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domingo, 3 de outubro de 2010

Parábolas budistas: um tesouro a desvelar!


Parábolas budistas: um tesouro a desvelar!


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de um filósofo. São palavras dele e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


Siddhartha Gautama, o Buda, nasceu provavelmente 563 a.C. no pequeno reino dos Sakyas, na fronteira do Nepal com a Índia, filho do rei Rajá Suddhodana e da rainha Maya. Antes dele nascer sua manhã sonhou com um elefante branco roçando seu ventre com a tromba. O elefante na Índia é símbolo da sabedoria, pois tem boca pequena e orelhas grandes pois mais ouve do que fala, tem o peso da sabedoria e a leveza de deixar um formigueiro passar. E ao rugido da matriarca, todo o bando de elefantes a segue, como ovelhas seguindo um pastor. Os sábios da época então deduziram que a mãe de Buda ou geraria um grande sacerdote ou um grande rei. Seu pai, preocupado com a vocação de sacerdote construiu o palácio onde não havia a morte, velhice ou doença, um palácio de total prazer e felicidade suprema para Buda escolher ser rei e não sacerdote. Educado até aos 7 anos por sua tia materna, pois sua mãe faleceu após 7 dias do seu nascimento. Recebeu educação tradicional a todos os príncipes indianos: a arte da guerra e os estudos religiosos e filosóficos. Casou aos 16 anos com Yashodara com quem teve um filho chamado Rahula, que por sinal, depois, se tornou discípulo de Buda. Buda morre aos 80 anos.
Após 29 anos, atormentado pelo enigma da existência, abandonou sua vida no palácio e toda a riqueza que o cercava e tornou-se um eremita radical, sannyasin, monge peregrino. Esta decisão após o encontro com um velho decrépito (velhice), um homem doente (debilidade); um ritual funerário e a pira (morte). Depois de 6 anos vivendo na miséria como asceta, ele ver num barco no rio um mestre ensinando a seu discípulo como afinar o instrumento musical que era da seguinte forma: se esticar muito a corda ela arrebenta, se folgar muito, não afina. Então Siddhartha Gautama ver que devia sair dos extremos, e encontrar o caminho do meio e deixou de ser asceta e voltou a ter uma vida normal. Depois de alguns dias meditando, chegou à iluminação ou o chamado estado de Buda, que segundo o livro dhammapada: “Buda é o estado espiritual que qualquer homem puro pode chegar, isto é, atingir uma consciência plena de um Buda ou de um Cristo, literalmente significa “Iluminado”.” Depois de atingir esse estado, ele revela as quatro nobres verdades: A existência do sofrimento, as causas do sofrimento, a cessação do sofrimento, o caminho da cessação do sofrimento.
Que é sofrimento? A própria vida é o sofrimento. Nascimento, trabalho, separação, velhice, morte, nisso se resume a nossa vida e tudo isso provoca sofrimento
De onde vem o sofrimento? Vem da ânsia de viver, do apego às coisas, da ambição, do ódio e da cegueira. Tudo isso leva a uma reencarnação após outra.
Como pode o sofrimento ser superado? Desfazendo-se do desejo. Só assim se consegue impedir os ciclos dos nascimentos. Qual a via para se chegar a isso?
A via média da razão: sem ir atrás nem do prazer nem da autopunição. O Nobre Óctuplo Caminho que conduz ao Nirvana. O Nobre óctuplo caminho é dividido em três partes:
- Conduta Ética: Reta Ação, Retas Palavras, Reto Meio de Vida.
-Disciplina Mental: Reto Esforço, Reta Atenção, Reta Concentração.
-Sabedoria: Retas Opiniões, Retas Intenções.

Linhas do Budismo

- Theravada
(Hinayana)
É escola muito voltada à prática; natureza pouco devocional e despojada de ritos
complexos. Linha a mais próxima ao discurso de Buddha. (38% do budistas do mundo praticam essa linha) Países em que mais se pratica: Sri Lanca, Laos, Biirmânia, Camboja, Tailândia

-Mahayana
Linha que desenvolveu toda uma mística sagrada de natureza eminentemente
devocional, onde um grande número de Buddhas e Bodhisattvas, todos de natureza mítica sagrada, vieram a compor estas linhas. Maioria dos budistas praticam essa linha, chegando a 58%. Escola do Lótus - é a Escola Devocional de Terra Pura e a Escola dos Mistérios, uma forma Chinesa do Buddhismo Tântrico. Escola Ch'an - Ou Zen, é a mais destacada das escolas chinesas.

-Vajrayana
Veículo de Diamante
(Veículo do Tantra)
Mais praticada na Ásia Central, Tibet, Nepal, Butão, Mongólia, China e Japão
As principais escolas: Nyingma, Kagyü, Sakya e Gelug (liderada pelo Dalai Lama), só cerca 6% da população de budistas praticam essa linha. O Dhammapada foi o livro sagrado que Buda deixou para nós, vamos nos deliciar:

IV- As Flores da Vida
Como a abelha toma o néctar da flor e deixa-a, sem danificar sua beleza e perfume, assim o sábio se encaminha nesta vida.

VI- O Sábio
Assim como uma montanha não é sacudida pelos ventos, o sábio não é agitado por elogio ou censura.

XI- Velhice
Se um homem não procura aprender, torna-se velho tal como um boi!
Aumenta de peso, envelhece, porém, não cresce em sabedoria.

Agora vamos interpretar duas parábolas budistas:

Tigelas

Certa vez um discípulo perguntou ao mestre Joshu:
- Mestre, por favor, o que é o Satori (iluminação para os japoneses)?
Joshu respondeu-lhe:
- Terminaste a refeição?
- É claro, mestre, terminei.
- Então, vai lavar tuas tigelas!

Significado: A iluminação é você fazer o que tem que ser feito.

Trabalhando Duro

Um discípulo foi ao seu mestre e disse fervorosamente:
“Eu estou ansioso para entender seus ensinamentos e atingir a iluminação! Quanto tempo vai demorar para eu obter este prêmio e dominar este conhecimento?”
A resposta do mestre foi casual:
“Uns dez anos...”
Impacientemente, o estudante completou:
“Mas eu quero entender todos os segredos mais rápido do que isto! Vou trabalhar duro! Vou praticar todo o dia, estudar e decorar todos os sutras, farei isso dez ou mais horas por dia!! Neste caso, em quanto tempo chegarei ao objetivo?”
O mestre pensou um pouco e disse suavemente:
“Vinte anos.”

Significado: a pessoa ansiosa, tensa vai perder mais tempo, o rio não se apressa.

Os budistas ainda dividem o mundo em dois:
Mundo superior: dos deuses, semi-deuses e humanos
Mundo inferior: do inferno, das pessoas infernais e animais

Autor: Victor da Silva Pinheiro



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