div style="border:1px solid #ccc;padding:10px 4px 3px 4px;text-align:center;background-color:#efefef;">

sábado, 7 de agosto de 2010

Sócrates e a Humildade


Sócrates e a Humildade


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de um filósofo. São palavras dele e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


            Sócrates nasceu em 470 a.C. e morreu em 399 a.C., então viveu 71 anos na cidade de Atenas, na Grécia. Filho de Sofronisco, um escultor, e de Fenareta, uma parteira, Sócrates dizia que enquanto sua mãe dava a luz pessoas, ele dava a luz a idéias, e para uma mulher dar a luz ela tem que está grávida; mesma coisa com o homem, que para Sócrates dar luz a idéia, a idéia tem que está já dentro do homem. Alguns estudiosos dizem que Sócrates era analfabeto só por que não deixou nada escrito; porém, Sócrates dizia que a linguagem escrita era muito inferior a oral, por que na escrita alguém podia ter uma dúvida na hora e com quem ia tirar essa dúvida? Por isso ele preferia dar aulas ao ar livre, para quem quisesse ouvir, na Ágora, a praça principal de Atenas. Ele dizia que mesmo que um homem só o escutasse por dez minutos na vida, isso poderia lhe servir para as vidas seguintes, já que os gregos antigos acreditavam na reencarnação.  
Sócrates teve uma educação simples, que todo ateniense teve: gramática, matemática, geometria e a educação de guerreiro. Inclusive ele, Sócrates, foi um guerreiro muito valorizado e serviu bem a cidade. Um exemplo desse espírito guerreiro foi dado a uma pessoa que lhe foi questionar por que Sócrates vivia de maneira tão simples e comia e bebia como uma pessoa bem simples e não tinha nada de requintado. Então ele disse que quanto maior a fome, menor a necessidade do tempero e quanto maior a sede maior a necessidade de beber. E que numa guerra, ia mais precisar de Sócrates que tinha uma vida simples do que uma pessoa requintada. Aquele que estaria, segundo, com menos necessidades, estaria mais próximo da perfeição. Os principais discípulos de Sócrates foram Platão e Xenofonte, que deixaram livros falando de Sócrates. Ele teve três filhos e foi casado. Inclusive tem histórias interessantes entre Sócrates e sua mulher. Dizem que a mulher de Sócrates era temperamental e às vezes a viam falando alto com Sócrates em plena praça pública dizendo que para trazer dinheiro para casa e parar de filosofar, ou deixar para filosofar outra hora, ele era jardineiro. Outra história diz que quando ele foi condenado à morte, sua mulher foi lhe questionar dizendo que ele ia morrer injustamente, e Sócrates disse para ela: “E você queria que eu morresse justamente?” Sócrates na filosofia teve contato com os sofistas, que, digamos assim, eram arqui-rivais da filosofia clássica. Ele então no final da vida sofreu duas acusações: de corromper a juventude, e de incluir novos deuses a religião grega.          Sócrates dizia que escutava uma voz divina que lhe dava conselhos, era na verdade um gênio, que ele chamava de daimon. Um desses conselhos era se afastar da política para viver mais e filosofar mais e assim ajudar o próximo, e o outro era escrever poesia que ele entendeu como filosofar e só foi escrever poesia nos últimos 30 dias de vida. Mas antes da acusação, com 50 anos, foram questionar com o oráculo de delfos, quem era
Sócrates. O oráculo de delfos era a representação do Deus Apolo na Terra. Apolo era um Deus do sol interior, do sol da consciência, que nada é dado de graça. Enquanto o Deus Hélio era o Deus do sol físico, aquele sol que ilumina os justos e os injustos que a tudo ver, como uma criança que conta tudo o que ver. Então o oráculo respondeu que Sócrates era o homem mais sábio da Grécia. Quando foram dizer isso a ele, ele não aceitou e foi às ruas fazer questionamentos ao povo sobre os assuntos mais complexos, e ninguém teve a humildade de responder: “Eu não sei”. Então ele chegou à conclusão que não era Sábio por que sabia mais, mas por que “sabe que nada sabe.” E assim surgiu sua famosa frase: “Só sei que nada sei.” O oráculo o via como um modelo para o homem. Então chegamos à conclusão que sábio é todo homem que sabe que nada sabe, todo homem que como Sócrates tem consciência de sua própria ignorância. Aliais, a principal regra do diálogo é: amor a verdade e saber que nada sabe. Imagine que a verdade é uma árvore no topo da montanha e vários alpinistas tentam escalar essa montanha, e quanto mais próximo um alpinista tá do topo maior pedaço da verdade ele ver, mas que tá na base da montanha só ver uma folha e acha que aquilo é a verdade quando na verdade é um pedaço da verdade; mesma coisa na vida. Mas voltando... Aos 71 anos Sócrates foi julgado por uma assembléia em Atenas que não o queria matar e lhe deu a opção de escolher sua própria pena, e ele na sua magnanimidade, que é a correta posição da alma em relação à honra, segundo Aristóteles, que é a fuga do excesso da presunção e da falta, que seria um complexo de inferioridade; Sócrates então disse que merecia ser sustentado como um herói de Atenas, pois, para a época que viveu ensinar em praça pública para os jovens, princípios, virtudes e valores, era um ato de heroísmo. Complementando Aristóteles: a honra não está em receber o prêmio, mas em merecê-lo. Vou abrir um adendo para uma historinha de um livro de uma criança, uma menininha. Nessa historinha tinha uma menininha muito curiosa que quer saber de tudo e os pais não sabem mais o que fazem então eles vão se questionar com uma anciã que os aconselha a ir respondendo a menininha, até que certo ponto eles não sabem responder e a anciã os aconselha a pesquisar com ela, e nessa história toda a família muda por que entrou a filosofia na família e a anciã diz que a menininha depois disso tudo está destinada a ganhar um prêmio, depois de um tempo, os pais dela vão perguntar a anciã que prêmio é esse, e ela disse que ela já ganhou o prêmio. Então os pais vão perguntar a menininha que prêmio ela ganhou e ela diz que o prêmio é viver no mundo tão interessante. O reconhecimento não é externo, mas interno.
Mas voltando... Então a Assembléia de Atenas se recusa a oferecer essa pena a Sócrates e contra a vontade da Assembléia lhe dar a escolha entre a morte ou parar de ensinar filosofia; homens como Sócrates não são apegados ao corpo, mas a idéia, então ele se recusa a parar de ensinar e a Assembléia o condena a morte e a tomar cicuta depois de trinta dias do veredito final, pois estavam em épocas de festividade. Nesses últimos 30 dias Sócrates se questiona sobre a morte e diz que quem tem medo de morrer é por que não sabe o que é a morte, pois só depois de morto saberemos o que é a morte. Finalizando, o que Sócrates precisava para ser feliz? Era homem e era ateniense. E para finalizar, quem acha que não existe vida depois da morte é semelhante à Psiquê, na mitologia grega, que foi destinada a seu pai a ser levada a um alto de uma montanha para se casar com um monstro, pois o Pai não conseguia casar a filha com ninguém e o oráculo aconselha o pai dela, Psiquê, a se casar com um monstro num alto de uma montanha. O pai confia cegamente na divindade do oráculo e leva sua filha para lá. Chegando lá o monstro se revela como Eros, o Deus do amor, o Deus mais belo da mitologia grega que se casa com Psiquê. Isso simboliza que o amor inicialmente pode ser revelar um monstro, mas depois se revela sua beleza em sua magnanimidade quando depois de muito esforço o pai e Psiquê conseguem escalar a montanha. O amor é algo muito mais forte do que se imaginam, alguns sentem isso em uma pessoa, outros pela humanidade. Por fim, digo que a verdadeira humildade está em reverenciar o mistério e conhecer a si mesmo. O verdadeiro homem simples não é aquele que tem mais títulos, mas o mais honroso. E para fechar com chave de ouro, três frases de Sócrates: “Homem, conheci-te a ti mesmo e conhecerás as leis que regem o universo e o homem”. Quando foram perguntar a Sócrates sobre a amizade, ele disse: “Já sabemos quem são nossos amigos.” E para conhecer nossos amigos, seguiremos essa última frase de Sócrates: “Fala, para que eu te conheça!”

Autor: Victor da Silva Pinheiro



Nenhum comentário:

Postar um comentário