos de Abraão, são judeus, filhos da promessa, porém, agora, com a alma da filosofia grega. Por isso no seminário estudasse teologia (judaísmo) e filosofia (grega). Na santa ceia assim como na multiplicação dos pães Jesus diz essas seguintes coisas: “Tomou o pão”; “Agradeceu”; “Partiu”; “E distribuiu”. Na santa missa se repete o mesmo rito: quando diz: “Tomou o pão”, está ligado as ofertas; quando diz: “Agradeceu”, está ligado a eucaristia; quando diz: “Partiu”, está ligado ao cordeiro de Deus; quando diz: “Distribuiu”; está ligado a comunhão.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eclesiologia – Aula 7

Eclesiologia – Aula 7

Escola de Teologia Discípulos Missionários da igreja Santa Júlia do bairro da Torre, da cidade João Pessoa, do estado da Paraíba, Brasil.

A igreja é uma comunidade trinitária. Cristo veio visibilizar o Reino de Deus, o invisível,o mundo das idéias de Platão, pois, para Platão, esse é o mundo real. Já o mundo material,sensível, é apenas uma sombra do mundo real, do mundo das idéias. Mas como Jesus pregou: o Reino dos Céus está no aqui e agora. Bem pré-socrática essa frase. Por meio das palavras humanas veio à palavra divina, o caminhão seria a palavra humana e o conteúdo do caminhão a chispa divina nas palavras.
Outra chave simbólica é que as águas representam o mundo material, pois está
sempre na horizontal. Se você pegar um copo de água e tampá-lo e tentar virar o copo, vai ver que a água sempre permanece na horizontal. Quando Jesus caminha sobre o mar, e não afunda, simbolicamente Jesus é o fogo, o espírito, que está na vertical e não afunda no mar, na matéria, mas está sobre ela, por cima. O fogo sempre fica na vertical. Se você ascender um palito de fósforo e tentar virar-lo de cabeça para baixo vai ver que o fogo sempre vai ficar na vertical, é símbolo do espírito. A simbologia está em todos os campos da sociedade, como na ciência, como por exemplo: a tabela periódica. Na última ceia está o fundamento da igreja, a estrutura da igreja com os 12 apóstolos, e o desenvolvimento da igreja. A eucaristia foi Jesus amar seus discípulos até o fim, e digo mais, Jesus na cruz simboliza o amor de Jesus Cristo a humanidade. Esse amor é algo muito abstrato e complexo para descrever em simples palavras. Jesus é a videira, como no livro dos
Números do Antigo Testamento onde os homens enviados por Moisés para explorar a Terra Prometida trazem consigo cachos de uvas. Esses homens simbolizam o Antigo Testamento, o judaísmo, que veio abrir caminho para a o cristianismo, Jesus Cristo, que é a videira. A igreja é uma comunidade eucarística; a frase chave para entender isso é o que Jesus disse: “Fazei isso em memória de mim!” E a palavra chave é memória. E nós fazemos da memória uma arma eficaz para combater o pecado. Lembro-me agora de uma frase do mago Merlim no filme “Excalibur”: “A maior desgraça do homem é o esquecimento!” As palavras de Deus são como trovoadas que fazem estremecer nossas vidas.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bíblia e Moral – Aula 7

Bíblia e Moral – Aula 7

Escola de Teologia Discípulos Missionários da igreja Santa Júlia do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, Brasil.

Nós cristãos, vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito. A vida espiritual
significa a vida segundo o espírito de Deus. A moral cristã é viver segundo o espírito, desde que seja na plenitude do amor de Deus. Nós que cremos devemos orientar nossas vidas segundo o espírito de Deus, que tudo nas nossas vidas passe pelas mãos de Deus. O agir cristão é uma alegria, como exemplo, podemos citar Joana D’arc que sendo queimada viva estava com um semblante alegre por estar sentido o espírito do dever comprido e a certeza de sua alma sendo elevada para o Céu. O que marca a moral cristã é a experiência da natureza cristã. Moral é a palavra latina para ética que vem do grego clássico e quer dizer “costumes”. Como os gregos eram mais intelectualizados a palavra ética ficou com essa conotação intelectualizada, e como os romanos eram mais práticos a palavra moral ficou com essa conotação prática.
Na pregação, na conversão de uma pessoa, o primeiro passo é mostrarmos a face do
amor de Deus, que aquela pessoa é amada. A igreja é o corpo de Cristo, porém, alguns cristãos têm uma visão da igreja como alguém que Deus criou e soltou no mundo, mas, segundo Paulo, nós somos, devemos, ser a própria igreja. A igreja tem que está dentro de nós. A consciência espiritual que passa a vida toda nos procurando chega a ter nós quando pertencemos à igreja não por causa da turma, mas de Deus, a turma só fortalece essa comunhão. A obrigação que eu tenho para viver não deve ser de fora, mas de uma força interna, do amor de Cristo. A obrigação moral de Paulo vem da experiência interior de Deus. A igreja tem o dever de obedecer à consciência do fiel, ao mistério, é nela, a consciência, que deverá passar pelo crive das nossas decisões que devem ser em Cristo por livre arbítrio. Às vezes somos infantis a não assumir a responsabilidade do espírito santo em nossas vidas. O cristão precisa da oração para discernir na vida. A famosa frase de São Tiago: “A Fé sem obras é a morte”, nós temos que enraizar essa frase desde os pequeninos até as grandes nações. E que todos sejam bem-vindos na igreja, para que na comunidade cristã não entre os males do mundo, e temos que ser justos e que isso reflita na sociedade e que a sociedade não só reconheça o cristão pela aparência, mas pela dignidade e justiça. Aonde houver injustiça que o cristão pregue o evangelho nos lugares dos mais confins da Terra, que seja nós como andarilhos de estar no mundo, mas não ser do mundo.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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domingo, 26 de setembro de 2010

Em primeiro lugar: a democracia não é um estado de governo ideal


Em primeiro lugar: a democracia não é um estado de governo ideal

Em primeiro lugar, a democracia não é um estado de governo ideal. Segundo o filósofo Platão, a democracia só daria certo em uma sociedade de sábios, e não vivemos numa sociedade de sábios. Ele define na história política mundial, que o mundo gira entorno de cinco formas de governo: a aristocracia, que é o governo do mais sábio, depois vem a timocracia que é um governo militar mas não um ditadura onde se preza muito mais o autor do que o conteúdo, e preza-se muito a honra, porém nesse governo tem muitos estados decadentes, nasce da decadência da aristocracia. Depois vem a oligarquia, que é o governo de quem tem mais dinheiro; e só depois a vem a democracia, que é o governo das maiorias, que segundo Platão, só está acima da tirania ou ditadura, que é o pior estado de governo que existe.
A imprensa brasileira precisa ser controlada, mas sem autoritarismo preservando o estado laico de liberdade de expressão, porém, isso não quer dizer que se pode dizer o que bem entender confundido isso com liberdade. Liberdade está associada a respeitar as leis. Por exemplo, só se é livre para circular no trânsito quem respeita as leis. E hoje as leis do Brasil, a constituição brasileira, estão muito detalhistas, indicando que o país vive um relativo caos, digamos assim. Não como no continente africano, mas que o país não vai bem a termos de segurança. Por exemplo, se eu preciso de uma placa explicando, detalhando num hotel que não é para pular na piscina do primeiro andar quando estiver bêbado e não pular a grade de proteção, é por que aquele local já vive o caos a ponto de detalhar uma regra de lá: de não pular na piscina bêbado e de madrugada do primeiro andar. Só a grade em volta da piscina não basta para respeitarem essa regra. A imprensa tem que aprender que não se deve propagar a violência na televisão, deve-se noticiar, mas não fazer daquilo um sensacionalismo. Note que quando uma notícia de violência chega à televisão, começam a aparecer outros focos do mesmo tipo de violência noticiado no país afora, como se aquilo estivesse no inconsciente coletivo e o sensacionalismo da violência fosse um empurrão para as pessoas más praticarem aquele mal noticiado. Há regras para tudo, inclusive para a imprensa de áudio, visual e escrita.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

O Brasil para os brasileiros


O Brasil para os brasileiros

O que vemos na época da copa do mundo, o país unido em torno de um ideal esportista, devia ser assim o ano todo em todos os aspectos da vida e da sociedade. Os países da Europa, o Japão e os Estados Unidos são forte por que lá o sentimento nacionalista é forte, tão forte que causa efeitos colaterais como o xenofobismo na Europa. Não basta só falar "Sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor", tem que praticar isso no dia-dia combatendo o falso jeitinho brasileiro que é usado principalmente em repartições públicas. Governo vai, governo vem, em alguns campos o país cresce de forma grandiosa, mas em outros e principais campos, como educação, saúde e segurança, não vemos transformações profundas, apenas circunstâncias. Na educação tem que se aplicar o período integral, com aulas de educação física e artes no horário oposto das aulas. Todas as escolas devem ter sala de artes, laboratório de informática, laboratório de ciências e bibliotecas. Os professores têm que além de ganhar o salário digno tem que ter formação acadêmica de auto-estima, não só durante o período acadêmico, mas durante toda a vida da licenciatura, resumindo: o professor tem que ser o herói dos estudantes para que não fiquem dispersos nas aulas. E se mesmo assim as aulas forem monótonas, há que se criarem dinâmicas em sala de aulas para que envolva os estudantes. Digo estudantes, e não alunos, por que a palavra aluno vem do latim "alunes" que quer dizer sem luz.
Na segurança tem que debater a corrupção de modo avassalador dentro da polícia e colocar os policiais nas ruas. Aliás, fortalecendo a educação estamos matando dois coelhos com uma pedrada só, por que a educação indo bem, a sociedade vai bem a termos de segurança. Na questão da saúde o negócio é: infra-estrutura, qualidade no atendimento, quantidade de hospitais grande para a demanda de doentes que são muitos e que cada hospital sirva o maior número de especialidades possíveis. Na cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, foi implantado um programa interessante: postos de saúde onde eram atendidas pequenas causas de doenças onde assim não seria necessária a ida no hospital desafogando as filas nos hospitais. Com relação à educação só quero acrescentar é que Fidel em Cuba acabou com o analfabetismo em Cuba fechando as universidades por um ano e colocando os universitários para ensinar ao povo a ler e escrever. Ele levou isso ao extremo, aqui no Brasil não seria necessário chegar a esse extremo, e em vez de fechar as universidades, ofereceria bolsas aos universitários que se dispusessem a ensinar o povo a ler e escrever.

autor: Victor da Silva Pinheiro

As ordens de cavalaria e as artes marciais


As ordens de cavalaria e as artes marciais


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de um filósofo. São palavras dele e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


Existe uma essência das artes marciais que esteve presente em todas as tradições marciais. Foi inicialmente todo sistematizado no oriente. Eles viam o universo como um biocosmo onde existia uma vitalidade, movimento e forma. No oriente tentaram sistematizar de modo harmônico. O homem marcial tinha uma intuição que essa chispa divina que está fora, também está dentro de si. Através dessa essência do universo nasce à dualidade, a matéria. Nas tradições antigas as guerras tinham um sentido simbólico, fazendo com que as coisas caminhem. Diferente de hoje. Existem dois tipos de mudança: a da guerra e a da educação. A guerra é menos eficaz, mas não menos importante, é uma visão de mudança a curto prazo; e a educação é uma visão de mudança a longo prazo e mais eficaz. O universo está sempre em guerra, declarada ou não. A palavra marcial vem do Deus latino Marte, que é o Deus da guerra, que é o mesmo Deus Áries da mitologia grega. Cada um desses princípios existe um significado. Marte quando se relaciona com Afrodite, Deusa do amor, gera fobia e depois a harmonia. O homem marcial tenta ver os princípios da natureza dentro dele e vice-versa. Também tenta ver seus princípios na natureza e para isso é necessário que trave o conflito consigo mesmo, com seus vícios medos, orgulho... Imagine vários princípios que vão expressar um único princípio como na forma piramidal de quatro faces, com uma base aonde todos os pontos de encontro das linhas vão se encontrar no topo. As artes marciais nasceram na Índia e se popularizou na China. Um exemplo dessa guerra interior está no livro Bhagavad-Gitā., um livro hinduísta que é um diálogo entre Arjuna, o guerreiro, e a divindade Krishna. Onde Krishna tenta convencer Arjuna a lutar. Para que o monge budista expressasse o verdadeiro valor humano passava por várias provas, dos quais muitos não passavam, e acabariam esses que não passavam abrindo outras escolas de artes marciais e criando outros estilos. O foco da arte marcial é conquistar a si mesmo, que o homem se harmonize com os princípios universais, e nesse conflito vai se tornando cada vez mais consciente. A semente para germinar tem que quebrar a casca, o pássaro para nascer tem que quebrar o ovo, a mudança inicial gera um esforço que parece sobre-humano, mas que é necessário que começar a nascer o homem novo dentro de si. Para além dos instintos existem princípios superiores que vai trazer uma harmonia entre seu modo de viver e a natureza. Quando se relaciona de forma una com o universo, ele e o universo são uma só alma e o universo se posiciona a ajudar o homem na caminhada da vida.
Com relação às ordens de cavalaria, lembramos logo dos cavaleiros da távola redonda do rei Artur, que era símbolo do cavaleiro ideal. Artur selecionou os melhores cavaleiros para lutar aonde existir injustiça, ensinando e lutando pela Justiça. Os antigos personificavam os princípios universais através das divindades. O mistério do graal é que o rei e a terra são um só. O cavaleiro da profecia, da décima terceira cadeira onde ninguém sentava, da távola redonda, que era considerada a cadeira perigosa, consegue trazer o graal ao rei Artur e estabelecer a ordem no reino em guerra. A forma do graal simboliza os três mundos: o espiritual, o da psique e do corpo. E tentar harmonizar esses três mundos é o destino de todos os cavaleiros. É aquela filosofia grega, corpo são em mente sã. Nas ordens de cavalaria não era apenas mais uma cavaleiro, mas passava por muitas provas e lutas chegando a se tornar um cavaleiro numa cerimônia, com significado filosófico. O primeiro treinamento era da alma, e só depois a parte técnica, marcial, só assim se tornaria escudeiro de um cavaleiro, e só depois dos 21 anos se tonaria um cavaleiro, depois de muitas lutas e batalhas externas e internas, consigo mesmo. A capa do cavaleiro representava a virtude.
Em Esparta, um dos principais objetivos do guerreiro espartano era defender seu próximo como a si mesmo. Os espartanos pensavam como uma grande família, que era a cidade de Esparta e seus guerreiros. As mulheres espartanas recebiam educação semelhante ao homem espartano, pois os espartanos diziam que para gerar filhos fortes, tinham que ter mulheres fortes. Porém existia uma diferença sutil na educação de homens e mulheres, pois cada um tem sua natureza própria de homem e mulher. O homem mais duro, e a mulher mais delicada, mas como disse, mesmo assim recebiam educação semelhante. No Japão, tinha um código que inicialmente era transmitido de forma oral e depois foi escrito, que era o bushido. Eles aprendiam arte, música, poesia, arco e flecha além de outras técnicas marciais. Um bom exemplo de guerra por princípios e do guerreiro ideal, foi a guerra travada na Índia há milênios atrás para conquistar a cidade de Hastinapura, que significa cidade do elefante. O elefante na Índia é símbolo da sabedoria, pois tem orelhas grandes e boca pequena por que ouve mais do que fala, olhos pequenos para o mundo material e mais para o metafísico, o peso da sabedoria e leveza de deixar um formigueiro passar. E o rugido do elefante chama todo o grupo de elefantes para serem guiados, assim como a palavra do sábio leva consigo muito discípulos a serem guiados pela sabedoria. Então, a guerra foi entre os Pandavas, que eram filhos de Deuses com mortais e simbolizava os princípios idéias que o homem deveria ter, como justiça, coragem, força, paciência, sabedoria... E os Kuravas eram os inimigos e em maior número. Assim é nossa lutar interna, os defeitos estão em maior número, mas temos que lutar para vencer para conquistar a sabedoria.
No Mahabharata, que é um livro hindu onde está travada essa guerra, tem um pequeno livro que se chama Bhagavad-Gitā, que é o diálogo entre o pandava Arjuna, que simboliza a coragem e a divindade Krishna. Arjuna antes de iniciar a guerra vacila e se perguntar por que lutar contra os kuravas que eram parentes dos pandavas e que cresceram com os pandavas e foram criados pelos mesmos mestres. Assim são nossos defeitos que crescem com nós e chega a um certo ponto da vida que vacilamos e hesitamos em lutar contra nossos defeitos por achar que os defeitos fazem parte de nós. Nesse pequeno livro Bhagavad-Gitā Krisnha num diálogo fenomenal sobre a vida, morte e eternidade, convence Arjuna a iniciar a guerra contra os kuravas que estão em maior número. Interessante é que depois da guerra, quando os pandavas vencem, um dos pandavas vai à caminhada até o que os budistas chamam de nirvana, que não é um lugar, mas um estado de espírito, e lá esse pandava encontra todos os kuravas num banquete esperando por ele.
Como se a vida fosse um teatro de máscaras onde todos representam algo, mas que no final todos se encontram.

Autor: Victor da Silva Pinheiro




quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Evangelhos Sinóticos – Aula 6 – Marcos

Evangelhos Sinóticos – Aula 6 – Marcos

Escola de Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, Brasil

Enquanto o Evangelho de Marcos se concentra mais na região da Galiléia, o de Lucas
se concentra mais na Judéia. O que é especifico no Evangelho de Marcos é as narrativas enquanto os discursos de Jesus encontramos pelo menos três. Marcos apresenta mais pormenores, detalhes, do que Mateus e Lucas. E ele usa uma linguagem mais simples, mais popular. Todos os quatros evangelhos foram escritos em grego clássico, que era a língua internacional da época junta com o latim, como o inglês é hoje. E dizemos que o ocidente é de origem cultural greco-romana com forte influência nas línguas. As duas bíblias mais antigas do mundo se encontram uma no museu do vaticano e o outro no museu britânico. Na bíblia está a palavra de Deus revelada. A bíblia é como um presente tem que desembrulhar para ver o conteúdo e beber dessa água. O carro forte é cercado por seguranças não pelo o carro em si, mas pelo o que ele trás. A bíblia trás a palavra de Deus. A bíblia é como uma pérola que está no entulho, e temos que escavacar para achar o que estar no entulho, tem que ler com discernimento e isso exige esforço e raciocínio.

Teologia ou mensagem de Marcos: o que Marcos quer nos dizer?

O Evangelho de Marcos se resume em duas palavras: identidade e caminho. A identidade se resume a Jesus, e o caminho aos discípulos e comunidade. Identidade: revelar quem é Jesus e como podemos seguir-lo. Ele utiliza três etapas para revelar a identidade: títulos, segredo e incompreensão. Título: “ele é o Messias”, Messias
é a palavra hebraica e Cristo é a palavra grega, mas quer dizer a mesma coisa: o filho de Deus, aquele a quem o espírito repousa, ou ungido, esse último termo é dirigido diretamente à palavra Cristo. Temos três maneiras de ler a bíblia: contínua, estudando ou orante. Em um concílio da Igreja Católica Apostólica Romana, decidiu-se que todo padre deve ler a bíblia toda uma vez no ano. Outro título que Jesus recebe é: Filho do Homem. Que é uma expressão que se refere ao messias, que está no livro de Daniel. O Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir. E claro também se utiliza o título: Filho de Deus.
A outra maneira de revelar a identidade de Jesus foi o segredo. Por exemplo: Jesus não aceita o testemunho vindo do diabo que é o pai da mentira, por isso quando o diabo diz: “Tu és o filho de Deus,” Jesus manda ele se calar, por que mesmo que o diabo esteja dizendo a verdade, ele continua sendo o pai da mentira, e podem achar que é mentira pela fama de mentiroso que tem. Jesus quer que as pessoas façam o caminho dele para descobrir quem ele é, e não descobrir quem ele é apenas por ouvir falar dele, por isso em alguns trechos Jesus perde para guardarem segredo das suas obras. Outra teoria diz ainda que Jesus pedia para guardar segredo para não criar mais alvoroço e não antecipar a sua ida a cruz, para que tudo fosse acontecido no seu tempo certo; Jesus não pedia para guardar segredo para não ir para a cruz, segundo essa teoria, mas para não antecipar sua ida a cruz, pois ir para a cruz foi
necessário para que ele morresse, fosse ao Hades, vencesse a morte e ressuscitasse. Jesus chamou o quem ele quis para ir com ele. Portanto foram escolhidos. A outra maneira de revelar a identidade de Jesus foi à incompreensão, que se finaliza quando Jesus está na cruz. Porém, como sabemos, ele ressuscitou. Em Marcos, capítulo 15, versículo 39, encontramos o título, o segredo, e a incompreensão. Pois a incompreensão parte de nós: como um centurião compreende que Jesus na cruz é o filho de Deus? Se o centurião nem judeu era, muito menos um discípulo de Jesus. Mas sim um estranho na história. Isso significa que Marcos escreveu o evangelho para nos questionar, nos balançar das correntes da ignorância e ofuscar as sombras da ilusão frutos dos desejos e não da vontade, que é o que há de mais divino em nós: a
vontade. Mas ai perguntamos: como chegar a essa tal vontade? Nietzsche chama ela de
vontade de potência, e a resposta está em apuramos nossos desejos, elevarmos nossos
desejos até que vai chegar a um ponto que esse desejo vai deixar de ser desejo e vai se tornar vontade, da forma mais pura possível, resumindo: fé. Como diz um filósofo: “A evolução é uma apuração do gosto”. Marcos apresenta critérios para seguir Jesus, por isso o Evangelho de Marcos é para os que estão iniciando a caminhada em Deus. Jesus chamou o que ele quis, segundo Marcos, você tem que ser chamado, tocado por Deus. E isso exige ruptura com a velha vida, para entrada de uma nova vida onde emana leite e mel. São esses os critérios para seguir Jesus e como diz aquela famosa frase: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacitam
os escolhidos”. Primeira exigência para seguir Jesus: tem que ser chamado. Segundo critério: “Cada um tome sua cruz e segue-me!” disse Jesus. Tem que entregar sua vida. Outro critério: “Que o primeiro se torne o último!” Seja servo de todos. O Evangelho de Marcos fala de Jesus e de nós e os discípulos. A passagem que resume Evangelho de Marcos é quando um pagão compreende quem é Jesus; e é preciso encarar a cruz de Jesus, não desviar o olhar, para entender o significado da vida de Jesus, como ouvir na Comunidade Doce Mãe de Deus: “A cruz é para nós como o sol!”

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Bíblia e Moral – Aula 6

Bíblia e Moral – Aula 6

Escola de Teologia Discípulos Missionários da igreja Santa Júlia do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, Brasil.

O povo de Israel transpôs a aliança humana numa experiência teológica. Jesus veio perdoar os pecados e anunciar o conhecimento de Deus. No antigo testamento as leis são colocadas de modo exotérico, enquanto no novo testamento está de modo esotérico. O homem é um ser desejoso de felicidade e essa felicidade é oferecida por Deus pelo Filho, pela sua vida e obra. Os santos têm sua referência primeira em Cristo. Jesus devolve a comunhão
com o Pai, Jesus é o novo Adão. Jesus veio trazer a luz, tirar a cegueira dos homens. Existem dois tipos de ignorantes: o ignorante por escolha, aquele que conhece a verdade e prefere se fazer de cego, nesses tipos de ignorantes é mais difícil a conversão por causa do apego as correntes da escravidão da mente; e o outro tipo de ignorante é aquele que desconhece a
verdade e por isso ainda permanece na ignorância. Jesus é a personificação das leis do antigo testamento, é o embaixador do Deus vivo. Jesus revela o Pai, mas também o humano. Em Jesus o humano e o divino se revelam plenamente. Em Jesus podemos conhecer quem é Deus e quem é o homem, e mesmo assim permanece um grande mistério esse conhecimento de Deus. Jesus deve ser o ponto de referência no nosso comportamento. O amor é fruto da fé, por isso diz na bíblia: “Deus é amor”, diz no evangelho segundo João. Cristo desce até a condição humana para melhor compreensão dos humanos de Deus. Porém o nível de divindade de Jesus permanece alto. Cristo desce em termos sócio-políticos para melhor compreensão dos homens. Cristo vem puxar o homem para o alto e para isso ele precisa descer a condição humana sem perder a condição divina. O evangelho tem o dever de planificar, e aperfeiçoar as diversas culturas do mundo, cortando o mal pela raiz e absorvendo o que há de melhor em cada cultura.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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domingo, 19 de setembro de 2010

Filosofia e Metafísica: Obras de Cecília Meireles


Filosofia e Metafísica: Obras de Cecília Meireles


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa de Brasília. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


1- Filosofia e Poesia

            A visão que Platão tem da poesia é muitas vezes vista de modo errado, como se Platão não gostasse e admirasse a poesia. Segundo Platão, o poeta tinha uma visão três vezes mais afastada da idéia do que o artesão, por exemplo, pois o artesão ver a idéia e materializa, e o poeta apenas escreve ou declama algo não palpável, como se fosse um cópia da cópia, e por causa disso, a idéia, que é considerada divina para Platão, podia sofrer deturpações. Por exemplo, como ensinar mitologia grega para uma criança? Como descrever que o Titã Cronos comia seus próprios filhos na mitologia grega? Uma criança levaria isso ao pé da letra e a mitologia seria vista de forma mal vista pela criança que já criaria uma aversão a mitologia. Por isso a mitologia deve ser ensinada, segundo Platão, para pessoas de grau mais avançado. O significado de Cronos, o senhor do tempo, que engolia seus filhos, simboliza o tempo que a todos consome, e Zeus, um dos filhos de Cronos que viria se tornar o Deus dos deuses derrota o próprio pai, que simboliza a sabedoria vencendo o tempo dos homens. Kayrós, que é o Deus do tempo oportuno, dizem que ele quando vem passa ligeiro, como as oportunidades que nos aparecem e nós temos que estar preparados para pegar essas oportunidades, pois como são ligeiras, podem passar por nós tão rápido que podemos perder a chance de alcançá-las.
Para Platão, primeiro para os guardiões deveria ser ensinado à matemática, por essa ciência está mais próxima da verdade, e conseqüentemente, a música seria ensinada primeiro do que a ginástica, por que primeiro se educa a alma, e depois o corpo; e para Platão na música já estaria incluída a poesia e a dança. Os poetas para os gregos eram considerados os serviçais das musas, pois as musas é que inspiravam esses poetas. A função divina do poeta é nos lembrar dessas idéias divinas de forma mais pura possível.

2- Adentrando em Cecília Meireles

            Hoje a gente ver a solidão como um mal, mas existe a solidão filosófica que faz você pensar em si mesmo, e conhecendo melhor a si mesmo, conheceremos melhor o próximo. Lembremos que mesmo estando acompanhados, podemos estar sozinhos na multidão, porém, no caso de Cecília Meireles, a solidão ajudou na sua obra, pois ela era adepta da solidão filosófica. O poeta, como era Cecília, ás vezes com a sensibilidade aguçada ver a superficialidade da vida e puxa o ser para o alto. Na poesia “Motivo” do livro “Viagem” que foi musicada por Fagner, mostra não um poeta alegre ou triste, aliais, mostra essas duas faces sem se identificar com elas, vendo por cima, como observador, como uma águia. Na poesia “Epigrama” do livro “Mar Absoluto” foi uma forma de se definir. A passagem do arco-íris lembra quem busca o alto, e também lembra a esperança em algumas tradições, uma ponte. A poesia “Beira-Mar” do livro “Mar Absoluto” fala da percepção do homem e da matéria e da dualidade da matéria, expor o contraste e chegar a uma conclusão: o mar, que é tudo, que tem haver com o absoluto.
Como Nietzsche diz no seu livro “Assim falou Zaratustra”: “O homem é um rio turvo, onde o mar é seu destino”. Na poesia “Cantiguinha” do livro “Vaga Música” ela fala de alguns sofrimentos do mundo, mas que não são seus. Na poesia “Último Andar – Poemas infantis” do livro “Isto ou aquilo” ela faz pensar numa criança escrevendo a poesia do último andar. Na poesia “Exercício” do livro “Dispersos” ensina que a vida é feita de derrotas e vitórias. Agora vamos adentrar num livro bem mais metafísico, que veio a luz em 1981, mas acredita-se que foi escrito em 1927, o nome do livro se chama “Cânticos”, vamos aqui abordar trechos que foram enumerados no livro. Na poesia “I” fala da percepção plena de tudo. Na poesia “II” lembramos uma velha filosofia de guerra que diz que o homem de hoje, o homem cinza, que não é branco nem preto, mas morno, está entediado com o presente, se arrepende do passado e fantasia o futuro. A filosofia nos ensina que o homem deve buscar com que há de melhor no passado, viver o presente, e antecipar o futuro. Na poesia “VI” faz uma referência à ave mitológica Fênix que ressurgi das próprias cinzas. Na poesia “VIII” lembra uma abordagem da filosofia estóica que diz que o problema não é a vida que é curta, mas que mal utilizamos o tempo que nos é dado. Na poesia “XII” lembra muito Helena Blavatsky que não foi autorizada a escrever nas escolas de mistério do Tibet no século 19, e que tinha que memorizar tudo, ou pelo menos tentar absolver muita coisa que os mestres diziam; e assim, ela trouxe para o ocidente o oriental livro: “A voz do silêncio”, que por questões meramente de estratégia e burocráticas, ela colocou como se fosse ela a autora, mas não teve nada de plágio como muitos disseram na época.
Na poesia “XIII” lembra Shiva, o Deus da destruição na tradição hindu. É a terceira pessoa da trindade hinduísta; a primeira é Brahma, o Deus Criador, e a segundo pessoa é Vishnu, o Deus Renovador, que vem para renovar aquilo que foi criador por Brahma. A função de Shiva está em destruir o que está gasto e o que não tem mais sentido para assim dar espaço para surgir o novo e assim Brahma entrar de novo na história. Esse ciclo de criação, renovação e destruição é eterno. Na poesia “XXVI” vejo que o filósofo não vai fazer muito diferente do que se fazia antes de se tornar filósofo, mas vai dar sentido as coisas que fazia, encaminhar o curso da sua vida, e não “deixar a vida nos levar” como diz numa música brasileira. Por fim digo que a palavra oratória vem do latim, e no latim quer dizer algo relacionado à oração, portanto, ao sagrado. Então juntando o útil ao agradável e como eu disse numa poesia minha, “Meu nome é poeta” do livro “A Flor e o Beija-flor”: “Declamai a poesia/Pois não é feito para isso?/ Pros outros.../ De tantos outros.../ Mundos (...)/ De tantas outras.../ Cores./(...)/ Declamai a poesia/ Ao som do violão/ Na brisa Celeste/ Ao som da sanfona/ Na caatinga Serena/ No sereno frio da noite do sertão!”

Autor: Victor da Silva Pinheiro



Meu nome é poeta


Meu nome é poeta

Era essa poesia
Que estava
Batendo a porte:

A tarde voou
A noite caiu
O gato miou
O café está pronto
O leite a espera
Para a mistura morena
A chuva passou
O céu se abriu
Apareceu uma constelação
Cada letra é uma estrela
Com os seguintes dizeres:
Meu nome é poeta!

Poesia é isso:
Brincar com as palavras
Voltar a ser criança
Com o dom de Michelangelo
É pitar a Capela Sistina
No mundo das letras

A poesia
É como um passarinho
Aparece por alguns instantes
E voa
Em meio aos raios solares
A neve
Ao outono
E a chuva

A poesia é como uma espada
Forjada no calor do dia
E ao frio da noite
Do deserto
E eu sou o ferreiro
Da Antiguidade

A poesia
É como uma idéia, uma inspiração
Você tem que ter asas
Para pegá-la

Declamai a poesia
Pois não é feito para isso?
Pra os outros...
De tantos outros...
Mundos

De tantas outras...
Cores.

Declamai a poesia
Ao som do violão
Na brisa Celeste
Ao som da sanfona
Na caatinga Serena
No sereno frio da noite do sertão!

autor: Victor da Silva Pinheiro


Minha cidade tem nome de herói


Minha cidade tem nome de herói


O ano
É 1930
Depois de conturbadas eleições
Nacionais
A chapa
De João Pessoa
Perde
Mas acredite
Ele conhecia o tal
Do Getúlio Vargas
E em vida
Chegou a dizer:
“Prefiro dez Júlio Prestes
em vez de uma revolução!”

João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque
Nasceu em Umbuzeiro
Formou-se em Recife
Trabalhou no Rio de Janeiro
Recebeu elogios rasgados de Rui Barbosa
Foi para Belém do Pará
Passou fome
Foi salvo por uma senhora
Voltou ao estado da Paraíba
Esse Juiz danado de bom
Sobrinho de Epitácio Pessoa
Ganhou as eleições estaduais
E foi governador do estado da Paraíba
E o que ele fez em dois anos
Oxalá queria vê
Outro governador fazer
Em quatros anos de governo

Ele criou inimigos
Não há registro no jornal A União
Dessas cartas amorosas de João Dantas
E se o jornal A União expôs
As cartas que supostamente ocasionaram
O seu assassinato
Se, expôs as tais cartas num mural
Foi sem seu consentimento,
sem o consentimento de João Pessoa
E mandou ele abrir um inquérito
Quando voltou do interior.

Esse paraibano
Corajoso e chamado de coronel
Andava desarmado
Destemido e sereno

Assim com o Egito
é uma Dádiva
Do rio Nilo
João Pessoa
Foi uma dádiva
Da Paraíba

E assim como Júlio César
Que dispensou seus seguranças
E foi pro senado
Para morrer
Assim foi João Pessoa
Foi
Para Recife
Só visitar um amigo
Dispensando os seguranças
E assim enraizou a frase de César:
“Só se deve temer o próprio temor!”
E assim
No dia 26 de julho de 1930
Ele foi assassinado
A tiros
Ele que deu
Seu sangue
A Paraíba
Está lembrado
Na Bandeira do Estado
O vermelho é pelo seu sangue derramado
O preto é pelo luto de sua morte
E a política palavra “nego”
É para lembrarmos:
Que temos um herói brasileiro!

autor: Victor da Silva Pinheiro


A batalha do arqueiro de Deus


A batalha do arqueiro de Deus

Uma tempestade
Passa pela Rua Benjamim A. Maia
Na casa de número 67
A luta

É para elevarmos
A palavra do guerreiro
Do exército de Deus
Ao público

Em meio a trovoadas
E relâmpagos
Eu tento me proteger
Da tempestade
Com a luz
Do diálogo
É difícil
Pois,
Os ventos, a tempestade
É histórica e diária
Mas eu
Por já conhecê-la
Sigo em frente
Aos trancos e barrancos
Para levar
A arte
Ao público.

autor: Victor da Silva Pinheiro

Meus antepassados


Meus antepassados

Corre nas minhas veias
Sangue materno de índio
E sangue paterno de europeu
Tudo do interior do estado da Paraíba
E para completar
Essa tríade brasileira
Do índio
Europeu
E negro,
Vou casar
E meu filho
Vai ter sangue
Da raça negra
Dessa bela morena
De longo
Cabelo preto
E liso
E da pela
Feito chocolate
Cheirosa, dengosa, religiosa!

autor: Victor da Silva Pinheiro



Uma visão poética


Uma visão poética

Um dia
Tive um sonho
E nesse sonho
Estava com uma morena
De cabelo longo, liso e preto
No mar,
A beira-mar
De mãos dadas;
Na praia
Tinha alguns amigos
E amigas
Que davam para contar nos dedos

A praia me parecia familiar
E na nossa frente
Saindo das águas
Estava Nossa Senhora
Abençoando
Nossa união.

No outro dia
Pego o meu “camelo”, minha bicicleta
E como um beduíno solitário
Vou a Ponta do Seixas
Ou como alguns chamam:
Ponta do Cabo Branco
Aonde o sol nasce primeiro nas Américas
E na praia,
Da minha cidade,
João pessoa,
Vejo o sol nascer
Ao leste
E ao norte
Do lado esquerdo do peito
Meu coração bate
E me indica
Que devo ir
Aonde meu coração mandar
Pra o norte
Para a cidade de Natal.
A praia
Era familiar
Era a praia de Ponta Negra
E o sonho
Premonitório.

autor: Victor da Silva Pinheiro