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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Lectio Divina – Aula 1 – Sagradas Escrituras

Lectio Divina – Aula 1 – Sagradas Escrituras

Comunidade Doce Mãe de Deus – Missão Bessa, cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil

                O Espírito Santo é quem nos concede o entendimento da Palavra. E a vida vai tentar nos ensinar sobre a Palavra no amor e na dor. Santa Teresinha dizia que um dia sem sofrimento é como se fosse um dia vazio. Os santos têm uma visão diferente da dor do público em geral. O entendimento da sagrada escritura é essencial para saber lidar com a dor e vencer-lá. Os escolhidos, os cristãos por natureza, nasceram para saber conviver com as minorias, como com um esquizofrênico. Mas nem sempre essa convivência existe no meio cristão. E a leitura vai te mostrar a mudar e a fugir da heresia da separatividade. Eu não estou separado de você. Somos gotas de água de um mesmo oceano.
                A revelação vem por meio da prática cristã. Prática essa que está em incluir um esquizofrênico no círculo de amizade cristão, sem falsidade, sem querer se fazer bonzinho, mas ser realmente uma pessoa boa, e não só parecer boa. Como diz o mestre Morfeu ao discípulo e escolhido Neo, no filme Matrix: “Não pense que é, saiba que é.” Diz o sábio chinês Confúcio: “Uma pessoa de alma bela, necessariamente fala coisas belas, mas nem toda pessoa que fala coisas belas, necessariamente tem uma alma bela.”    
       A fé vem primeiramente em ouvir a Palavra, e ouvindo bem, conseqüentemente, vem a compreensão da Palavra. Assim sendo, a sua consciência vai ficar lhe cobrando para você praticar a virtude, ser ético, ser cristão, sem falsidade. E só uma compreensão de vida vai lhe dar forças para praticar o bem. Essa é a terceira fase. Mas eu incluo mais uma fase, a quarta fase: o testemunho. E assim, com o testemunho, instigar no outro esse ciclo do bem: ouvir, compreender e produzir frutos, que é praticar a Palavra. E assim, fazer uma corrente de mestres e discípulos, uma corrente do bem. E para praticar a bondade é preciso ter coragem, como canta Renato Russo da banda brasileira Legião Urbana. Já diz no filme Batman Begins: “não é o que a gente é por dentro quem diz quem somos, mas são nossas atitudes quem diz quem somos.” Daí a importância de não só ficar no campo especulativo, intelectual, mas servir, pois Jesus disse: “Eu não vim ao mundo para ser servido, mas para servir.” Khalil Gibran diz no seu livro de poesia “O Profeta”, o seguinte: “Minha religião são meus atos e minhas atitudes!” A igreja vive dentro de nós.
                Revelação é apresentar algo novo e depois velar novamente, segundo a etimologia da palavra. E para isso, temos que ser radicais em cumprir a Palavra. Essa palavra “radical” ganhou conotação de algo extremo, excesso, mas na sua etimologia tem um significado diferente, e é nesse sentido que falo. No sentido etimológico radical quer dizer: ter raízes. E ter raízes profundas, como prega Jesus na parábola do semeador. E o primeiro passo para criar raízes é reconhecer que é um pecador, reconhecer a própria ignorância. Para depois tentar vencer isso com uma vida santa. Ou ao menos, se aproximar ao máximo de uma vida santa. Com relação ao primeiro passo, me lembra Sócrates, o filósofo grego. Foram consultar o oráculo de Delfos, na Grécia Antiga, para saber quem era o homem mais sábio da Grécia, e o oráculo disse que era Sócrates. Quando Sócrates ouviu isso, não acreditou e foi nas ruas de Atenas fazer os questionamentos mais complexos ao povo. E todos sempre tinham alguma coisa a dizer. Ninguém foi humilde o suficiente para dizer: “eu não sei.” Então, Sócrates chegou à conclusão que era sábio não por que sabia mais, mas por que sabia que nada sabia. Daí surgiu sua famosa frase: “Só sei que nada sei.” Mas voltando... saiba que saber ouvir é uma arte, que está ligada profundamente ao silêncio. Hoje, o chamado “homem moderno” não consegue, não suporta o silêncio, quando na verdade o silêncio é de extrema importância no processo de aprender a ouvir.

Autor: Victor da Silva Pinheiro



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