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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Introdução à Filosofia

Introdução à Filosofia


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa de Brasília. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


                Platão diz que quando uma sociedade decai no materialismo, as palavras se esvaziam, e ao se esvaziar as palavras, decai a mais sagrada das artes: a arte de ensinar. E isso isola o homem. Etimologicamente, a palavra filosofia foi criada pelo matemático e filósofo Pitágoras, da Grécia Antiga. Quando foram dizer a Pitágoras que ele era um sábio, Pitágoras respondeu que sábio foram aqueles que os ensinou, que detinham o conhecimento. Ele, Pitágoras, não detinha o conhecimento, mas amava a sabedoria, daí surge o termo grego Philos + Sophos, filosofia: amor a sabedoria. Pitágoras viajou pelo Egito e Índia nessa busca pela sabedoria. O termo filosofia então surge nessa época, mas a filosofia sempre existiu muito antes mesmo da Grécia sonhar em existir. E hoje, o termo sabedoria está muito mal entendido. Hoje, se sairmos nas ruas e pedíssemos a essas pessoas para citar um homem sábio, provavelmente essa pessoa dirá um nome de um intelectual, aquele tem muita informação, mas não vivencia o que sabe, tem pouca formação. Agora se perguntássemos a Sócrates que nos apontasse um homem sábio, provavelmente ele apontaria para um homem bem simples.
                Na Antiguidade, sabedoria era dividida em duas partes: informação e formação. Hoje, porém, se considera uma pessoa sábia aquele que tem mais informação. Imagine um homem que teoricamente sabe tudo sobre como superar o medo, e está dando uma palestra sobre esse tema. Quando menos se espera, aparece um rato, e esse palestrante corre com medo. Resumindo: ele não sabia como superar o medo, tinha muita informação sobre o assunto, mas não tinha vivenciado, não tinha a formação adequada para superar um dos menores medos: o medo de rato. Agora imagine que um homem teoricamente estudou tudo sobre natação e na primeira esquina aparece uma pessoa dizendo que não é possível nadar, então esse homem que sabe tudo sobre natação mergulha no mar para salvar alguém que está se afogando. Então, aquele conhecimento teórico, passou a ser prático, passou a ser dele, por que ele praticou.
                As 3 perguntas básicas da filosofia são: De onde eu vim? Para onde eu vou? E Por que estou aqui? Porém, para responder a essas perguntas a filosofia te dará um sentido de vida. Os filósofos pré-socráticos consideravam a natureza cósmica, harmônica, e diziam esses filósofos que as respostas estão na natureza. Consideravam que podíamos ver a sabedoria na natureza. Por isso quando a Biblioteca de Alexandria foi queimada, os discípulos foram se lamentar com os sábios da época o tanto de conhecimento que foi perdido com o incêndio, e os sábios naturalmente disseram que a sabedoria não está nos livros, mas na natureza. Os livros apenas compilam o que está a nossa volta. Exemplo: a aerodinâmica na ciência se espelhou naqueles pássaros que voam em “V”.
                Tua identidade é dada pela função que tu faz pelo todo. Como diz na bíblia: “Pelas vossas obras vos conhecereis.” Imagine se as plantas se revoltassem e parassem de fazer fotossíntese, influenciaria a vida animal e a vida humana, e assim, a vida deixaria de existir, por que um grupo de seres vivos deixou de realizar a sua função na natureza, influenciando assim o todo, o macro. Se fossemos perguntar as pessoas hoje qual é o sentido de vida delas, não teríamos respostas tão diferentes como na época em que Sócrates fez esse questionamento há milênios atrás. Teríamos respostas ligadas ao conforto, diversão, instinto, prazer gustativos, e etc. Aspectos só ligados a sobrevivência, ao lado animal. E nesse aspecto, os animais se sobressaem melhor do que os humanos, por que sobrevivem melhor. Exemplo: você por acaso já viu algum animal contribuir com o aquecimento global? Na mitologia grega temos o minotauro, que tinha cabeça de touro e corpo de homem, em que o animal controla o homem. Já o centauro, que tem cabeça de homem e corpo de cavalo, simboliza o homem dominando seu lado animal, os instintos. O símbolo do signo de sagitário é o centauro arqueiro. O homem tem uma natureza animal, voltada para a sobrevivência, é natural, o problema é quando esse lado animal do homem domina o homem. É o pentagrama invertido, o homem servido aos instintos. Como disse William Wallace no filme “Coração Valente (Braveheart)”: “Todos os homens morrem, mas só alguns homens vivem!”.
                Agora, o que é próprio do homem, que o diferencia de todos os animais? É a busca por valores, virtudes e sabedoria. Se o homem não se alimenta desses aspectos próprios dos homens, ele apenas passa a sobreviver, morre como ser humano. E isso inviabiliza outros meios de vida na Terra, surge à miséria, o aquecimento global, e etc. Todo homem tem o dever de buscar o ideal humano, de valores, virtudes e sabedoria. Para darmos alguma inclinação a nossas vidas, é necessário nos elevarmos até o Pai Celeste, usando uma linguagem cristã, por exemplo. Como também podemos encontrar essa linguagem no budismo. As religiões são meios de transportes indo todos esses meios a um mesmo lugar. São galhos de uma mesma árvore. Como disse Jesus na bíblia: “Na casa do meu Pai há várias moradas.” Temos que dar valor a integridade, ao bem, a justiça. Isso que nos deixa humanos, demasiado humanos. Como disse certo filósofo do século 20: “A evolução é uma apuração do gosto.” E Sócrates disse: “Só é útil aquilo que nos torna melhores!” E como disse o filósofo Platão, discípulo de Sócrates: “Vale mais um homem que sabe uma única verdade e vive em coerência com essa verdade, do que um homem que sabe várias verdades e não está comprometido com nenhuma dessas verdades.” Filosofar, em resumo é: estudar e vivenciar o que cada autor e civilização deixaram de melhor para a humanidade. Praticar a filosofia, como na época clássica.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



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