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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Evangelhos Sinóticos – Aula 14 – Infância de Jesus

Evangelhos Sinóticos – Aula 14 – Infância de Jesus

Escola de Teologia Discípulos Missionários da igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.


Enquanto os evangelhos apócrifos são riquíssimos e falam de vários episódios da infância de Jesus, os evangelhos canônicos, da bíblia, falam muito pouco. E só os Evangelhos de Mateus e Lucas fazem alguma referência à infância de Jesus. Abordaremos aqui a infância de Jesus segundo os Evangelhos canônicos.
Em Mateus há o compromisso entre Maria e José. O compromisso de casamento era firmado um ano antes das núpcias e das bodas na cultura judaica daquela época. As núpcias eram realizadas na primeira noite das bodas, e a bodas, que era a festa, durava 1 semana. Só que Maria fica grávida antes de coabitar, e um anjo manifesta-se a José em sonhos. Por José ser justo não denuncia Maria, mas a rejeita em segredo e depois assume a paternidade legal de Jesus. Há em Mateus a ocorrência dos 3 reis magos, que possivelmente eram astrólogos e vieram guiados pela estrela de Belém. Há também registrado o massacre dos inocentes e a fuga para o Egito de José, Maria e Jesus. A visita dos 3 reis magos que vieram do oriente para adorar-lo simboliza que para Mateus, Jesus é o novo Davi, o novo Salomão, pois na época desses reis vinham gente de outras regiões para visitar os seus respectivos reinos. O massacre dos inocentes também lembra a matança de crianças que houve na época do nascimento de Moisés, Mateus ao colocar essa passagem também quer dizer que Jesus é o novo Moisés. Depois que Herodes o grande morre, José, Maria e Jesus voltam para Israel e se estabelecem em Nazaré. Como diria a profecia: “E será chamado nazareno”.
Agora vamos na perspectiva de Lucas: o anjo Gabriel dirigi-se a Zacarias e a Maria. Enquanto Zacarias fica mudo e surdo temporariamente por duvidar do nascimento de João Batista, Maria aceita a idéia de conceder o filho de Deus. Provavelmente na comunidade de Lucas havia ainda seguidores de João Batista e Lucas faz questão de falar no seu evangelho que João Batista era o precursor do messias, aquele que veio abrir caminho, e não era o messias. Depois Maria vai visitar Isabel, depois há o nascimento e circuncisão de João Batista. Na visita de Maria ela canta o magnificat. O evangelho ainda fala mais um pouco da vida oculta de João Batista, depois fala do nascimento de Jesus e da visita dos pastores, da circuncisão e apresentações e depois mais cânticos. Depois fala do encontro de Jesus entre os doutores e vida oculta de Jesus. A circuncisão ocorria no oitavo dia e no oitavo dia o menino recebia o nome. 40 dias depois, era apresentado no templo. Depois ainda tem os cânticos de Simeão; nos manuscritos mais antigos se encontra rimas entre eles, por isso são chamados de cânticos.
Agora vamos adentrar mais no simbolismo e na teologia: toda noite para nós deve ser como uma preparação para a morte. Pois a morte é apenas uma passagem, como diz São Francisco de Assis: “E é morrendo que se vive para a vida eterna...!” Diferenças inconciliáveis entre Lucas e Mateus: Lucas não fala sobre o episódio de Herodes e dos magos. Nem na fuga para o Egito. E sobre o problema de José. Já Mateus não fala nada a respeito dos episódios do templo, e nada a respeito de uma residência em Nazaré antes da volta do Egito. E também nada sobre o recenseamento. Quando Lucas fala do recenseamento coloca o seu evangelho num determinado momento histórico da humanidade, praticamente coloca a data do evento do evangelho na história. Pois Lucas tem mais uma perspectiva histórica, universal e social.
Elementos comuns entre os dois evangelistas: ambos falam que são nascidos em Belém, e que Maria era virgem ao conceber Jesus. E ambos se utilizam de elementos do antigo testamento. A reflexão teológica: fontes, ou certamente, perspectivas teológicas diferentes. Ambos refletem na filiação divina e da concepção virginal. Encontramos nos relatos da infância referências a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Por que os 3 reis magos oferecem ouro, incenso e mirra na visita ao menino Jesus? O ouro é por que nasceu um rei, um homem de ouro, onde há ouro no seu coração; o incenso era oferecido aos Deuses entre os pagãos, então quando os 3 reis magos oferecem incenso estão dizendo que tinha acabado de nascer Deus encarnado. E a mirra é uma erva amarga, que faz referência à cruz que Jesus carregaria na sua morte. O presépio aparece em Lucas. Santo Agostinho diz que o Boi simboliza os judeus, pois os judeus ofereciam bois em sacrifícios, e o jumento simboliza os pagãos, pois o jumento nasce de uma relação impura. Então essa passagem quer dizer que Jesus tanto veio para os da casa de Israel, os judeus, quanto veio para salvar também os pagãos. A perspectiva de Mateus reveste a tonalidade trágica, dolorosa e estupenda. Destaca-se a figura de José, que era da casa de Davi, e os sonhos que José tem, lembram outro José, o filho de Jacó, que interpretava sonhos, que inclusive José é também da casa de Jacó, já que é da casa de Davi. Já Lucas apresenta um forte tom de alegria, uma alegria que vem junto com o espanto. E coloca João Batista em seu lugar, como precursor e não messias. Destaca-se Maria bem como outras mulheres, é marcado por hinos, exalta a humildade de Jesus, e destacam-se personagens excluídos.
Agora falaremos do natal: só no ano 336 quando o Império Romano foi convertido ao cristianismo, é que se tem registro do natal mais antigo celebrado nessa data: 25 de dezembro. Essa data era celebrada entre os pagãos por um Deus do Sol. E como muitos consideravam Jesus o sol, essa data foi oficializada como a data do nascimento de Jesus, fazendo clara referência, mais simbologia do que a precisão histórica do dia exato do nascimento de Cristo. A tradição apócrifa já fala que Jesus nasceu no dia 1 de março e que era um pisciano nato, que falava por meio de parábolas e realizava milagres. Jesus nasceu numa manjedoura, segundo Lucas, e morreu na cruz, segundo todos os evangelistas. Seu local de nascimento e morte foi no elemento da madeira. Só pegando uma tangente, a espada de madeira era símbolo da liberdade, e Jesus veio pregar a liberdade de espírito.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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Um comentário:

  1. Olá Victor! Estou novamente aqui.
    “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (João 3:16 e 17)

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)

    Gostaria de lhe convidar para que comentasse o meu “A Cruel Vingança De Seu Ignácio”. Ok?
    http://jefhcardoso.blogspot.com de blog em blog.

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