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segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Mito da Caverna de Platão



O Mito da Caverna de Platão

Imagine uma caverna grande, úmida e escura.  Nessa caverna vivem algumas milhares de pessoas. Essas pessoas desde que nasceram, vivem com correntes nos braços, pescoço e pés, em cadeiras enfileiradas de modo que na frente dessas pessoas há um imenso paredão fino. Semelhante ao cinema moderno. Por trás das fileiras de cadeiras, há uma fogueira. Entre a fogueira e as cadeiras passam algumas pessoas com objetos e animais. Os sons dessas pessoas, objetos e animais ecoam pela caverna até chegar ao grande paredão e por fim chegar aos acorrentados. A luz que a fogueira emiti bate nessas pessoas, animais e objetos e nas demais pessoas acorrentadas fazendo surgir sombras no grande paredão. Essas pessoas acorrentadas vêem essas sombras como se fossem reais. Pois esse é o único mundo que conhecem. Mais acima da caverna, como se fosse os camarotes, vivem os chamados amos da caverna. São eles que controlam todo o esquema. No topo da caverna, existe uma pequena saída pelo qual o sol emiti um pequeno feixe de luz que chega até lá embaixo, próximo às pessoas acorrentadas.  Porém, entre a fogueira e o topo da caverna existe um imenso paredão bem íngreme, cheio de obstáculos, difícil de escalar. Do lado de fora da caverna existe árvores, rios, o sol... enfim, a natureza e alguns sábios. As sombras mais diferenciadas são eleitas pelos acorrentados para serem os líderes. Em diversas áreas. Enquanto as pessoas acorrentadas discutem entre si sobre o mundo em que vivem, os amos da caverna riem e caçoam deles. Uma das características desses amos é que eles não costumam aparecer. Não gostam de aparecer. Os amos da caverna é que controlam todo o esquema e procuram tirar algum proveito da situação dos acorrentados. Eles vivem em um lugar como se fosse um camarote.
Só que um dos acorrentados começa a se sentir incomodado. Ele não sabe o que bem é. Depois de se remexer muito da cadeira, ele percebe que está acorrentado. Ele é visto como um estranho pelos amigos acorrentados, mas ele não liga, e segue sua intuição. Se você percebe que está acorrentado, qual sua primeira reação leitor? Se livrar das correntes. Primeiramente de braços e pescoço. Livre das correntes do pescoço ele pode olhar de lado e pra trás e vê, as pessoas acorrentadas, a fogueira, enfim, ter  uma visão da caverna e perceber  que esse mundo é uma ilusão. Depois, consegue se livrar das correntes dos pés. Analise bem: ele nasceu e cresceu nessa  situação,  nunca andou. Quando se levante e começa a andar tem extrema dificuldade. Já está desgastado  pelo imenso esforço que teve  pra se livrar das correntes. Mas consegue se adaptar e andar. Sócrates, esse liberto, tenta alertar os outros acorrentados, inclusive os amigos, porém, sem sucesso. Pois esses acorrentados se julgam viver em um relativo “conforto” e tomam esse mundo como real. Quando vêem o estado de Sócrates,  todo   desgastado  fisicamente  e  até psicologicamente, dizendo que o mundo em que vivem não é real, que  vivem numa  caverna  úmida e  escura,  e  etc...  alguns acorrentados  chegam até a chamá-lo de louco. Sócrates vê que não vai obter sucesso e vê um pequeno feixe de luz vindo do topo da caverna, ele decide ir em direção a essa luz. Mas para isso é preciso escalar um grande paredão íngreme, cheio de obstáculos. Na escalada, de vez em  quando escorrega, cai, e volta  a escalar. Depois de muita luta, ele chega ao topo da caverna, e consegue sair da caverna. Vê o sol pela primeira vez, e nesse momento quase fica cego, pois nunca havia visto tanta luz. Depois de um tempo, ele consegue se adaptar a luz do sol, mas ainda com a vista não muito boa. Ele vê a natureza, os sábios e etc. Conversa com alguns sábios e vê que este é o mundo real. Porém, bate um sentimento de misericórdia: e os amigos e  todas  as   outras  pessoas acorrentadas,  vivendo nesta caverna achando que vivem num mundo real?  Ele decide voltar. A descida foi tão difícil quanto à subida do paredão. Chegando aos amigos acorrentados, com a vista ruim, todo arrebentado, ele vai tentar libertar alguns acorrentados.
Porém, a recepção foi pior do que antes, quando ele tentou alertá-los antes de subir. Vê que alguns até são capazes de lutar ferozmente para proteger as correntes.  Então, Sócrates chega à conclusão que o segredo é contar aos poucos, começando inicialmente a dizer que estão com os braços acorrentados, por exemplo.  Observa também que existe algumas pessoas que começam a se questionar e tem uma certa disposição a ouvi-lo. Essas pessoas são os idealistas. Uma dessas pessoas solta os braços e o pescoço, e como esse está  numa condição parecida com o amigo acorrentado ao lado, este amigo acorrentado vai está mais disposto á ouvi-lo. O outro que  consegue perceber que está acorrentado e começa a se remexer da cadeira,  conta pra o amigo ao lado que aquele mundo é uma ilusão e é preciso acordar. Assim uns vão se soltando, ajudando os mais próximos e também, caminhando em direção ao feixe de luz. Criando assim uma corrente discipular de mestres e discípulos. O que se solta é o filósofo. A luz do sol é a verdade. O que desce para ajudar os outros acorrentados é o político. As sombras, o mundo da ilusão. A luz da fogueira, os nossos desejos. As correntes, a ignorância. Os amos são aqueles que controlam e mantém o mundo da ilusão tirando algum proveito da situação. Os acorrentados são a humanidade. O caminho da escalada  até a luz do sol está cheio perigos: diversas crenças estranhas, ideologias confusas, materialismo e/ou misticismo em excesso, armadilhas  etc. Esses são os obstáculos. A filosofia vem pra proteger esse idealista  que  está  se  remexendo da  cadeira, mostrar atalhos seguros na escalada, até chegar ao topo da caverna e voltar.
Esse é um resumo do Mito da Caverna, o capítulo VII do livro “A República”, que é de autoria do filósofo grego Platão. Mesmo escrito no século IV a.C., continua atual. Aliais, existem várias obras que se referem a esse mito como o filme Matrix e o livro Alice no País das Maravilhas.
Questione-se: será que os muitos líderes do presente e do passado, não são as sombras do Mito da Caverna? Ou são os amos? Será que não está faltando filósofos na política? Não só na política como em outras áreas? E como distinguir a verdadeira filosofia da falsa filosofia? São muitas as perguntas. Os antigos já diziam que a filosofia é a mãe de todas  as  ciências,  e que a reposta está dentro de nós. É só procurarmos  nos tornar, verdadeiramente, o que  somos:  seres  humanos.   Assim sendo, reconheceremos facilmente, quem é quem e qual caminho seguirmos. Como diria Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás as leis que regem o universo e o homem”.

Autor: Victor da Silva Pinheiro







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