Ser São-Paulino da Geração Telê
Em
1992 eu tinha 8 anos. Ainda não tinha decidido a qual clube torcer, mas sofria
influência do Flamengo do meu pai. Porém, enquanto o Flamengo seria o campeão
brasileiro daquele ano, o São Paulo conquistaria o mundo. Jogando um futebol
inovador e visionário. O grande líder dessa conquista não era o camisa 10, Raí,
mas sim Telê Santana. Um defensor do futebol arte. Raí foi um líder,
mas O Grande Líder foi Telê. O maior técnico de futebol de todos os
tempos, na minha humilde opinião. Um técnico que fez de uma Seleção Brasileira
histórica, sem ter ela vencido uma Copa do Mundo, que foi a Seleção de 1982.
Voltando a 1992, o São Paulo antes de conquistar o mundo, conquistava o torneio
continental, que dava acesso a Tóquio. O São Paulo encantou naquele ano, e no
final do ano, vendo o São Paulo vencer o super Barcelona de Stoichkov e do
técnico Johann Cruyff, era o pico do Everest. Chegando Johann Cruyff declarar
após a derrota para o São Paulo: "Se você tem de ser atropelado, é melhor
que seja por uma Ferrari." O São Paulo naquele ano era o teto do mundo do
futebol.
Talvez
eu esteja enganado, mas vendo São Paulo X Barcelona de madrugada, notei que no
campo existia uma áurea branca rodeando os jogadores e os torcedores, aquele
jogo foi mágico. O mundo conhecia o São Paulo e depois muitos técnicos pelo
mundo tentavam colocar em prática as técnicas e táticas do São Paulo de Telê.
Não bastasse o ano de 1992 ser mágico, o ano de 1993 foi magnífico. E o São
Paulo se consagraria bi-campeão continental e do mundo. E pelo mundo ecoava um
grito: "São Paulo! São Paulo! O magnífico!" Era inevitável: eu não
sou apenas mais um são-paulino, sou um são-paulino especial, testemunha ocular
do São Paulo da Geração Telê. E toda vez que vejo o gol de Raí de falta contra
o Barcelona, quando vejo aquela cena de Raí correndo em direção a Telê Santana
- como o Deus Kairos da mitologia grega, o Deus do Tempo Oportuno - me
emociono, cada vez mais, pois aquele gol ainda ecoa na eternidade.
Hoje,
o São Paulo Futebol Clube é um exemplo de clube para o mundo, não só por ser um
dos mais vitoriosos, mas por pagar em dia o salário dos funcionários, incluindo
jogadores, ajudar comunidades carentes, ter uma estrutura de primeiro
mundo, e zelar pelos seus heróis. Como fez com Leônidas da Silva, O Diamante
Negro, que teve ajuda do São Paulo Futebol Clube na sua terceira idade, quando
teve problemas de saúde. Digo heróis, e não ídolos, pois heróis são aqueles que
nos puxam para cima, enquanto ídolos, etimologicamente falando, são aqueles que
nos puxam para baixo, como há na música, em que os fãs imitam os ídolos no uso
de drogas.
autor: Victor da Silva Pinheiro
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