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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Introdução à Filosofia

Introdução à Filosofia


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa de Brasília. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


                Platão diz que quando uma sociedade decai no materialismo, as palavras se esvaziam, e ao se esvaziar as palavras, decai a mais sagrada das artes: a arte de ensinar. E isso isola o homem. Etimologicamente, a palavra filosofia foi criada pelo matemático e filósofo Pitágoras, da Grécia Antiga. Quando foram dizer a Pitágoras que ele era um sábio, Pitágoras respondeu que sábio foram aqueles que os ensinou, que detinham o conhecimento. Ele, Pitágoras, não detinha o conhecimento, mas amava a sabedoria, daí surge o termo grego Philos + Sophos, filosofia: amor a sabedoria. Pitágoras viajou pelo Egito e Índia nessa busca pela sabedoria. O termo filosofia então surge nessa época, mas a filosofia sempre existiu muito antes mesmo da Grécia sonhar em existir. E hoje, o termo sabedoria está muito mal entendido. Hoje, se sairmos nas ruas e pedíssemos a essas pessoas para citar um homem sábio, provavelmente essa pessoa dirá um nome de um intelectual, aquele tem muita informação, mas não vivencia o que sabe, tem pouca formação. Agora se perguntássemos a Sócrates que nos apontasse um homem sábio, provavelmente ele apontaria para um homem bem simples.
                Na Antiguidade, sabedoria era dividida em duas partes: informação e formação. Hoje, porém, se considera uma pessoa sábia aquele que tem mais informação. Imagine um homem que teoricamente sabe tudo sobre como superar o medo, e está dando uma palestra sobre esse tema. Quando menos se espera, aparece um rato, e esse palestrante corre com medo. Resumindo: ele não sabia como superar o medo, tinha muita informação sobre o assunto, mas não tinha vivenciado, não tinha a formação adequada para superar um dos menores medos: o medo de rato. Agora imagine que um homem teoricamente estudou tudo sobre natação e na primeira esquina aparece uma pessoa dizendo que não é possível nadar, então esse homem que sabe tudo sobre natação mergulha no mar para salvar alguém que está se afogando. Então, aquele conhecimento teórico, passou a ser prático, passou a ser dele, por que ele praticou.
                As 3 perguntas básicas da filosofia são: De onde eu vim? Para onde eu vou? E Por que estou aqui? Porém, para responder a essas perguntas a filosofia te dará um sentido de vida. Os filósofos pré-socráticos consideravam a natureza cósmica, harmônica, e diziam esses filósofos que as respostas estão na natureza. Consideravam que podíamos ver a sabedoria na natureza. Por isso quando a Biblioteca de Alexandria foi queimada, os discípulos foram se lamentar com os sábios da época o tanto de conhecimento que foi perdido com o incêndio, e os sábios naturalmente disseram que a sabedoria não está nos livros, mas na natureza. Os livros apenas compilam o que está a nossa volta. Exemplo: a aerodinâmica na ciência se espelhou naqueles pássaros que voam em “V”.
                Tua identidade é dada pela função que tu faz pelo todo. Como diz na bíblia: “Pelas vossas obras vos conhecereis.” Imagine se as plantas se revoltassem e parassem de fazer fotossíntese, influenciaria a vida animal e a vida humana, e assim, a vida deixaria de existir, por que um grupo de seres vivos deixou de realizar a sua função na natureza, influenciando assim o todo, o macro. Se fossemos perguntar as pessoas hoje qual é o sentido de vida delas, não teríamos respostas tão diferentes como na época em que Sócrates fez esse questionamento há milênios atrás. Teríamos respostas ligadas ao conforto, diversão, instinto, prazer gustativos, e etc. Aspectos só ligados a sobrevivência, ao lado animal. E nesse aspecto, os animais se sobressaem melhor do que os humanos, por que sobrevivem melhor. Exemplo: você por acaso já viu algum animal contribuir com o aquecimento global? Na mitologia grega temos o minotauro, que tinha cabeça de touro e corpo de homem, em que o animal controla o homem. Já o centauro, que tem cabeça de homem e corpo de cavalo, simboliza o homem dominando seu lado animal, os instintos. O símbolo do signo de sagitário é o centauro arqueiro. O homem tem uma natureza animal, voltada para a sobrevivência, é natural, o problema é quando esse lado animal do homem domina o homem. É o pentagrama invertido, o homem servido aos instintos. Como disse William Wallace no filme “Coração Valente (Braveheart)”: “Todos os homens morrem, mas só alguns homens vivem!”.
                Agora, o que é próprio do homem, que o diferencia de todos os animais? É a busca por valores, virtudes e sabedoria. Se o homem não se alimenta desses aspectos próprios dos homens, ele apenas passa a sobreviver, morre como ser humano. E isso inviabiliza outros meios de vida na Terra, surge à miséria, o aquecimento global, e etc. Todo homem tem o dever de buscar o ideal humano, de valores, virtudes e sabedoria. Para darmos alguma inclinação a nossas vidas, é necessário nos elevarmos até o Pai Celeste, usando uma linguagem cristã, por exemplo. Como também podemos encontrar essa linguagem no budismo. As religiões são meios de transportes indo todos esses meios a um mesmo lugar. São galhos de uma mesma árvore. Como disse Jesus na bíblia: “Na casa do meu Pai há várias moradas.” Temos que dar valor a integridade, ao bem, a justiça. Isso que nos deixa humanos, demasiado humanos. Como disse certo filósofo do século 20: “A evolução é uma apuração do gosto.” E Sócrates disse: “Só é útil aquilo que nos torna melhores!” E como disse o filósofo Platão, discípulo de Sócrates: “Vale mais um homem que sabe uma única verdade e vive em coerência com essa verdade, do que um homem que sabe várias verdades e não está comprometido com nenhuma dessas verdades.” Filosofar, em resumo é: estudar e vivenciar o que cada autor e civilização deixaram de melhor para a humanidade. Praticar a filosofia, como na época clássica.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



sábado, 24 de setembro de 2011

Carta 3 – Viagem a Cidade de Natal



Carta 3 – Viagem a Cidade de Natal

               Rachel, no São João desse corrente ano, passei duas noites no maior São João do Mundo na cidade de Campina Grande, estado da Paraíba, Brasil. Lá conheci uma amiga da internet que é da cidade de Natal. Ela é taurina como eu e você. Só que tem uma coisa: ela tem 43 anos e eu tenho 27. Mesmo assim, nós ficamos, namoramos. Depois, num dos primeiros fins de semana de julho, eu fui a Natal passar um final de semana com ela. Ficamos num hotel acho que era na praia dos artistas. Conhecemos o mercado de artesanato em Natal, e conhecemos a Escola Filosófica Internacional Nova Acrópole de Natal e a Comunidade Católica Shalom. O pessoal da Nova Acrópole como sempre muito gentil e atencioso. Já na Comunidade Shalom foi muito bom. Íamos participar de um grupo de oração, mas não houve nesse dia, porém houve uma palestra do fundador da comunidade Shalom, um vídeo dele gravado, de Moysés Azevedo, que já se encontrou com o papa, segundo a foto do site da comunidade. Foi interessante a palestra dele. Mas antes de comentar sobre a palestra, queria dizer que conhecemos um jovem lá da comunidade, e ele nos deu atenção e disse que padre Márcio, da nossa comunidade Doce Mãe de Deus, já deu palestra lá na Shalom de Natal. Então, na palestra, Moysés contou que na adolescência tinha decidido aproveitar a vida. E que só depois da mãe dele ter várias filhas, foi que nasceu Moysés. A mãe e o pai dele estavam esperando um filho homem há muito tempo. E depois de muita oração, ele nasceu. Porém, no começo da adolescência ele decide curtir a vida, e coloca a igreja em segundo plano. Porém o pai dele fez com que ele fosse à missa de manhãzinha aos domingos. Mesmo ele a contragosto, ia para missa, às vezes depois de uma noite toda na farra. Já que ele era dependente dos pais dele, ele tinha que acatar as ordens do pai para ir a missa ao domingo, no começo da manhã. Ele ia morrendo de sono. 
            No colégio, uma menina católica, quando ele fazia o ensino médio, sempre convidada ele para os eventos da comunidade católica dele, mas ele não ia. Até que um dia ela o inscreveu num evento da igreja dela, e ele a contragosto foi a esse evento. O importante ressaltar é que ela tinha falado com uma irmã (freira) da igreja, e essa por sua vez falou com o padre e o padre falou com o bispo que antecipou a ida dele a esse encontro. Já que dependia de um sorteio ou alguma coisa parecida para ele participar desse encontro. Como se fosse um Encontro de Jovens com Cristo, o famoso EJC, onde em algumas igrejas se inscrevem muitos, mas por sorteio só alguns são escolhidos, devido à grande demanda de pessoas. Nesse encontro ele teve uma experiência com Jesus Cristo, e foi logo dizer a essa amiga dele da escola: “Olha, você tem que entender uma coisa: Deus me ama” e ele ficou repetindo isso para ela, e foi engraçada essa hora por que ela, segundo ele, ficou dizendo: “Moysés, calma, Deus ama todo mundo!”. Depois desse encontro ele disse que durante um tempo ele tentou conciliar sua vida do mundo, de festas, com a vida cristã, mas não estava dando certo, então ele decide entregar totalmente sua vida a Cristo.
               Mas voltando, o nome da minha ex-namorada é Ana Suely, ela contou alguns fatos marcantes da vida dela para mim, e eu contei alguns fatos marcantes da minha vida a ela. Ela também é católica e disse que já repousou no espírito várias vezes na igreja. Fiz até uma poesia para ela quando voltei para João Pessoa. O título da minha poesia é “Menina Mulher” e está no meu site. Porém, depois ficamos nos comunicando através da internet e telefone, e ela decidiu acabar o namoro comigo por que causa da diferença de idade. Ela disse que eu tinha que arrumar uma menina mais ou menos da minha idade, e disse que era errado manter esse namoro devido à diferença de idade entre nós. Ela também disse que eu era especial. No mais, um abraço Rachel.

João Pessoa, Paraíba, Brasil, 24/09/2011

autor: Victor da Silva Pinheiro



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O amor entre o poeta Khalil Gibran e sua amada Mary Haskell



O amor entre o poeta Khalil Gibran e sua amada Mary Haskell


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


O livro “O Profeta” nasceu das diversas cartas de amor de Mary Haskell. Gibran é libanês de origem muito pobre, e seu pai era alcoólatra. Sua mãe que era analfabeta, pega o seu filho do primeiro casamento, mais Gibran e suas duas irmãs, e vão para os Estados Unidos. Gibran tinha como ofício principal a carreira de pintor, e o ato de escrever era secundário. Interessante notar que foi através da literatura que Gibran ficou conhecido mundialmente, que acabou se imortalizando. Na adolescência volta a Beirute para praticar o árabe, aprende frânces, que era a língua da moda na época, e estuda literatura. Depois de 4 anos volta aos Estados Unidos. Em um ano e meio, perde um irmão e uma irmã pela tuberculose, e a mãe morre do coração. Aos 21 anos conhece Mary Haskell, que tinha na época 31 anos. E a partir daí passam a se corresponder até o final da vida de Gibran. Nessa comunicação, girou em torno de 600 cartas. Ela foi pobre, mas fica rica e vira um mecenas, sem perder a simplicidade. Na primeira carta de Gibran, onde ele comenta seu primeiro encontro com Mary, ele ressalta que não era a primeira vez que a conhecia. Dando a entender talvez que já conhecia ela de outras vidas, sei lá. Na época, Paris era a capital cultural do mundo, como ainda é hoje de certo modo, e Mary patrocina a ida de Gibran para a França com a responsabilidade de cuidar da irmã dele nos Estados Unidos. Ele passa 2 anos em Paris e volta para os Estados Unidos. E pede ela em casamento, e ela recusa. Não se sabe ao certo por que ela recusou. O irmão dela não via com bons olhos o relacionamento dos dois, e por ela ser de uma típica família americana, e ele um estrangeiro libanês, talvez a família dela tivesse algum preconceito com a relação dos dois. Porém, o amor dos dois continua firme e forte. Khalil Gibran escreve o profeta compartilhando cartas com Mary, que o ajuda a formular seu mais famoso livro, corrigindo o livro e o aperfeiçoando. Na morte de Gibran, com 48 anos, Mary se mantém serena, com a convicção que não perdeu ele, pois continua viva no seu coração a chama desse amor, que é eterno.
O mundo é dividido em 3 partes: Espiritual, Alma(ou psique) e corpo(o físico, a matéria). A união só pela parte física é muito breve, se esgota rapidamente. Já a união pela psique, é mais duradoura, porém, também se esgota. Já a união pela parte espiritual, pelo amor a justiça, a bondade, é uma união de almas gêmeas, que se unem pela estrela que olham, e essa estrela os unem. E através dessa união espiritual, une a psique, e o físico, harmonizando os 3 mundos, os 3 aspectos do homem. Esse amor, segundo Platão, pode durar toda uma vida, e até, além disso. Então o amor platônico é aquele que se realiza, que acontece no mundo espiritual. E não precisa ter a conotação sexual para existir o amor platônico, esse amor pode ser de um amigo para outro amigo, de pai para filho, de mestre para discípulo. No livro de Platão “O Banquete”, em que ele fala do amor, ele diz que no início as pessoas eram andróginas, e por causa disso eram pessoas muitos fortes, chegando ao ponto de desafiar os deuses. Então Zeus responde a esse desafio dividindo essas pessoas ao meio. Desde então, uma metade passa a vida toda procurando a outra metade. Para voltarem à unidade, a se unir só que agora servindo ao divino e não mais desafiando o divino. São as almas gêmeas. Cícero, um filósofo e senador romano diz em relação à amizade, que também pode ser usada essa frase com relação ao amor: “Certificasse de que és um fator de soma nas vidas das pessoas, em que participa, certificando que o fato de participamos nas vidas dessas pessoas, deixou essa pessoa melhor.” Almas gêmeas não são um o oposto do outro, mas o complemento. O amor não é um elemento passivo, uma paixão, mas é um sentimento para toda uma vida e além disso, se realizando em si mesmo, não sendo afetado pelo tempo, onde um quer o bem do outro, colocando o outro em primeiro lugar. O amor não tem carência, não quer nada para si, se auto-realiza, como Jesus diz na bíblia: “Novo mandamento vos dou: amai-vos como eu vos amei, não há maior amor do que aquele que doa a sua vida pelo seu amigo, e vos sereis meus amigos se fizeres o que eu vos mando, e eu vos mando isso: amai-vos como eu vos amei. Já não mais vos chamo servo, por que o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho vos chamado amigos. Por que tudo o quanto aprendi com meu Pai, vos tendo dado a conhecer. Não fostes vos que me escolhes, pelo contrário, fui eu que vos escolhi para que vades e deis bons frutos. Se permaneceres meus discípulos, e conhecerás a verdade, e a verdade vos libertará.”
                Nas cartas, um desafia o outro a elevasse. A mulher dar ao homem a sua missão, e vice-versa. Tudo que precisamos está em nós mesmo, que compartilhamos com o outro. Khalil Gibran diz mais ou menos isso no livro “O Profeta”: Cada um deve seguir o seu caminho, subindo a pirâmide, não bebendo do mesmo cálice, almas gêmeas, unidos pela estrela que olham. Khalil Gibran diz em uma das cartas que o verdadeiro relacionamento é o diálogo de 4 vozes: do invisível de um com o invisível do outro, do visível de um, com o visível do outro. Onde que, mesmo que haja atrito no diálogo dos lados visíveis, a alma permanece em paz. O amor é a busca da unidade na multiplicidade, como disse minha mestra Lúcia Helena Galvão. O amor é uma entrega incondicional. E se um ser humano atingiu esse estado de amor, todo ser humano é possível atingir esse estado de amor.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Revelando Leonardo Da Vinci


Revelando Leonardo Da Vinci


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


                Inicio o referido texto falando do contexto histórico que Leonardo Da Vinci viveu. A queda do feudalismo começou no século 11. Com as cruzadas a Europa tem contato com a rica civilização árabe, que está vivendo o seu auge, na filosofia, arte, ciência, política e religião. Devido a esse contato, o comércio começa a ganhar importância na Europa. No século 14 há um colapso no sistema feudal. Surge a peste negra e a guerra dos cem anos. Para cobrir o contingente de pessoas que foram mortos pela peste negra e pela guerra, os trabalhadores trabalham mais horas e são explorados. A nobreza se enfraquece, e a burguesia se fortalece. E essa burguesia dar apoio ao estado nacional, para descentralizar o poder da nobreza e da igreja. As pesquisas científicas são incentivadas. Surgem os mecenas, famílias ricas que financiam os grandes artistas do renascimento. Os grandes pensadores dessa época são chamados de humanistas, e pregam uma reforma educacional e cultural. Ressurgi o interesse pela cultura greco-romana, na sua época clássica. Enquanto na idade média a maioria da população não sabia ler nem escrever, eram analfabetas, e não havia incentivo da igreja para mudar esse fato, no renascimento surge o interesse e o desenvolvimento das idéias das obras clássicas européia, que foram salvas pelos árabes. Então, os mecenas patrocinam os artistas. A ciência e a arte se casam. Da Vinci entendia de psicologia, com o objetivo de passar sentimento nas suas obras, nos seus quadros. Entendia também de anatomia. Não só Da Vinci, mas outros artistas buscavam a matemática e a perspectiva. Há a unificação das línguas nacionais. Obras de grande importância são publicadas nas línguas locais, e não mais só no latim. Há a formação de um espírito nacionalista. Na Inglaterra, o seu maior legado para o renascimento foi na parte de teatro, com seu maior expoente sendo William Shakespeare. Os maiores expoentes do renascimento italiano foram: Michelangelo, Leonardo da Vinci, e Rafael Sanzio. Há um momento na história em que os 3 estão entres os convidados no Vaticano. Leonardo da Vinci e Michelangelo tinham opiniões e personalidades muito diferentes. Talvez por isso Michelangelo e Leonardo da Vinci não foram amigos.
                Dizem que o primeiro professor de pintura de Da Vinci largou a profissão de pintor depois que viu um quadro de Da Vinci; ele achava que o discípulo havia superado o mestre. Leonardo da Vinci também era músico, tocava harpa. Fazia também esboços de obras de engenharia e militares. Leonardo no decorrer de sua vida adota um menino como seu filho. No quadro da “Última Ceia”, ou como alguns chamam de “Santa Ceia”, Leonardo coloca todas as mensagens desse momento simultaneamente, colocando vida na pintura. Nesse quadro, cada apóstolo representa um signo do zodíaco, e a ação deles no quadro tem haver com o perfil psicológico do correspondente signo. A ordem dos apóstolos segue a ordem zodiacal, começando com Pedro, a direita, sendo do signo do Áries, e termina com Bartolomeu (Natanael) do signo de Peixes. Leonardo pintou o quadro no momento que Jesus disse: "Um de vós me trairá!" E cada apóstolo se comportou de acordo com o perfil psicológico do seu signo. Jesus, que está no centro do quadro, simboliza a união de todos os signos. No quadro da “Mona Lisa” chega ao ápice da sua técnica, da sua filosofia. Diz tudo com a linguagem de luz e sombra. Dizem também que ele escrevia da direita para a esquerda, de trás para frente, para sua mão não borrar a tinta; ele era canhoto. Sofre paralisia do lado direito do corpo, e pinta com a mão esquerda um São João Batista jovem, onde João Batista dar a entender que há algo atrás dele, que ele, João Batista, veio para abrir caminho para Jesus Cristo. Diz Leonardo que o contorno não existe, o que existe é a relação de luz e sombra, onde a luz é a sabedoria e a sombra a ignorância. E se tudo é feito de luz e sombra, então tudo é uno, aí entra o Théos. Essa linguagem é visível no dedo da Mona Lisa.
                   Leonardo mergulhado no seu conhecimento, não dar atenção as opiniões da populaça sobre suas obras. Ele era claro amante da natureza. Luz e sombra, espírito e matéria, a união dos dois é que forma o mundo. A união do sagrado masculino com o sagrado feminino, é a estrela de Davi, a estrela de Salomão, que simboliza a união desses dois mundos. É o 7 na década pitagórica, o número mais misterioso que existe. Quando enfocamos em apenas um aspecto dessa polaridade, se for o lado espiritual, temos a idade média européia, que considerava o corpo pecaminoso. O contrário, temos o pentagrama invertido, servido o homem ao seu eu animal, ao corpo. O ideal é o equilíbrio entre o lado espiritual e material. O cálice medieval simboliza a união dos 3 mundos: Espírito, Alma (psicologia) e corpo. O que os gregos chamavam respectivamente de Nous, Psiquê e Soma.

Autor: Victor da Silva Pinheiro





Liturgia – Aula 6

Liturgia – Aula 6

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

                Na liturgia cada um faz o que lhe compete. Numa celebração litúrgica há: sinais e símbolos; a palavra; a oração, o cântico e música; as ações, gestos e os movimentos; os lugares, elementos e objetos. Quando se fala em sinal, símbolo e signo há diferenças sutis. Como o sinal de trânsito onde nos direciona. Com relação ao signo, há um significante e significado. Tem uma relação estreita. Já o símbolo possui uma representação forte. O simbolismo da água, nos batismo, quer dizer lavar o pecado do homem, limpando os pecados que cometeu como também simboliza a transformação de uma vida velha para uma vida nova. O mergulho na água simboliza a morte, e a saída da água simboliza o nascimento em nova criatura de Cristo. O homem novo. Há uma sincronicidade entre o símbolo e a realidade. A celebração tem uma estreita relação com o mistério. O sacerdote é um guardião, e a liturgia é a igreja. Na liturgia não se fecha para a criatividade, a expressão, mas não se pode exagerar. Na liturgia também devemos levar nossas vidas. Provavelmente, por causa da cultura, Jesus instituiu o pão e o vinho na eucaristia. Já que o pão e o vinho sempre foram elementos altamente significativos na cultura judaica. Tem coisas na liturgia que são mutáveis, e outras que são imutáveis. Por causa da instituição divina. A questão da língua é mutável, hoje as missas são rezadas na língua mãe da respectiva nação, mas o caráter do latim ainda é de unidade. Pode adaptar a cultura local na celebração litúrgica, mas sem perder o rito romano. Todo ato de Deus é libertador e salvador. Falando em rito romano, há até algumas celebrações na Igreja Católica Apostólica Romana que são feitas em comunhão com o rito da Igreja Católica Ortodoxa, do leste europeu.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



domingo, 18 de setembro de 2011

Diálogo entre Sarah Cristã e Severino Pagão: Sobre a Reencarnação



Diálogo entre Sarah Cristã e Severino Pagão: Sobre a Reencarnação


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


            - Biu, a filosofia trabalha com possibilidades. O homem filósofo não tem medo do novo. Já o homem dogmático esta preso ao que considera “verdade” fechando sua mente. 
               - Pois é Sarah, no ocidente o termo reencarnação se tornou polêmico, mas nem sempre foi assim. A filosofia te dá ferramentas para chegar à sabedoria. A religião considerada a mais antiga da humanidade é o hinduísmo. E boa parte da base das religiões vigentes se baseou no livro hindu dos Vendas. O hinduísmo prega a reencarnação. O budismo também. O Livro dos Mortos Tibetanos, o Bardo Todol, fala dessa passagem desta vida para a vida após a morte. Morre o corpo, mas a vida continua. A alma é imortal, segundo Platão. O mitraísmo, da região da antiga pérsia, também falava de reencarnação. Os 3 reis magos da bíblia, eram astrólogos e astrônomos. Na Antiguidade, astrologia e astronomia eram estudadas juntas. A astrologia ligada mais ao lado psicológica, estudava o por que; e a astronomia ligada mais ao lado  da matemática, das leis, estudava o como. Então, esses reis eram sacerdotes do mitraísmo, da região da Pérsia, que se guiando através da estrela de Belém, foi ao encontro, pelo deserto, de um grande mestre que acabava de nascer: Jesus Cristo. Os 3 presentes dos 3 reis magos, o ouro, incenso e mirra, simbolizam que estava nascendo um homem de ouro, uma divindade, e que sofreria, já que a mirra é uma erva amarga, e o incenso era dedicado aos deuses entre os pagãos. O taoísmo também acreditava em reencarnação. Assim como o confucionismo. Todas essas religiões falam de um sopro de vida que volta através de diversas reencarnações.
- Apesar de eu não acreditar em reencarnação, sei um pouco do simbolismo: o fogo é símbolo do espírito, pois está sempre na posição vertical e tem sua qualidade de transmutação. Já a água é símbolo da matéria, pois está sempre na horizontal. Por isso diz no livro do Gêneses na bíblia: "E o Espírito de Deus pairava sobre as águas".
- As religiões pré-colombianas (Asteca, Maia e Inca), também acreditavam em reencarnação. No Antigo Egito, quando uma pessoa morria, o Deus Anúbis, o Deus chacal, levava essa alma para um lugar para pesar numa balança seu coração com a pena da Deusa Maat. Se o coração pesasse mais do que a pena, essa pessoa tinha que voltar a reencarnar. Pois para um coração pesar menos do que uma pena tem que ter em sua totalidade aspectos espirituais, se tivesse algum aspecto material, se estivesse ainda ligado a algum aspecto material, é por que tinha a necessidade de viver a experiência material aqui nesse nosso mundo. A antiga religião grega, a religião órfica, também falava em reencarnação. Os romanos também. Já no judaísmo, essa religião era dividida em 3 grupos: fariseus, saduceus, e essênios. Há fortes indícios que José, pai de Jesus, e o próprio Jesus, eram essênios. E os essênios acreditavam em reencarnação. Assim como Jesus e os apóstolos. 
- Já essa sua informação não tem na bíblia, e eu creio na bíblia.
- Pois bem, os essênios viviam na periferia de Jerusalém, numa vida monástica. As religiões indígenas, africanas, americanas, também acreditavam em reencarnação. Uma das interpretações errôneas sobre a reencarnação é acreditar que o homem voltaria a reencarnar como animal ou vegetal. O homem não retrocede a tal ponto de reencarnar em animal ou vegetal. Quando na Índia se dizia que nasceria um homem com cabeça de elefante, queria dizer que nasceria um sábio, pois o elefante na Índia é símbolo da sabedoria: tem orelhas grandes e boca pequena, pois mais escuta do que fala, tem o peso do saber que faz a terra tremer, e a leveza de deixar um formigueiro passar, e ao grito da matriarca, da líder, todos os outros elefantes a seguem, como seguem os sábios ao esse sábio ensinar. No Antigo Egito, um homem com cabeça de chacal queria dizer que nasceria um homem que veria a corrupção em volta com mais facilidade, pois o chacal ver no escuro, como o gato. Platão fala que em épocas materialistas, o homem perde essa visão simbólica, as religiões decaem, e as mitologias se esvaziam. Isso acontece tanto no ocidente quanto no oriente. O sacerdote cristão Orígenes de Alexandria, que era neoplatônico, já falava em reencarnação. Não eram raros os cristãos na época do cristianismo primitivo que acreditavam em reencarnação. O termo reencarnação foi tirado da bíblia no concílio de Constantinopla, no ano 553. Está registrado. Dizem que a mulher de certo imperador mandou matar as mulheres que conheciam seu passado sombrio antes de se tornar mulher do imperador, e o povo dizia que por causa disso ela reencarnaria diversas vezes como uma mulher devassa. Então o imperador que também mandava na igreja mandou tirar o termo reencarnação da bíblia. 
- Discordo, pois Jesus diz na bíblia: "Passará o Céu e a Terra, mas minha palavras não passarão."
- Mas é a verdade, Sarah... sobre a volta de Elias como João Batista pode ser um forte indício de reencarnação. Assim como também numa passagem da bíblia que pode ser interpretada de duas maneiras: Jesus disse: “Em verdade vos digo, só entrará no Reino dos Céus aquele que nascer de novo!” Esse nascer de novo podia estar ligado a uma próxima vida, ou na vida presente se convertendo a praticar o cristianismo, a virtude, nascendo já, agora, o homem novo.
- É óbvio que João é a volta de Elias como símbolo, acreditamos os cristãos, e não que seria a reencarnação. Já com relação a nascer de novo, é nascer ainda nessa vida, em espírito.
           - Um dos princípios da reencarnação é a evolução. A reencarnação é um presente da natureza para continuarmos evoluindo e para pagar o karma negativo que geramos em vidas passadas. Islamismo, judaísmo e cristianismo surgiram de uma mesma fonte. São irmãos. Abraão não podendo ter filho com sua mulher, teve filho com uma escrava, que se chamou Ismael. E Deus diz na bíblia sobre Ismael: “Farei de ti uma grande nação!”. Depois, a mulher de Abraão, mesmo depois de avançada idade, consegue ter um filho, que se chamou Isaac. Os árabes se consideram filhos de Ismael, e os hebreus se consideram filhos de Isaac. E como disse certa vez um dos doutores da igreja, todo bom cristão é um bom judeu. 
            - Concordo com essa frase que você disse: todo bom cristão é antes um bom judeu, como Jesus, porém, na bíblia diz em Hebreus que o homem só nasce uma vez, então, vamos agir e evangelizar até os confins da Terra, porque temos que viver o presente, se prepare para essa vida, que é um dom de Deus.

Sobre os filósofos que acreditavam em reencarnação

- Uma vez perguntaram a Sócrates: “De onde vêm os vivos?” e Sócrates respondeu com outra pergunta: “De onde vêm os mortos?” E disseram: “Dos vivos”. Sócrates então completou: “Então os vivos vem dos mortos.” Sócrates não deixou nada escrito, o que sabemos hoje dele foi escrito pelos seus discípulos e foi repassado durante séculos através da tradição oral. Ele discursava na Ágora, e deixava as pessoas chegarem às respostas por mérito próprio, Sócrates era apenas aquele que guiava as pessoas a chegarem às respostas. É a técnica que se chama maiêutica. Sócrates dizia que tinha trabalho semelhante ao da sua mãe. Enquanto ela paria pessoas, ele paria idéias, guiando pessoas às respostas. A perda da memória não acontece depois da morte, mas quando voltamos a reencarnar. Segundo o mito da reencarnação que Platão aborda no último capítulo da sua magnum opus “A República”, as pessoas antes de reencarnar tomam a água do esquecimento. Alguns bebem de mais, e outros de menos. Fala esse mito também que as pessoas querem reencarnar como águias, leões, gatos... Não leve ao pé da letra, mas tente entender de maneira simbólica. Querem essas pessoas reencarnar com as aptidões desses animais, como Ulisses que quer reencarnar como águia. Mas o certo, segundo Platão, é querer reencarnar como uma pessoa simples. E assim surgem os heróis. Plotino e Orígenes, discípulos de Amônio Sacas, também acreditavam em reencarnação e seguiam os ensinamentos de Platão. Inclusive, eles se diziam platônicos. O termo neoplatônico surgiu séculos depois pelos pesquisadores. Orígenes que era cristão, condenava essa imagem antropomórfica de Deus, pois considerava Deus algo muito abstrato, metafísico e elevado para ser limitado por essa forma. Orígenes de Alexandria foi expulso de sua cidade pelos cristãos e foi perseguido e morto pelos romanos. Outro filósofo que acreditava em reencarnação era Giordano Bruno. Um filósofo já no final da idade média. Perseguido pela igreja católica foi posto num calabouço por 7 anos com o objetivo de deixá-lo louco, mas cada vez que iam checar se estava louco, ele estava mais lúcido. Então, depois de sete anos, decidiram então queimá-lo vivo. Giordano Bruno disse que os seus acusadores e carrascos, que esses tremiam mais no momento de sua sentença final, do que ele ao ouvir a sentença final. Pois Giordano Bruno acreditava que a alma era imortal e não morreria. Na sua defesa no julgamento da inquisição, Giordano Bruno deu aulas. Ele já acreditava na teoria do heliocentrismo, que dizia que os planetas do sistema solar giravam em torno do sol, e que o sol não é o centro do universo, apenas está na periferia do universo. 
- Concordo contigo nesse ponto: a alma é imortal, e sobre a idade média, a igreja já se desculpou oficialmente através do Papa.
- Ian Stevenson, um psiquiatra da nossa era, professor da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, passou a vida toda estudando a reencarnação. Ele até evitava usar o método da hipnose porque o paciente podia fantasiar. Helena Blavatsky, uma filósofa russa, fundadora da sociedade teosófica, também falava da reencarnação. Foi ela que disse que Jesus e os apóstolos acreditavam em reencarnação, e que há na bíblia passagens que está explícita a teoria da reencarnação. Ela pesquisou profundamente sobre isso. Ela foi à responsável por trazer a filosofia tibetana para o ocidente. A tradição hindu fala que o universo se expande até chegar a certo ponto que se contrai, e esse processo de expansão e contração do universo que demora bilhões de anos, esse processo é eterno. É a respiração de Brahma. Diz-se que quando o universo se contrai, o homem só existe como espírito. E quando o universo volta a se expandir, o homem passa a existir no mundo material. 
- Eu imagino um gráfico X versus Y, Deus sempre existiu como escala negativa, e depois da criação do universo, Deus passou a existir em escala positiva. 
- O que os hindus falam é semelhante ao que os filósofos pré-socráticos falavam, e o que Nietzsche falou no século 19, chamando essa teoria de teoria do eterno retorno. A natureza é cíclica, é só observar as estações do ano. O dia é cíclico, todo dia há uma manhã, tarde, noite e madrugada. Se a natureza é cíclica, e o homem está inserido na natureza, o homem também é cíclico. A história se repete, mas não da mesma maneira, como um espiral, e quando se chega à ponta do espiral, no fim da espiral, surge outra espiral, que é o eterno retorno. Se um chegar a evoluir ao ponto de não necessitar mais reencarnar, outro vai assumir o seu papel deixado na história. Como os gregos diziam que a vida é um grande teatro de máscaras. O homem no mundo material colhe essas sementes do saber para voltar ao mundo espiritual. Depois de tanto girar esse ciclo, o homem está destinado a ir de encontro ao centro da circunferência, onde está Deus. Há reencarnação também explica por que alguns nascem com certas virtudes e aptidões e outros não. Como também explica por que alguns nascem com certas deficiências. Se não fosse assim, Deus seria injusto, ao dar certa aptidão a um e a outro não; deixando um com deficiência e outro não. Nietzsche disse certa vez: “Prefiro um Deus justo, mesmo que a mão desse Deus justo esteja contra mim, e não um Deus injusto, em que eu esteja entre os protegidos desse Deus injusto.” 
- Mas, Biu, ss pessoas são diferentes por que caminham por caminhos diferentes. Pois temos o livre-arbítrio. Se um homem não necessitasse evoluir para chegar à divindade, para que serve a existência na Terra? Como disse Nietzsche na sua magnum opus “Assim falou Zaratustra”: “O que é de grande valor no homem é ele ser uma ponte e não um fim; o que se pode amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento.”
          - Hummm, lendo Nietzsche em Sarah... mas continuando: Assim como na idade média era herético negar o espírito, na ciência hoje é herético afirmar o espírito. A história saiu de uma extremidade, e foi a outra extremidade, como um pêndulo. Diz uma corrente da história que estamos caminhando para uma nova idade média: as estradas estão perigosas, as pessoas se fecham em condomínios fechados (enquanto na idade média européia eram os castelos); excesso de misticismo, seitas e fantasias; enquanto na idade média européia a igreja ditava as regras, hoje é a ciência quem dita às regras. Uma das negações a reencarnação diz que se reencarnação existisse lembraríamos de vidas passadas. Mas se você leitor, não consegue lembrar da semana passada, por acaso você não existia na semana passada? Se não lembramos porque tem um motivo. É necessário o esquecimento. Siddharta Gautama, o Buda, na sua última prova antes de entrar no nirvana, tinha que lembrar todas as suas vidas passadas. Dizem que isso é algo tão assombroso para diversas pessoas, que só nesse estado de estar prestes a entrar no nirvana, na iluminação, que o ser humano tem condições psíquicas de saber de todas as suas reencarnações passadas. Um certo filósofo respondendo a um questionamento por que não lembramos de vidas passadas, disse: “Por que não temos muito o que lembrarmos." Outra filósofa disse o seguinte: “Devemos lembrar aquilo que aprendemos e esquecer o quanto foi o preço que pagamos para ter esse aprendizado.” Por que ela disse isso? Por que se não nós nos tornaríamos seres humanos amargurados. Segundo a tradição tibetana, o tempo certo para se passar na vida após a morte é 2000 anos, e só depois de se purificar nesse tempo, é que se deve reencarnar. Porém, com a explosão demográfica, tem gente reencarnando depois de décadas de suas mortes. E assim, carregam consigo traumas de vidas anteriores que não deu tempo de purificar. Em um dos casos de Ian Stevenson, uma menina tinha medo de carro por que na vida passada foi atropelada por um. Outro caso mostrava uma criança que sempre que via alguma cena de guerra na televisão ficava transtornado. Na tradição apócrifa de Judas, Jesus pede a Judas para entregar-lo para ser crucificado, pois segundo Jesus, Judas Iscariotes era o apóstolo mais forte. Jesus disse que Judas seria o responsável de entregar ao sacrifício o homem que aprisiona essa alma, a alma de Jesus. Hoje fazemos um culto em torno do corpo, mas segundo essa tradição, Jesus via além da matéria, além do corpo. Como já disse, o corpo morre, mas a alma é imortal. Hoje não se sabe do que o sol é feito, e como é seu processo de combustão constante, e isso por que o sol está diante de nossos olhos e ainda temos essas dúvidas. Mas nem por causa dessa dúvida sobre esse processo solar, não negamos a luz que vem do sol, ela existe independente da especulação científica. Mesma coisa com a teoria da reencarnação, mesmo a ciência ainda não chegando a consenso de como é esse processo de reencarnação, não quer dizer que ela não exista. Tem um dito popular que diz: “A mente é como um pára-quedas: só funciona quando se abre”. Como diz Morfeu a Neo no filme Matrix: “Eu só quero libertar sua mente, Neo... Mas eu só posso lhe mostrar a porta, é você que tem que atravessá-la. Livre-se do medo, da dúvida e da descrença: liberte sua mente!” O homem que é fiel a si mesmo, aos seus princípios, independente das circunstâncias, é o homem indivisível, o individuo que Platão fala, o homem de ouro, onde há ouro no seu coração e por isso ele não ver necessidade de procurar o ouro fora de si. Com relação ao espiritismo, criado por Allan Kardec, teve como principal objetivo trazer de volta para o ocidente a idéia da reencarnação.
            - Porém eu continuarei com ideia cristã que temos essa vida para fazer ela nova, ainda nessa vida, independente de existir reencarnação ou não. Certa vez um filósofo me disse que não sabia se acreditava em reencarnação porque ainda não havia estudado profundamente. Então eu digo, sou cristã, mas estou aberta a ler sobre reencarnação, se existir, mudo meus conceitos, se não, continuo na religiosa saga cristã.

Autor: Victor da Silva Pinheiro




Machado de Assis e a Filosofia


Machado de Assis e a Filosofia


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


Consideramos Joaquim Maria Machado de Assis um dos maiores escritores de todos os tempos, e também é considerado como o escritor brasileiro mais filósofo. Nasceu em 1839, no Rio de Janeiro. Num contexto histórico em que a literatura e ciência colocavam o homem como mero produto do meio, sem nenhuma chance de reação e individualidade.  Era mulato, bisneto de escravos, filho de um trabalhador braçal, onde a mãe morre quando ele tinha 10 anos, e a partir daí é criado pela madrasta que era lavadeira. Segundo algumas fontes, não freqüentou a escola regular. Machado de Assis é a prova que o homem não é produto do meio, mas de si mesmo. Ele era autodidata, aprende francês, inglês e alemão. Lia filosofia e os clássicos, ainda jovem. Alguns biógrafos são difíceis de aceitar que Machado de Assis construiu sua vida por esforço próprio.
O autor do livro “Portões de Fogo”, Steven Pressfield, diz que se uma pessoa decide reagir à inércia em que uma sociedade está mergulhada, essa sociedade tende a ter essa pessoa como traíra. É como o filósofo Platão fala no mito da caverna na sua magnum opus “A República”, em que ele diz que algumas pessoas estão tão presas as correntes, que vão lutar para permanecer acorrentados. É o que Morfeu diz a Neo no filme Matrix: “Muitas dessas pessoas estão tão presas e ligadas a matrix, que vão lutar para permanecer conectados a matrix. Não estão preparadas ainda para serem libertadas.” Machado de Assis quase entra na vida política, mas retira sua candidatura ao perceber que seus companheiros de partido eram idealistas superficiais, eram falsos idealistas, não tinham ideologia.
Qualquer capítulo do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” sempre tem alguma mensagem especial ao ser humano. O autor de “Portões de Fogo” fala que antes de uma batalha os generais espartanos eram aconselhados a não fazerem discursos emocionantes, para não tirar o exército do estado de serenidade, e assim lutarem melhor. Machado de Assis faz mais ou menos coisa semelhante na sua obra, quando vai chegando perto do clímax da obra, ele diz alguma frase que volta o leitor ao estado de serenidade. No conto da igreja do diabo, Machado de Assis fala da dualidade própria desse mundo que vivemos. Os discípulos do filósofo Pitágoras, os pitagóricos, eram aconselhados a sair pela cidade e tentar achar o mínino de luz, de virtude possível nas pessoas e assim através dessa luz, ascender à chama da sabedoria nessa pessoa. Pois, acreditavam eles, que nenhuma pessoa é sombria por completo, sempre tem uma luz por menor que seja. E assim os pitagóricos eram conhecidos por deixar um rastro de luz por onde passavam. Talvez, para aquela pessoa abordada por um pitagórico, esse momento fosse o momento único da vida desses que tinham a possibilidade de se transformarem em pessoas melhores se enfocando em alguma virtude que tinham, em alguma luz. 
No conto da simbologia do espelho, o espelho simboliza a sociedade que insiste em ti dizer quem és, porém você pode estar no meio da multidão e se sentir só e o único que pode dizer quem é você, é você mesmo. A pior solidão é quando você olha para dentro de si mesmo e não ver nada, está vazio, e isso pode gerar pânico. Um conto oriental que lembra a filosofia desse conto de Machado de Assis, diz que um mosteiro estava se desmoronando, e os monges não tinham dinheiro para reformar o mosteiro. Então o líder dos monges aconselhou eles a roubarem nas cidades vizinhas e não deixar as pessoas verem o roubo, para preservar a boa reputação do mosteiro. Mas um dos monges não fez isso por que disse que uma pessoa sempre ia ver-lo roubar, e essa pessoa era ele mesmo. Ele foi o único que entendeu a lição do líder dos monges. A moral da história. No conto da sereníssima república, achamos que vamos mudar a sociedade só mudando a forma, quando na verdade devemos ir além das aparências, além das formas, ir mais profundo. Começamos a mudança em nós mesmos. Mude você, mude o mundo. E os heróis estão ai para serem lembrados e imitados pelos jovens de espírito, e assim tornar possível essa mudança. Hoje se muda as coisas, mas não muda o homem.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



sábado, 17 de setembro de 2011

A Filosofia de Alice no País das Maravilhas


A Filosofia de Alice no País das Maravilhas


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado, depois de termos assistido o filme de Tim Burton.


                O pai de Alice é um idealista, acreditava que o impossível podia ser possível, bastava acreditar. Quando nos tornamos adultos, esquecemos qualidades da infância e juventude, como a candura e o espírito aventureiro, respectivamente. Dizem que um sábio volta a ser criança, na candura e simplicidade (e não no excesso de ingenuidade), mas tem a experiência de vida de um ancião. O filme aborda o símbolo das máscaras, que é nossa personalidade, e nossa sobre máscara, que é o que a sociedade nos impõe. No início do filme as pessoas em volta tentavam tomar as decisões da vida de Alice, e era necessário ela seguir o coelho e entrar na toca do coelho, entrando assim no submundo mágico da consciência, com o objetivo de conhecer a si mesmo. A sabedoria é representada pelo filme pelo oráculo lagarta, que futuramente viria a ser uma borboleta.              
                Destino existe? Será que não somos nós que fazermos nossos destinos? Pois bem, é quem acredita que podemos construir nossas vidas independente de crermos ou não em destinos, são esses que na verdade estão construindo um destino que já está pré-escrito. Só falta caminhar. Como diz Morfeu a Neo no filme Matrix: “Com o tempo você perceberá que existe uma diferença em conhecer o caminho, e trilhar o caminho.” Quando trilhamos nossos caminhos, as coisas podem não sair como o planejado. É quem acredita que podemos escrever nossa história, que cumprem um dever maior, que está a sua espera. A espada, a guerreira, a missão: quando esses 3 elementos aparecem, tudo é possível. O universo conspira a nosso favor quando tomamos decisões que nos fazem seguir nosso destino, o escrevendo no aqui e agora e se atendo ao presente, pegando o melhor do passado e antecipando o futuro. Construirmos um futuro criando o novo. E como nos contos de fada, essa história tem um final feliz. Para provar que existe felicidade também no fim da jornada.
                Quando ela, Alice, perde o que no filme “Lendas da Vida (The Legend of Bagger Vance)”  chama de ginga, que é uma expressão brasileira para o jogador de futebol que tem o gingado, aquilo que lhe é próprio, que o define em campo, que o torna único... Então, quando se perde esse gingado, ficamos a ver navios. E Alice tem que recuperar essa ginga, que é seguir seu coração, ter coragem. Alice perdeu o “entusiasmo” que traduziria bem o que quer dizer ginga, e etimologicamente entusiasmo quer dizer: “cheio de Deus”. A busca pela espada, que simboliza a vontade, tem papel crucial na sua história. Essa vontade, a espada, estava presa no lado do mal, e quando Alice resgata a espada, a usa em nome do bem, em nome da rainha branca. Note que no filme quando as pessoas tomam as decisões por Alice, ela está bem pequena, e quando ela toma a decisão de ir ao castelo da rainha vermelha, ela se torna uma gigante que consegue amansar um animal selvagem furioso e recuperar a espada. Inicialmente ela foi movida pelo espírito humanista e vai ao castelo da rainha vermelha em nome da amizade que tem com o chapeleiro.
            Quando Alice ver que só ela pode matar o dragão, ela vai de encontro com seu destino. Quando ela vai se consultar com o oráculo, e ver que ela precisa saber quem ela é, ela pega em armas e vai a luta, e vence, mas mesmo se não vencesse, como pregava os viking, que festejavam uma batalha independente de ter vencido ou não, eles diziam: “Não é a derrota e não é a vitória que nos pertence, mas sim a luta.” Depois que o bem vence, Alice ver a necessidade de voltar a seu mundo na Inglaterra, e dar respostas. A transformação dela não foi um sonho, foi real. Ela volta para seu mundo e encarna o espírito aventureiro do seu pai, um idealista, que são como cristais: brilham, mas se quebram com facilidade, e a filosofia vem para proteger esse ideal. Onde a filosofia é ensinada pelos personagens; afinal, vivemos em sociedade para um aprender com o outro. O filme se baseou no livro de mesmo nome do filme.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



Eucaristia – Aula 5

Eucaristia – Aula 5

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

                Os teólogos também lêem o magistério, mas vão além do magistério. Onde está o Pai na eucaristia? Em nós. No cristianismo primitivo, os cristãos davam um valor exagerando e válido à eucaristia dominical. Não existe eucaristia sem igreja, e não existe igreja sem eucaristia.  São Paulo diz que Cristo é a cabeça e a igreja é o corpo. O sentido da vida está na igreja. Na entrega. Se dermos valor sagrado ao que fazemos, fazemos com perfeição.
Onde estão os sacramentos na cruz? O batismo está na água que sai do corpo de Cristo quando esse é golpeado pelo centurião romano. A eucaristia está no sangue de Cristo. No apóstolo João, que segundo a tradição católica foi o único apóstolo que permaneceu na crucificação de Cristo, está o sacramento da ordem. Em Maria que simboliza a igreja, está o sacramento do matrimônio. Jesus diz: “Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem!” Está ai o perdão, a confissão, a penitência. Já quando Jesus diz: “Está consumado!” Está ai a crisma, na entrega do espírito. E quando Jesus suou sangue, que simbolicamente é o óleo da unção, um dos sacramentos. Na cruz temos os 7 sacramentos da igreja católica apostólica romana. O que é um símbolo? Exemplo: quando um arqueólogo acha um pedaço de um objeto, sabe que aquele pedaço faz parte de um jarro que ele ainda não o encontrou por completo. O símbolo é essa união daquilo que vemos, o visível (o pedaço de jarro encontrado), com aquilo que não vemos, o invisível (a parte do jarro ainda não encontrada, mas por dedução sabemos que existe).

Autor: Victor da Silva Pinheiro


Liturgia – Aula 5

Liturgia – Aula 5

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

                Quando você for conversar com Deus, e ele permanecer em silêncio, saiba que Deus está nos amando. A celebração é um protesto contra o pecado. Toda celebração é memória, presença, e profecia (aponta para o futuro). Deus nos convoca e devemos permanecer nessa convocação e temos que ouvi-lo e fazer uma transformação pessoal e como comunidade. Toda a vida de Jesus foi um mistério pascal. Belém quer dizer “casa do pão”, e foi onde Jesus nasceu. Jesus, o pão sagrado. Na perseguição e fuga ao Egito há evidências desse mistério pascal, que foi toda a vida de Jesus ofertada ao Pai Celeste. Eva quer dizer “mãe dos viventes” que foi criada a partir da costela de Adão. Jesus é o novo Adão e a nova Eva foi tirada de Jesus que é a igreja. Nós devemos ir até Deus e ele sempre está pronto para nos receber. E nessa aventura que é a ida a divindade, vamos transpor todos os valores e despertar a vontade de potência que Nietzsche fala, nos tornando super-homem que Nietzsche fala, ou como alguns chamam de além homem. Que são os heróis.
 Quando celebramos o mistério pascal de Cristo, celebramos o anuncio e a realização, um ato presente, advento permanente na fé, conversão e como ápice da vida. No Antigo Testamento Deus prepara o povo de Israel como anuncio para todas as nações para a realização em Cristo. O povo de Israel se diz o escolhido não de uma maneira excludente, como se os outros povos não fossem escolhidos também, mas diz de uma maneira inclusiva, pois aquele povo de Israel veria a ser exemplo a ser seguido por todas as nações, e todas as nações estariam inclusivas no plano da salvação.
                Advento quer dizer “aquele ou o que há de vim”; em cada celebração, Cristo vem, mas não ainda definitivamente. No mistério há uma realidade patente, com relação ao fator histórico, e há uma realidade latente, que é o fator mítico. Em toda celebração litúrgica há a convocação, proclamação da palavra, o sacrifício (banquete), e o reenvio a missão. Assembléia em hebraico quer dizer “povo convocado”. Que no Novo Testamento esse termo é substituído por “Eclésia”, para dizer que o povo de Israel é agora toda a humanidade. Deus convoca, o povo adere a esse chamado, é ofertado o sacrifício. A nossa fé cristã, a nossa religião, é da escuta e conseqüente observar dos mandamentos. As dimensões da assembléia são as dimensões escatológicas, demonstrativas, comprometidas, comemorativas. O fim de toda ação litúrgica deve ser a santificação da pessoa e glória de Deus. Os mistérios são ordenados, instituídos e confiados.

Autor: Victor da Silva Pinheiro