Teologia Joanina - Aula 1
Escola de Teologia Discípulos Missionários, da Igreja
Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, estado da Paraíba,
Brasil.
Falando um pouco da história e do contexto em que
nasceu a igreja cristã e o Novo Testamento, a maioria dos estudiosos do assunto
acreditam que os fatos ocorreram de maneira aproximada, nesses períodos: entre
os anos 30 e 33 do primeiro século, Jesus teve sua vida pública, porém,
estudiosos já acreditam que esse período aconteceu cerca de 4 anos antes. Já
que acreditam que Jesus nasceu entre 6 ou 4 anos antes do ano do Senhor.
Aproximadamente 20 anos depois, por volta do ano 50 do primeiro século, Paulo
escreve o primeiro livro do Novo Testamento: I Tessalonicenses. Entre os anos
de 67 e 70, o Evangelho de Marcos é escrito. Entre os anos de 80 e 85 os
Evangelhos de Mateus e Lucas são escritos. E por fim entre os anos de 90 a 100,
a literatura joanina é escrita: Evangelho de João, Cartas de João e Apocalipse.
Nessa linha histórica, segundo a maioria dos estudiosos, há uma certa
compreensão e evolução a medida do passar dos anos, que segundo os estudiosos,
dá credibilidade verídica as datas que ocorreram esses fatos e escritos.
Não quer dizer necessariamente que esses que dão nome
aos evangelhos escreveram originalmente os evangelhos, pode ter sido um dos
discípulos das comunidades de cada um destes. Lembrando que Mateus e Lucas
leram Marcos para escreveram os seus evangelhos. Marcos tinha uma função de
leitura para pagãos que estavam se convertendo ao cristianismo, tanto que tem
pouca menção ao Antigo Testamento. Mateus foi escrito para judeus, tanto que é
recheado de menções ao Antigo Testamento. E Lucas tem uma função social, com
destaque das participações das mulheres. Esses são os chamados Evangelhos
Sinóticos, pois esses 3 tem muitas semelhanças entre si, com destaque também
para as diferenças dessas semelhanças. Quem aprofundou esse ideia de separar
esses Evangelhos em Sinóticos, foi um Cristão Protestante do século 18, segundo
o professor.
Agora vamos iniciar o estudo no Evangelho de João. O
Evangelhos de João é mais filosófico e simbólico, por isso não faz parte dos
sinóticos. É diferenciado. Nele há somente 7 milagres, dentre esses sete, cinco
milagres são exclusivos do Evangelho de João. Maria tem papel importante nesse Evangelho,
desde do início do Evangelho com o milagre das bodas de Caná, num casamento, e
termina também num casamento a participação de Maria: na crucificação. Fazendo
então um arco que liga os dois casamentos, onde Maria se faz presente.
O Evangelho de João é dividido em duas partes: o livro
dos sinais, do capítulo 1, versículo 19 ao capítulo 11, versículo 54; e o livro
das glorificações, do capítulo 13, versículo 1 ao capítulo 20, versículo 31. O
capítulo 21 é um acréscimo posterior a data que foi escrito o Evangelho. João trata
o caminho de Jesus para cruz como a glória. As fases podem ser 3: fase inicial:
batismo de João, chamado dos discípulos; fase central: milagres (sinais e
pregações); fase final: paixão morte e ressurreição.
Nos Evangelhos Sinóticos, a fé atrai os milagres, já
no Evangelho de João, os milagres atraem a fé. Para suscitar a fé. Na
comunidade há um progresso dos sinais(milagres), desde o primeiro milagre, as
bodas de Caná, até o último milagre, a ressurreição de Lázaro, onde esse último
milagre já aponta, prepara para a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Principalmente esse último milagre, mais todos os outros 6 milagres, de algum
modo, de modo progressivo, também vão preparado para a cruz. A paixão em João é
mais detalhada e extensa. Tudo que vem antes na vida de Jesus Cristo, antes da
paixão, morte e ressurreição, encontra seu significado justamente na paixão,
morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Autor: Victor da Silva Pinheiro
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