Introdução à Filosofia
Esse texto são
anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa de
Brasília. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema
abordado.
Platão diz que quando uma sociedade decai no materialismo, as palavras se
esvaziam, e ao se esvaziar as palavras, decai a mais sagrada das artes: a arte
de ensinar. E isso isola o homem. Etimologicamente, a palavra filosofia foi
criada pelo matemático e filósofo Pitágoras, da Grécia Antiga. Quando foram
dizer a Pitágoras que ele era um sábio, Pitágoras respondeu que sábio foram
aqueles que os ensinou, que detinham o conhecimento. Ele, Pitágoras, não
detinha o conhecimento, mas amava a sabedoria, daí surge o termo grego Philos +
Sophos, filosofia: amor a sabedoria. Pitágoras viajou pelo Egito e Índia nessa
busca pela sabedoria. O termo filosofia então surge nessa época, mas a
filosofia sempre existiu muito antes mesmo da Grécia sonhar em existir. E hoje,
o termo sabedoria está muito mal entendido. Hoje, se sairmos nas ruas e
pedíssemos a essas pessoas para citar um homem sábio, provavelmente essa pessoa
dirá um nome de um intelectual, aquele tem muita informação, mas não vivencia o
que sabe, tem pouca formação. Agora se perguntássemos a Sócrates que nos
apontasse um homem sábio, provavelmente ele apontaria para um homem bem simples.
Na Antiguidade, sabedoria era dividida em duas partes: informação e formação.
Hoje, porém, se considera uma pessoa sábia aquele que tem mais informação.
Imagine um homem que teoricamente sabe tudo sobre como superar o medo, e está
dando uma palestra sobre esse tema. Quando menos se espera, aparece um rato, e
esse palestrante corre com medo. Resumindo: ele não sabia como superar o medo,
tinha muita informação sobre o assunto, mas não tinha vivenciado, não tinha a
formação adequada para superar um dos menores medos: o medo de rato. Agora
imagine que um homem teoricamente estudou tudo sobre natação e na primeira
esquina aparece uma pessoa dizendo que não é possível nadar, então esse homem
que sabe tudo sobre natação mergulha no mar para salvar alguém que está se
afogando. Então, aquele conhecimento teórico, passou a ser prático, passou a
ser dele, por que ele praticou.
As 3 perguntas básicas da filosofia são: De onde eu vim? Para onde eu vou? E
Por que estou aqui? Porém, para responder a essas perguntas a filosofia te dará
um sentido de vida. Os filósofos pré-socráticos consideravam a natureza
cósmica, harmônica, e diziam esses filósofos que as respostas estão na
natureza. Consideravam que podíamos ver a sabedoria na natureza. Por isso
quando a Biblioteca de Alexandria foi queimada, os discípulos foram se lamentar
com os sábios da época o tanto de conhecimento que foi perdido com o incêndio,
e os sábios naturalmente disseram que a sabedoria não está nos livros, mas na
natureza. Os livros apenas compilam o que está a nossa volta. Exemplo: a
aerodinâmica na ciência se espelhou naqueles pássaros que voam em “V”.
Tua identidade é dada pela função que tu faz pelo todo. Como diz na bíblia:
“Pelas vossas obras vos conhecereis.” Imagine se as plantas se revoltassem e
parassem de fazer fotossíntese, influenciaria a vida animal e a vida humana, e
assim, a vida deixaria de existir, por que um grupo de seres vivos deixou de
realizar a sua função na natureza, influenciando assim o todo, o macro. Se
fossemos perguntar as pessoas hoje qual é o sentido de vida delas, não teríamos
respostas tão diferentes como na época em que Sócrates fez esse questionamento
há milênios atrás. Teríamos respostas ligadas ao conforto, diversão, instinto,
prazer gustativos, e etc. Aspectos só ligados a sobrevivência, ao lado animal.
E nesse aspecto, os animais se sobressaem melhor do que os humanos, por que
sobrevivem melhor. Exemplo: você por acaso já viu algum animal contribuir com o
aquecimento global? Na mitologia grega temos o minotauro, que tinha cabeça de
touro e corpo de homem, em que o animal controla o homem. Já o centauro, que
tem cabeça de homem e corpo de cavalo, simboliza o homem dominando seu lado
animal, os instintos. O símbolo do signo de sagitário é o centauro arqueiro. O
homem tem uma natureza animal, voltada para a sobrevivência, é natural, o problema
é quando esse lado animal do homem domina o homem. É o pentagrama invertido, o
homem servido aos instintos. Como disse William Wallace no filme “Coração
Valente (Braveheart)”: “Todos os homens
morrem, mas só alguns homens vivem!”.
Agora, o que é próprio do homem, que o diferencia de todos os animais? É a
busca por valores, virtudes e sabedoria. Se o homem não se alimenta desses
aspectos próprios dos homens, ele apenas passa a sobreviver, morre como ser
humano. E isso inviabiliza outros meios de vida na Terra, surge à miséria, o
aquecimento global, e etc. Todo homem tem o dever de buscar o ideal humano, de
valores, virtudes e sabedoria. Para darmos alguma inclinação a nossas vidas, é
necessário nos elevarmos até o Pai Celeste, usando uma linguagem cristã, por
exemplo. Como também podemos encontrar essa linguagem no budismo. As religiões
são meios de transportes indo todos esses meios a um mesmo lugar. São galhos de
uma mesma árvore. Como disse Jesus na bíblia: “Na casa do meu Pai há várias moradas.”
Temos que dar valor a integridade, ao bem, a justiça. Isso que nos deixa
humanos, demasiado humanos. Como disse certo filósofo do século 20: “A evolução
é uma apuração do gosto.” E Sócrates disse: “Só é útil aquilo que nos torna
melhores!” E como disse o filósofo Platão, discípulo de Sócrates: “Vale mais um
homem que sabe uma única verdade e vive em coerência com essa verdade, do que
um homem que sabe várias verdades e não está comprometido com nenhuma dessas
verdades.” Filosofar, em resumo é: estudar e vivenciar o que cada autor e
civilização deixaram de melhor para a humanidade. Praticar a filosofia, como na
época clássica.
Autor: Victor da Silva Pinheiro
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