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sábado, 9 de outubro de 2010

Tempo: aliado ou inimigo?


Tempo: aliado ou inimigo?


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de um filósofo. São palavras dele e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


Iniciamos um texto com uma frase do filósofo Sêneca que diz que: “Nenhum vento é favorável se não se sabe ao qual porto quer chegar.” O tempo nas tradições antigas ora é vista como uma divindade, ora é visto como um carrasco que aprisiona. O tempo pode ser vista do seguinte ponto de vista: que é igual à vida, é finita, tem começo, meio e fim. Ou pode ser vista como algo eterno, muito além da nossa compreensão.
A maior parte dos seres humanos quer a felicidade. Nós não devemos querer desejar a felicidade, mas a sabedoria, e pelo desdobramento da vida sábia, surge à felicidade. É como Jesus prega: “Que quiser sua vida, a perderá, e quem perder sua vida, a achará!”. A felicidade está na luta, no aqui e agora, como diria os vikings: “Não é a derrota nem a vitória que nos pertence, mas sim a luta.” A felicidade está no meio, na caminhada. A sabedoria é dominar tudo que depende da pessoa e saber lidar com tudo que não depende da pessoa, isso é sabedoria. A felicidade é ficar contemplando de longe a felicidade e ter compromisso com a vida, quando assim, der repente, surge à felicidade.
Você confiaria num médico PHD em medicina que nunca operou ou num médico com dez anos de experiência cirúrgica? Você confiaria num piloto sortudo que nunca passou numa dificuldade ou um piloto azarado que sempre tá passando por dificuldades e sabe lidar com ela? Confiaria no azarado, pois tem mais experiências na dificuldade do que o sortudo, caso aconteça algo de ruim. Ayrton Senna, por exemplo, era um exímio piloto de corrida na chuva, pois sabia lidar com a dificuldade que dirigir na chuva, coisa que ele aprendeu na infância, com o kart.
O tempo inimigo é o tempo cronológico que tenta nos aprisionar. Porém, segundo Einstein, o tempo pode ser delatado ou comprimido. Como por exemplo, podemos citar o exemplo dos irmãos gêmeos, quando um viaja no espaço e outro permanece na Terra, o que permanece na Terra envelhece mais rápido.
O tempo/dimensão é dividido em quatro partes: físico, psicológico, mental e espiritual. O físico todos nós sabemos qual é, o psicológico está ligado às emoções, o mental ao pensamento e o espiritual é algo, além disso, a uma idéia, a consciência, ao mundo das idéias de Platão. Do ponto de vista mental a ampulheta do tempo só roda se aprendermos, se a consciência estiver presente no ponto de vista mental. O filósofo Cícero nos diz que se não estudarmos o passado dos nossos antepassados é permanecermos crianças para sempre. Na dimensão espiritual conta o que crescermos. O problema do tempo físico é quando nos apoiamos nele e não usamos ele como meio, mas como fim.
Uma velhinha bondosa pode ter mais sabedoria do que um PHD mau-caráter, pois o PHD mau-caráter pode usar esse conhecimento para o mal.
Eu posso pensar, mas para onde direcionar o pensamento parte do nosso lado espiritual. Se eu colocar o tempo como forma absoluta, ele nos aprisiona. Por exemplo, quando uma mulher chega aos trinta anos é criticada por não ter casado, por que o tempo em geral em que as mulheres casam são trinta anos. Porém, será que essa mulher está preparada para se casar? Para ter filhos?
Usando o tempo cronológico temos que construir nosso tempo de experiências. Uma máxima empresarial é que o cara mais atarefado da empresa é provavelmente aquele que vai lhe fazer um favor, uma tarefa empresarial com mais facilidade do que um cara que tem todo o tempo do mundo, mas sem compromisso nenhum com a vida.
A ferramenta para compreender o passado é a memória, para saber lidar com o passado e transformar em uma vivência, experiência, e não mais um peso para carregar na consciência. Já a ferramenta para dominar o presente é a atenção. Kayros, o Deus do tempo oportuno na mitologia grega era conhecido por que era careca com um topete, e ele passava ligeiro pelos lugares e talvez nunca mais voltasse para aquele lugar, então você tinha que estar preparado para agarrar a oportunidade de frente, segurando a oportunidade pelo topete. Temos que saber enfrentar a situação de frente, primeira condição é aceitar como você é e como as coisas são, para só assim, transformar, transmutar todos os valores como Nietzsche diz. Evitar os atos mecânicos da personalidade e as fantasias que é diferente de imaginação. E a ferramenta para saber lidar com o futuro é a imaginação. A imaginação que é conectada com a realidade diferente da fantasia que é qualquer coisa.
O homem decadente se entedia do presente, se arrepende do passado e fantasia o futuro. O homem verdadeiro pega o melhor do passado, vive o presente e antecipa o futuro. Para fazer isso o homem tem que ser livre, e ser livre não é fazer o que aparecer na mente, mas direcionar e respeitar as leis locais e universais. Por exemplo, você circula livremente no trânsito caso respeite as leis de trânsito. O ideal é estar vivendo no passado, presente e futuro, usando a memória, atenção e imaginação ao mesmo tempo. Isso se chama consciência. Você, leitor, pode ter passado os últimos anos procurando a consciência, mas a consciência passou a vida toda procurando você, esse presente texto é o cartão de vista da sua consciência para com você.
Com relação ao ócio, esse termo foi deturpado hoje em dia e se liga a isso a nada o que fazer, porém, para os gregos antigos, se o homem não estivesse em atividade, procurando o externo nas coisas, estaria quieto, procurando o ócio, o interior dentro dele mesmo.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



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