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domingo, 29 de maio de 2011

O Simbolismo de Perseu e a Medusa


O Simbolismo de Perseu e a Medusa


Esse texto são anotações minhas feitas durante uma palestra que assisti de uma filósofa. São palavras dela e meu conseqüente desenvolvimento sobre o tema abordado.


O que é um herói? Os gregos viam o homem em 3 aspectos: divino, humano e a parte física, mortal. O herói para os gregos são semideuses, metade divino, metade mortal. Tendo muitas virtudes, como defeitos. E ele nos faz ligar com a divindade. O fato de reconhecer o nosso lado heróico é reconhecer que teremos grandes dificuldades para enfrentar. Um dos livros que fala sobre mitologia grega, mas especificamente sobre os heróis, é o volume 3 do livro do mitólogo brasileiro Junito Brandão.
Segundo Hesíodo, a história se passa em 4 ciclos. Começando do ciclo ideal que é a idade de ouro, onde a sabedoria prevalece. Com a decadência dessa idade surge a idade de prata, onde a coragem e as honrarias prevalece. Com a decadência dessa idade surge a idade de bronze, onde a riqueza prevalece. E com a decadência dessa idade surge a idade de ferro, a pior de todas, onde o fator material prevalece. Segundo Hesíodo a idade dos heróis está entre a idade de bronze e a de ferro. E o herói carrega em si esses elementos: sabedoria, coragem, honra, riqueza, e o fator material; e o objetivo é equilibrar esse elementos e o colocar em nome de uma causa nobre. O problema não é ter bens materiais, o problema é deixa que os bens matérias nos conduza, nos guie.
O avô de Perseu vai ao oráculo saber se ele vai ter um filho homem, já que ele já tinha a filha Dânae, mãe de Perseu. O oráculo diz que ele não terá um filho homem como o diz que seu neto o matará. Isso não quer dizer que Perseu odiará seu avô, Acrísio. Como veremos mais adiante a morte de Acrísio é acidental.
Para Platão, o belo é tudo que é necessário para nos levar ao melhor. Porém, o sábio chinês Confúcio diz: “Uma alma bela, necessariamente fala coisas belas; porém nem toda pessoa que fala coisas belas, necessariamente tem uma alma bela.” Acrísio então com medo que a profecia se realiza, tranca sua filha num quarto e a isola do mundo. Ela era uma mulher muito bela. Então Zeus se disfarça de chuva de ouro e entra no quarto dela pelo buraco da fechadura e tem relações sexuais com ela. Acrísio sabendo disso e depois que Dânae tem o filho, a coloca num caixão com o filho e a joga ao mar. Essa foi à primeira prova de Perseu ainda bebê: sobreviver. O caixão sendo guiado por Poseidon, o Deus dos mares, é levado para uma ilha e lá é encontrado com um simples pescador. Danâe e Perseu vivem então nessa ilha. O fato da primeira prova de Perseu ter sido no mar simboliza o mar que as experiências vão acontecer no mundo da matéria.
Polidecus interessado pela mãe de Perseu faz uma festa e todos os convidados dão cavalos a ele, porém Perseu oferece a cabeça da medusa. Quando o herói toma uma decisão, o universo conspirará a seu favor na sua jornada e os Deuses vão oferecer armas divinas no meio do caminho. Atena, a Deusa da sabedoria, justiça e guerra inteligente, e Hermes, o comunicador dos Deuses, aquele que sabe todos os caminhos, vão ajudar Perseu. Então Perseu é aconselhado pelas divindades a ir as Forcidas para saber onde está a Medusa. O fato das Forcidas serem antigas entidades, quer dizer para nós que devemos nos guiar não somente nas coisas novas, mas nas antigas. Delas, Perseu ganha 3 presentes: um capacete voador de Hades, o Deus do submundo. Esse capacete o deixa invisível. Está ligado ao lado da matéria. Ganha o alforje para guardar a cabeça da medusa quando cortá-la, pois mesmo morta a cabeça transforma em pedra que olhar nos seus olhos, por isso o cuidado para guardá-la. E ganha às sandálias aladas de Hermes. Com relação ao capacete invisível, às vezes temos que nos tornar invisível para enfrentar nossos problemas, nossos monstros interiores. Atena dar de presente o escudo espelhado da parte de dentro do escudo. Lembrando de escudo, me lembrei dos conselhos das mães dos espartanos aos guerreiros para a guerra: volte com o escudo ou sobre o escudo. Esparta era uma cidade militar, de cultura militar. E por fim Perseu recebe a espada de Hermes.
Agora falaremos da Medusa. A medusa era uma mulher muito bonita antes de ser transformada em monstro. Era muito vaidosa com seus cabelos. Tem uma versão da história que diz que depois que Medusa seduz Poseidon, o Deus dos mares, esse o toma a força e tem relações sexuais com ela e quando Atena ver fica horrorizada e a transforma em monstro. Seus cabelos se transforma em serpentes. Na mitologia grega, uma única serpente saindo da cabeça do faraó simboliza a sabedoria, mas várias serpentes juntas, como é o cabelo da medusa, simboliza um conhecimento não direcionado, que no caso da medusa simboliza o domínio dos desejos e dos instintos. Que era o que a Medusa tinha em excesso dentro de si. Então Perseu chega com as sandálias voadoras, silenciosamente, pois Medusa e suas outras irmãs estão dormindo. Perseu guiado por Atena, sabe qual das 3 é a Medusa. Perseu chegando voando e não de forma horizontal, simboliza que é assim que devemos olhar nossos problemas, por cima, por isso Perseu chega voando. Medusa e suas irmãs são as chamadas górgonas. Então Perseu não olha diretamente para os olhos da Medusa, mas ver o reflexo dela através da parte espelhada do escudo e corta a cabeça da Medusa. Isso simboliza que devemos olhar nossos problemas através do reflexo da sabedoria. Perseu olha para si mesmo, ver um herói dentro de si, e olha a Medusa atrás dele, e corta sua cabeça. Pois quem olha diretamente para os olhos da Medusa, se predifica. Quando as irmãs da Medusa acordam, Perseu usa o capacete que o torna invisível e sai do lugar. Do sangue da Medusa nasce o gigante Crisaor, ligado mais ao lado material, e o cavalo alado Pégaso, ligado a algo mais sutil. Hércules, o nome latino de um herói grego, viria a surgir depois e seria bisneto de Perseu. A partir da posteridade de Crisaor, eles vão criar obstáculos para Hércules enfrentar e vencer.
Por causa da vaidade da mãe de Andrômeda, Cassiopéia, que se compara com os Deuses, Andrômeda, em um ato nobre, se coloca em sacrifício para salvar seu reino da fúria dos Deuses, e é acorrentada em um rocha a beira mar a espera de um monstro marinho para que ele a devore. Perseu na sua volta a cidade ver Andrômeda, que estava tão branca e praticamente imóvel que se ela não estivesse chorando Perseu a teria confundido com uma estátua. Perseu sabe da história e faz um acordo com Andrômeda e os pais de Andrômeda que se derrotar o monstro marinho se casará com ela. Todos aceitam esse acordo e Perseu derrota o monstro marinho mostrando a cabeça da medusa. Só que depois os pais de Andrômeda voltam atrás e não quer que sua filha se case com Perseu, essa é uma versão da história que diz que numa confusão no reino de Andrômeda, Perseu mostra a cabeça da medusa e consegue a permissão para casar com Andrômeda. Há quem diga que a linhagem de Perseu vem dos povos persas, por isso ele recebeu o nome que tem. O casamento dos dois simboliza a maturidade do casal. Num dos jogos de uma certa cidade Perseu joga um disco e acidentalmente mata seu avô Acrísio, concretizando a profecia. Perseu fica tão triste que não assume dirigir a cidade de seu avô e troca de cidade com seu tio, para governar a cidade anterior de seu tio. E assim Perseu, Andrômeda, Pégasus, e até a vaidosa Cassiopéia, mãe de Andrômeda, viram constelação. Para nos lembrarmos ao olhar para o céu que existem heróis para nos espelhar nos seus grandes feitos. Polidecto ao tentar abusar da mãe de Perseu vira pedra depois que Perseu salva sua mãe e mostra a cabeça da Medusa para Polidecto. Perseu inclusive diz antes de mostrar a cabeça da Medusa: “Aquele que forem meus amigos, que fechem os olhos”.
Os Deuses gregos simbolizam as leis, mas obrigatoriamente os Deuses têm que respeitar essas leis que representam, senão não seriam Deuses. Já os heróis têm uma escolha em respeitar ou não as leis, e caso não respeitem as leis, a lei do karma da ação e reação dará pancadas no herói para fazer ele voltar a lei, ao dharma, como os hindus chamam. Imagine um carro em auto-estrada e se ele sai do meio da pista e se aproxima do encostamento, tem que levar uma pancada para continuar seguindo em frente de maneira correta, sem o perigo de sair da pista. As religiões chamadas politeístas tem uma idéia da existência desse Deus único das religiões monoteístas, porém consideram esse Deus uma coisa tão elevada, abstrata e metafísica, que evitam até de falar Nele. E é representado esse Deus por muitas religiões politeístas como o Deus desconhecido. Os deuses gregos, por exemplo, representam as forças da natureza e as potencialidades e outros aspectos do ser humano.


Autor: Victor da Silva Pinheiro



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