Tempo: aliado ou inimigo?
Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de um filósofo. São palavras dele e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.
Iniciamos um
texto com uma frase do filósofo Sêneca que diz que: “Nenhum vento é favorável
se não se sabe ao qual porto quer chegar.” O tempo nas tradições antigas ora é
vista como uma divindade, ora é visto como um carrasco que aprisiona. O tempo
pode ser vista do seguinte ponto de vista: que é igual à vida, é finita, tem
começo, meio e fim. Ou pode ser vista como algo eterno, muito além da nossa
compreensão.
A maior parte
dos seres humanos quer a felicidade. Nós não devemos querer desejar a
felicidade, mas a sabedoria, e pelo desdobramento da vida sábia, surge à
felicidade. É como Jesus prega: “Que quiser sua vida, a perderá, e quem perder
sua vida, a achará!”. A felicidade está na luta, no aqui e agora, como diria os
vikings: “Não é a derrota nem a vitória que nos pertence, mas sim a luta.” A
felicidade está no meio, na caminhada. A sabedoria é dominar tudo que depende
da pessoa e saber lidar com tudo que não depende da pessoa, isso é sabedoria. A
felicidade é ficar contemplando de longe a felicidade e ter compromisso com a
vida, quando assim, der repente, surge à felicidade.
Você confiaria
num médico PHD em medicina que nunca operou ou num médico com dez anos de
experiência cirúrgica? Você confiaria num piloto sortudo que nunca passou numa
dificuldade ou um piloto azarado que sempre tá passando por dificuldades e sabe
lidar com ela? Confiaria no azarado, pois tem mais experiências na dificuldade
do que o sortudo, caso aconteça algo de ruim. Ayrton Senna, por exemplo, era um
exímio piloto de corrida na chuva, pois sabia lidar com a dificuldade que
dirigir na chuva, coisa que ele aprendeu na infância, com o kart.
O tempo inimigo
é o tempo cronológico que tenta nos aprisionar. Porém, segundo Einstein, o
tempo pode ser delatado ou comprimido. Como por exemplo, podemos citar o
exemplo dos irmãos gêmeos, quando um viaja no espaço e outro permanece na
Terra, o que permanece na Terra envelhece mais rápido.
O tempo/dimensão
é dividido em quatro partes: físico, psicológico, mental e espiritual. O físico
todos nós sabemos qual é, o psicológico está ligado às emoções, o mental ao
pensamento e o espiritual é algo, além disso, a uma idéia, a consciência, ao
mundo das idéias de Platão. Do ponto de vista mental a ampulheta do tempo só
roda se aprendermos, se a consciência estiver presente no ponto de vista
mental. O filósofo Cícero nos diz que se não estudarmos o passado dos nossos
antepassados é permanecermos crianças para sempre. Na dimensão espiritual conta
o que crescermos. O problema do tempo físico é quando nos apoiamos nele e não
usamos ele como meio, mas como fim.
Uma velhinha
bondosa pode ter mais sabedoria do que um PHD mau-caráter, pois o PHD
mau-caráter pode usar esse conhecimento para o mal.
Eu posso pensar,
mas para onde direcionar o pensamento parte do nosso lado espiritual. Se eu colocar
o tempo como forma absoluta, ele nos aprisiona. Por exemplo, quando uma mulher
chega aos trinta anos é criticada por não ter casado, por que o tempo em geral
em que as mulheres casam são trinta anos. Porém, será que essa mulher está
preparada para se casar? Para ter filhos?
Usando o tempo
cronológico temos que construir nosso tempo de experiências. Uma máxima
empresarial é que o cara mais atarefado da empresa é provavelmente aquele que
vai lhe fazer um favor, uma tarefa empresarial com mais facilidade do que um
cara que tem todo o tempo do mundo, mas sem compromisso nenhum com a vida.
A ferramenta para compreender o passado
é a memória, para saber lidar com o passado e transformar em uma vivência,
experiência, e não mais um peso para carregar na consciência. Já a ferramenta
para dominar o presente é a atenção. Kayros, o Deus do tempo oportuno na
mitologia grega era conhecido por que era careca com um topete, e ele passava
ligeiro pelos lugares e talvez nunca mais voltasse para aquele lugar, então você
tinha que estar preparado para agarrar a oportunidade de frente, segurando a
oportunidade pelo topete. Temos que saber enfrentar a situação de frente,
primeira condição é aceitar como você é e como as coisas são, para só assim,
transformar, transmutar todos os valores como Nietzsche diz. Evitar os atos
mecânicos da personalidade e as fantasias que é diferente de imaginação. E a
ferramenta para saber lidar com o futuro é a imaginação. A imaginação que é
conectada com a realidade diferente da fantasia que é qualquer coisa.
O homem
decadente se entedia do presente, se arrepende do passado e fantasia o futuro.
O homem verdadeiro pega o melhor do passado, vive o presente e antecipa o
futuro. Para fazer isso o homem tem que ser livre, e ser livre não é fazer o que
aparecer na mente, mas direcionar e respeitar as leis locais e universais. Por
exemplo, você circula livremente no trânsito caso respeite as leis de trânsito.
O ideal é estar vivendo no passado, presente e futuro, usando a memória,
atenção e imaginação ao mesmo tempo. Isso se chama consciência. Você, leitor,
pode ter passado os últimos anos procurando a consciência, mas a consciência
passou a vida toda procurando você, esse presente texto é o cartão de vista da
sua consciência para com você.
Com relação ao
ócio, esse termo foi deturpado hoje em dia e se liga a isso a nada o que fazer,
porém, para os gregos antigos, se o homem não estivesse em atividade,
procurando o externo nas coisas, estaria quieto, procurando o ócio, o interior
dentro dele mesmo.
Autor: Victor da Silva Pinheiro
Artigo interessante.
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