Mude você, mude o mundo!
Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de um filósofo. São palavras dele e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.
Para o mundo das
sensações, nossa imaginação funciona bem, mas para as coisas mais sutis, como
as emoções e idéias, é mais difícil imaginar. O tema da palestra apesar de ser
um jargão usual, é uma verdade, portanto é eterna, temos que começar de algum
lugar a mudança: em nós mesmos.
Falando de
economia, das coisas econômicas, trabalha mais com o aspecto lucrativo. E hoje
vemos que para uma empresa dar lucro tem que ter funcionário feliz, que produz
mais. Mas o perigo é que se amanhã descobrirem que a dor leva ao lucro, teremos
um sistema de dor. Se não construir uma sociedade em cima de valores, na
primeira crise, a instabilidade vem à tona. É como construir um castelo de
areia, ou de cartas de baralhos: no primeiro vento forte o castelo cai. As
mudanças verdadeiras vêm de dentro para fora. Para Platão, assim como o médico
cuida do paciente, o político devia cuidar dos governados. O que não acontece
hoje. Hoje vemos um jogo de interesses de um pequeno grupo na política. Hoje
confundimos um bom político com um demagogo: aquele que agrada a maioria.
Agora, questione-se: será que a maioria sabe o que é melhor para a maioria e
para si? Como o imperador filósofo romano Marco Aurélio disse: “O que é bom
para a colméia, é bom para a abelha, mas nem tudo que é bom para a abelha, é
bom para a colméia.”
Estamos
totalmente perdidos na origem da causa da violência. Por exemplo, um pai de
família ao dizer que sempre deu tudo de melhor para o filho, e não deixou o
filho passar por dificuldades, deixou o filho perder a oportunidade de crescer
na dificuldade, e acabou vendo o filho virando traficante. É na dificuldade que
a gente cresce. Não estou fazendo apologia à dor, mas como os budistas e
tibetanos diziam e estar no livro “A voz do silêncio” de Helena Blavatsky: “Não
deixa o sol enxugar as lágrimas dele se ele não souber a origem da dor!” É
chamada dor sagrada, que nos leva ao entendimento. Resumindo: deixa-o aprender
e faz o que te é cabível: orienta, mas deixa-o viver as experiências e chegar
às próprias conclusões. São essas experiências que moldam a personalidade, o
caráter do ser. Rebuscando o que de interior o deixa inquieto. Como dizia o
filósofo alemão Nietzsche: “Para os meus amigos, meus verdadeiramente amigos,
todas as dificuldades do mundo!” E o filósofo grego Pitágoras disse: “Se
educarmos as crianças, não será necessário punir o adulto.” Agir na origem.
Já o isolamento
é diferente da solidão filosófica. A solidão filosófica puxa a reflexão; já o
isolamento puxa a depressão. Podemos nos sentir só no meio da multidão. Isso é
o isolamento. A solidão filosófica vem para questionar o mundo de hoje, mas
quando começamos a filosofar sobre isso, vem uma distração. E temos que saber
dar prioridades na nossa vida, o que realmente merece nossa atenção a ponto de
nos tirar da solidão filosófica. Não estou aconselhando a viver a margem da
sociedade, muito pelo contrário, estou aconselhando a mergulhar na vida em
sociedade, mas saber ter tempo para nós mesmos. Outro ponto é estarmos
conscientes dos nossos problemas. Pode ver que as pessoas que já tem uma
pré-disposição a violência e ver na televisão a banalização da violência e os
noticiários virarem shows policiais, ele vai sentir vontade de praticar a
violência. Por isso, pelo menos no Brasil, tem uma lei que proibi noticiar suicídios.
Mas eu acho que podem abrir exceção se forem pessoas famosas envolvidas. Mas se
todos os casos de suicídio que acontecem fossem noticiados, o número de
suicídios iam aumentar como um efeito dominó. Como se aquilo já estivesse no
inconsciente coletivo e basta só um empurrãozinho para despertar a ação de que
tem pré-disposição ao suicídio.
Agora vamos para
a alquimia. Na alquimia, que foi estudada pelo psicanalista Carl Jung, era
conhecido três obras de transformação do homem: a obra em negro, que é a
constatação do problema e de quem somos atualmente. Que é ver nas trevas, a
descida ao Hades, ao submundo, ao inferno de nós mesmos, é a ida ao deserto e
confrontar o demônio depois de 40 dias em jejum. Essa fase é normalmente
dolorosa. Depois vem a obra em branco, que á purificação e saída da obra em
negro, mas que não cairá no esquecimento à obra em negro, mas que fará parte da
nossa história. Só que agora, na obra em branco, estar-se vivendo outro
momento. Inclusive não esquecer a fase da obra em negro faz nos ficar atento
para não voltar ao submundo. E por último vem à obra em vermelho, da
transmutação do homem. Com relação à constatação que acontece na obra em negro,
existem dois tipos: a constatação por meio de forma direta, que é mais
dolorida, e pode ser traumática se não for bem canalizada. Exemplo: você achar
que é corajoso e a vida vai lhe impor uma situação que vai exigir sua a coragem
que você acha que tem. E não respondendo as suas expectativas, pode criar-se um
complexo e efeitos colaterais. Ou você pode aprender com essa situação e saber
quem você é na atualidade para pode mudar. Um alcoólatra só pode receber ajuda
necessária, quando ele admitir que seja alcoólatra e procurar ajuda. A outra
forma de constatação é através da reflexão e uma forma menos traumática. A obra
em branco é termos consciência no ato dos nossos defeitos. É guardar a água
para amanhã por que pode faltar amanhã. É ser justo, mesmo por necessidade,
sabendo que vai gerar coisas boas, mesmo não sendo justo realmente, recebendo
um empurrãozinho da consciência também vale. Utilizemos a técnica de Carl Jung,
que quando vinha um defeito, ele dava nomes a ele, o colocando de maneira
exterior, como um guerreiro que devemos derrotar. E para derrotar um guerreiro,
que são nossos defeitos, temos que ser um guerreiro, só que um guerreiro das
virtudes. Nessa eterna luta entre o bem e o mal. Temos que derrotar nossos
demônios. Se a consciência ver, controla, se não ver, perde a batalha, é como
lutar no escuro.
A obra em
vermelho é quando a consciência chega ao conhecimento de nós mesmos. Só que
entre a obra em branco e a obra em vermelho, os alquimistas falavam de uma fase
intermediária, que era a fase amarela. Que é uma fase de maturidade. Tem gente
que morre “criança”, não chega a essa fase, como diziam os antigos: “vivem uma
eterna infância”. Essa é uma fase que o homem já soube lhe dar com algumas
situações e se torna um pequeno mestre. Ainda não é um sábio, mas é um pequeno
mestre. Vai aqui a máxima do filósofo alemão Kant: “Age sempre de tal forma que
a máxima da tua ação possa ser elevada a lei universal”. Imagine um dia se você
deixa fazer algo por preguiça e levar essa condição para o mundo. O mundo
ficaria estagnado. Imagine um médico que tem preguiça de atender um paciente, o
paciente pode morrer. Pois então: lute contra a preguiça, antes de matar
dragões, temos que iniciar a jornada matando lagartixas. Agora, a pergunta
chave é: como muda a si mesmo? Existe algo em nós que já é aquilo que queremos
ser. O modelo da árvore já está na semente. Como Morfeu diz a Neo no filme
“Matrix”: “Você veio até mim por que sente que algo estar errado com o mundo,
como um zunido na sua mente!” Morfeu representa a consciência, aquele que saiu
da caverna da ignorância e está guiando o discípulo Neo a fazer a mesma coisa.
Morfeu ainda diz a Neo no filme “Matrix” que: “Você pode ter passado os últimos
anos me procurando, mas eu passei a vida toda procurando você!” A consciência é
essa que passa a vida toda nos procurando. Finalizo dizendo a seguinte frase:
“Não há como desligar a palavra discípulo da palavra guerreiro!”
Autor: Victor da Silva Pinheiro
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