A Filosofia da Mulher
Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma
filosofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre
o tema abordado.
A promessa do positivismo no século 19 dizia que no futuro a ciência iria
resolver todos os problemas do homem, mas não só não resolveu como surgiram
novos problemas. No caso do ideal feminino, hoje se observa muito o aspecto
histórico da mulher estar com melhores salários, de não ser duramente explorada
no trabalho, como foi em outros tempos. Isso é bom, mas não deve ser o objetivo
principal da mulher, o objetivo principal deve ser o lado psicológico. O
equilíbrio nessa área. E hoje o que vemos nas novelas de hoje em dia é o foco
na instabilidade emocional da mulher, colocando esse defeito da mulher como
algo natural, quando não é, como todo defeito. Hoje sairmos de um extremo e
formos a outro, como um pêndulo, não encontrando um justo meio, o caminho do
meio que Siddharta Gautama, o Buda, nos falou. Uma condição necessária é uma
coisa, já uma condição essencial é outra. E hoje se dar muita importância a
condição necessária colocando como condição essencial. O homem, a mulher, não
são só influenciados pelo aspecto físico, de baixo para cima, mas também são
influenciados pelo aspecto espiritual, das idéias, de cima para baixo. Segundo
Platão, tudo que existe nesse nosso mundo manifestado, o mundo sensível, o
mundo dos sentidos, existe e sempre existiu antes no mundo das idéias. Mesmo
que destruíssemos todos os triângulos do universo, a idéia do triângulo não
pode ser destruída, e um novo triângulo pode surgir na natureza ou ser criado
pelo homem. Imagine a evolução do telefone, criado há poucos séculos atrás,
onde tinha um só toque comum no início, e hoje ouvi-se celulares com toques da
nona sinfonia de Beethoven. Imagine se o homem evoluísse espiritualmente como
evolui nossa tecnologia, estaríamos num mundo melhor. Hoje temos muita
informação e pouca formação. O símbolo do Tao vem nos mostrar que o universo é
dual, e nessa dualidade do universo, que é harmonia por oposição, essas
polaridades são harmônicas, complementares, não idênticos, mas se complementam
de maneira perfeita. Gerando assim a esfera, que se movimenta. E nesse presente
texto, enfocaremos o lado Yin do Tao, que é o lado feminino.
O universo, o homem, a história, evolui através da espiral, que se fica num
centro que é consolidado pelo lado Yin. A escada, símbolo da evolução, é
símbolo dessa união. Na escada há vetores horizontes, símbolo do feminino, e
vetores verticais, símbolo do masculino, permitindo assim à subida. O Yin, o
lado feminino, não é superior ao Yang, o lado masculino, como também não é
inferior, mas é necessário. O perfil próprio da dama é conservar o fogo que
ilumina e ajuda o homem a construir. Quando o homem se afasta desse fogo, e
penetra na escuridão, vive a barbárie. Caio Júlio César, general e político
romano, montou um tribunal, e julgou e puniu com a morte um importante oficial
do exército romano por este ter quebrado uma regra: violar um corpo do inimigo
no chão, roubando os pertences, quando a regra de combate romana dizia que um
corpo de um inimigo quando cai no chão, deixa de ser nosso inimigo. E Júlio
César foi questionado por essa decisão, e com relação a esse questionamento ele
disse: “Eu prefiro perder a guerra, do que perder o espírito romano.”
Machismo é quando os fatores masculinos dominam numa pessoa ou sociedade. E
quando a mulher despreza as qualidades femininas, como a estabilidade
emocional, a estética, a harmonia, a mulher quando despreza isso e se foca nos
defeitos como a instabilidade emocional, inclusive se foca com o intuito da
aprovação masculina, ela está também sendo machista, se masculinizando. Outra
coisa é considerar a infância chata antecipando a juventude e considerar a
velhice decadente, tentando assim prolongar a juventude ao máximo. Quando na
verdade cada idade tem seus valores e suas características próprias, na qual
tem um mistério próprio, tem algo de pedagógico, tem algo a nos ensinar. Do que
adianta eu ter um carro importado, ter juventude, e não saber para onde ir.
Hoje os jovens estão velhos, sem sentidos de vida, achando que viver é
aproveitar a vida de maneira frenética e intensa. Se não sabemos para onde
vamos, para que queremos tanta tecnologia? Seremos mais felizes com tanta
tecnologia? Expandirmos nossa tecnologia para que? Se não sabemos para que,
quando se perde o espírito da mãe natureza, onde o feminino se perdeu,
avançaremos de maneira predatória, e assim nos autodestruirmos.
O detalhe é característico mais da mulher. Já a visão macro, é característica
mais do homem. E as duas visões são importantes, se complementam. A mulher tem
uma energia de resistência, por isso a natureza a escolheu para ser mãe; na sua
estrutura física pode até ser mais frágil do que o homem, mas em termos de
resistência, perseverança, isso é próprio da mulher. No mundo emocional a
mulher é mais sutil, celeste, e o homem nesse mundo emocional tende a ser mais
concreto. Já no aspecto do intelecto, o homem tende a voar, e a mulher nesse
aspecto intelectual é mais prática. Existe 3 tipos de autoridades: a autoridade
intelectual, daquele que tem conhecimento no que faz; autoridade moral, daquele
que é o primeiro a fazer, da capacidade de trabalho; e a autoridade humana,
quando foca as pessoas além da técnica, das coisas. É o pensar sentindo próprio
da mulher. E que esta terceira autoridade é raríssima hoje em dia.
A generosidade, etimologicamente falando, quer dizer: dar a vida. Próprio da
mulher. Uma capacidade de doação muito grande. No livro “Portões de Fogo (Gates of Fire)”, o autor do livro, Steven Pressfield, conta a história da
batalha dos 300 espartanos nas Termópilas ,
na Grécia, que teve como missão segurar o persas por 3 dias para dar tempo de
toda a Grécia se organizar para a guerra contra os persas. Nesse livro, o autor
diz que o rei da cidade militar de Esparta, Leônidas, escolheu a dedo os 300 espartanos.
E não contou a ninguém seu critério de escolha. E em todas as famílias ele só
escolheu no máximo 1 soldado, porém teve uma exceção: numa família ele escolheu
o pai e o primogênito. A mãe sabendo que os dois provavelmente morreriam, foi
se questionar com Leônidas por que em todas as famílias ele escolheu um
soldado, e só na família dela ele escolheu dois soldados. Leônidas então contou
que escolheu seus 300 espartanos pelas suas mulheres, pois, segundo ele, se os
300 perdessem a batalha, e provavelmente perderia, a Grécia iria olhar para as
mulheres desses 300, da qualidade de generosidade dessas mulheres. Pois elas
estavam de acordo que um soldado das famílias delas fossem para a guerra para
salvar a família dela, como também para salvar a cidade de Esparta, para salvar
a Grécia, para salvar toda a cultura ocidental. Já que os persas estavam
planejando varrer da face da Terra a cultura grega caso ganhassem a guerra.
Então, depois dessa explicação, a mulher prometeu a Leônidas que nunca mais
choraria por causa disso.
A água é o elemento símbolo próprio da mulher. Sempre está na horizontal, e
para nos deslocarmos, nadarmos, temos que nos desprender materialmente, soltar
da borda da piscina, para podermos ir adiante, fluir. O masculino tem como
tônica o crescimento, a expansão... Mas se é feito sem um toque feminino, tudo
fica funcional de mais, mas não belo. Prático, mas não belo. Como é a sociedade
atual. Já se forçamos só na polaridade feminina, há o conservadorismo, o
detalhismo, a crítica. A alquimia nos diz que o primeiro passo para o
discípulo alquímico é entender a dualidade para depois ir em busca da unidade.
Se definirmos que somos cavalheiros e damas, e não agirmos de acordo com essa
definição, estamos sendo hipócritas. Hipocrisia, aliás, é um termo muito mal
compreendido pela sociedade atual. No fundo temos que crer para ver, temos que
acreditar nas nossas potencialidades para chegarmos a vê essas potencialidades.
Como Sócrates disse: “Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás as leis que
regem o universo e o homem!” O coração de uma mulher é um diamante
localizado no fundo de um oceano.
Autor: Victor da
Silva Pinheiro
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