Relatos sobre Geografia Agrária – Parte 1
VI Simpósio
Internacional de Geografia Agrária
VII Simpósio
Nacional de Geografia Agrária
I Jornada de
Geografia das Águas
João Pessoa, PB,
Brasil – 22 a 26 de Setembro de 2013
Universidade
Federal da Paraíba – UFPB
Elizabeth
Teixeira, esposa de João Pedro Teixeira, sempre ouvia do marido que ele um dia
podia ser assassinado, e que ela, Elizabeth, teria que assumir a liderança das
Ligas Camponesas. Elizabeth nunca tinha confirmado para João que iria assumir a
liderança das Ligas Camponesas, mas com a morte deste, ao ela ver ele morto,
ela tomou a decisão de assumir a liderança das Ligas Camponesas. Com isso ela
foi presa, e a filha mais velha dela achou que ela também morreria. Quando
Elizabeth voltou da prisão encontrou a filha envenenada em casa. Ela havia
tentado suicídio com a prisão de Elizabeth. Levaram ela pra cidade de João
Pessoa, mas infelizmente sua filha morreu. Depois do Golpe Militar de 1964,
Elizabeth foi presa pelo exército e depois foi solta, mas temia pela vida.
Então foi viver numa cidade do estado do Rio Grande do Norte, como professora,
sem saber sobre os filhos que ficaram na Paraíba. Só anos depois, o cineasta do
documentário “Cabra Marcado para Morrer”, Eduardo Coutinho, ajudou Elizabeth, e
assim, Elizabeth voltou a ver os filhos e estabeleceu-se na cidade de João
Pessoa. O documentário é sobre João Pedro Teixeira.
Manuel da
Conceição foi outro que teve participação na causa agrária no Brasil. Foi ele
uma liderança camponesa. E, disse ele: "enquanto estiver vivo, continuarei
na luta". E se ele morrer, outros continuarão o projeto. “O homem pode
morrer, mas a luta não”, segundo ele.
Maria José
Marinheiro, liderança Indígena Tumbalala, também está na causa da terras
indígenas no Nordeste Brasileiro. Lembremos que para chegar a uma solução, há
que ser por vias diplomáticas. Há que ter um acordo entre os índios e
camponeses e os fazendeiros e governo. A população indígena cresceu muito no
Brasil, e há que ter políticas públicas para o povo indígena.
Frei Anastácio,
deputado estadual da Paraíba, também tem uma história nesse meio. Foi preso e seqüestrado
em nome dessa causa agrária. Ele é um frei do Partido dos Trabalhadores, PT.
Contou ele que vários já morreram assassinatos pela causa da terra. Ele também
disse a importância da Pastoral da Terra na luta pela terra. E disse que na
Paraíba já são 36 feiras agroecológicas.
Jaime Amorim, do
MST, disse que aquilo que ainda não se é capaz de compreender, devemos levar a
compreensão desse desconhecido estudo como desafio. E que temos que ousar a
vida inteira, em busca dessa compreensão, em busca de respostas. Lembrou ele,
que em alguns momentos somos mais luta do que sonhos, e em outros, mais sonhos
do que luta. Porém, a causa nunca está perdida, segundo ele.
É preciso 3
condições para a causa agrária: o sentimento de indignação diante do descaso da
causa agrária; depois, construir junto com a sociedade soluções pacíficas para
a caminhada agrária; E assim convocamos todo o povo para o novo projeto.
Maria da
Soledade Leite, é do sindicato Margarida Maria Alves. Lembrou ela que Margarida
é um importante símbolo da causa agrária no Brasil, e das famílias dessa luta.
Lembrou ela que Margarida dizia que é melhor morrer na luta, do que morrer de
fome. Disse Maria da Soledade: “Nós precisamos da terra como precisamos do ar,
tiramos da terra nosso sustento e é a terra que nos acolhe até o fim da vida.”
Alder Júlio
lembra das três fases da causa agrária: memória, luta e sonho. Elizabethe
Teixeira, Manoel da Conceição, disse ele, inspiram o compromisso da causa no
mundo todo, e não só no Brasil. É a memória. A luta vem a nos dizer como nos
organizamos diante da globalização em prol da reforma agrária. E os sonhos nos
faz perguntar que sociabilidade nós temos que conquistar? Um conformismo? Temos
que tornar o Estado parceiro.
Autor: Victor da Silva Pinheiro
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