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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Os 300 de Esparta e a cultura militar




Os 300 de Esparta e a cultura militar


Eduardo e Ricardo, na época da Antiguidade existiam povos civilizados e povos bárbaros, mas nem todo povo dito bárbaro pelos gregos e romanos eram realmente bárbaros, como os persas que não eram povos bárbaros. Porém, existiam sim povos bárbaros, e muitos viviam do roubo, saque, estupravam mulheres, matavam, faziam o diabo, muitas vezes eram organizados em grande número. Então, era necessário os povos civilizados se organizarem e estarem prontos para a guerra. Prontos a qualquer momento. Tem uma frase romana que explica isso: "Se você quer a paz, esteja preparado para a guerra." Os persas formaram um grande império, e eram organizados, pesquisem a história dos persas. Tanto que Alexandre O Grande resolveu absolver a cultura persa e conquistou esse império, preservando a cultura persa, absorvendo essa cultura oriental a cultura ocidental e criando a cultura helênica. Além de absolver outras culturas orientais, como a cultura hebraica. No caso aqui, os espartanos queriam proteger a terra e a cultura grega e salvar a cultura grega do aniquilamento, do esquecimento. Os persas pretendiam varrer da história a cultura grega, tanto que quando chegaram a Atenas, mesmo a cidade vazia – pois a população foi avisada há tempo da ameaça persa e fugiram – os persas queimaram a cidade. O persas, apesar de na história terem sidos considerados civilizados, na atitude de Xerxes de varrer da história a cultura grega, foi uma atitude bárbara.
Os persas, liderados por Xerxes, antes da campanha militar, fizeram reuniões e decidiram ir a oeste, ao ocidente, e conquistar toda a Europa, que para eles, ainda não tinha povos com grande estrutura militar, cultural, civilizatória - com exceção dos gregos que eram organizados em cidades-estados. Quando surgia uma ameaça estrangeira, as cidades-estados gregas paravam de guerrear entre si, e se uniam para defender a Grécia. Um povo, uma língua, uma cultura. Então, os persas decidiram começar a campanha destruindo os gregos, e assim, com a destruição dos gregos, ficava mais fácil conquistar toda a Europa.  
Atenas e Esparta, apesar de serem cidades gregas, falarem a mesma língua, serem da mesma religião, eram rivais e de culturas relativamente diferentes. Enquanto Atenas era intelectualizada, e a população prolongava-se nos seus diálogos, Esparta era mais prática, a população espartana procurava dizer tudo em poucas palavras, e eram de uma cultura militar. As crianças em Esparta, quando nasciam, eram analisadas se tinham algum defeito, alguma deformação, se tivesse, eram jogadas do alto de uma montanha para a morte. Se fosse sadia, “sem defeitos”, a criança era entregue a mãe, que cuidava dos filhos até os 7 anos. Com 7 anos, a criança era dada ao Estado, para ser criada pelo Estado, preparando desde pequeno para a guerra. Com 12 anos, a criança era solta na selva, peregrinando nas florestas, se alimentado do que conseguia caçar e até do que roubava. Vivendo por conta própria. O roubo era permitido em Esparta, por que numa guerra, para se alimentar, um soldado podia ter que roubar da população da região da guerra, e roubar com perfeição, sem ser percebido, para não haver problemas. Por isso Esparta incentivava o roubo. Para o soldado se aperfeiçoar no roubo. E puniam severamente se os soldados fossem pegos no roubo, não por que roubaram, mas por que demonstraram fraqueza ao dar brecha para serem descobertos. Depois de alguns anos voltavam à cidade, e com 17 anos, passavam por uma iniciação: se fossem aprovados, eram considerados adultos e tinham direito a um lote de terra.
            Sobre a batalha das Termópilas e os 300 espartanos, aconselho vocês, Eduardo e Ricardo, a lerem o livro “Portões de Fogo” do escritor Steven Pressfield. Portões de Fogo é o significado de Termópilas. Lá nas Termópilas, tem um busto do rei e general espartano Leônidas com a frase: “Que venham buscá-las”; que foi o que Leônidas disse aos persas quando os persas pediram suas armas. Os espartanos foram pegos de surpresa, e Leônidas escolheu somente 300 espartanos para segurar os persas por 3 dias, dando tempo de toda a Grécia se organizar para combater os persas. E o objetivo foi alcançado, apesar deles terem morrido. Morreram por que um nativo da região disse um atalho que dava para encurralar os 300 espartanos. Pela configuração geográfica do local, os persas tinham que passar por esse corredor, mas importava mais qualidade do que quantidade, por ser uma passagem estreita, perfeita para os 300 espartanos. Como era época de uma festividade religiosa, os espartanos não podiam ir com força total para a guerra, com todo o contingente. Por isso, inicialmente, foram os 300 espartanos para a batalha, junto com guerreiros de comunidades vizinhas.
             Leônidas escolheu os 300 espartanos por causa de suas esposas, pela qualidade de suas esposas, pois, se esses soldados morressem - e morreram - suas esposas ficariam responsáveis de educarem o lar e passar o legado dos finados maridos para as futuras gerações. As mulheres espartanas recebiam uma educação parecida com a dos homens. Pois, acreditavam os espartanos, que para gerar homens fortes, tinham que haver mulheres fortes, mães fortes. Também porque muitas vezes os homens passavam longos anos na guerra, e a mulher seria responsável para zelar pela família e pela casa.
            Então, os 300 foram para a batalha. Se uniram a eles soldados da região em volta, nativos de regiões próximas, que não eram tão organizados como os espartanos, mas sua união aos 300 foi bem-vinda. Dizem que os persas contavam com 1 milhão de soldados. Alguns falam até de 2 milhões de soldados persas. Xerxes, imperador persa, mandou o primeiro batalhão para enfrentar os 300. Esse batalhão foi aniquilado. Xerxes, curioso com tamanha habilidade militar dos espartanos, mandou alguns persas observarem de longe, escondidos, o que os espartanos faziam antes das batalhas. Os espiões persas viram os 300 espartanos se arrumando cuidadosamente, como se estivessem indo para uma festa. Serenidade importante antes e durante a batalha. Aliais, os discursos antes das batalhas não podiam ser muito emocionados, para não tirar o estado de serenidade dos espartanos. Então, na segunda batalha, Xerxes vendo a qualidade dos 300, mandou seus melhores soldados: “os imortais”. Eram assim chamados, pois, quando um persa caia, tombava, outro o substituía, mantendo o mesmo número do batalhão. Mas os imortais foram derrotados facilmente pelos 300 espartanos. Abaixando a moral do exército persa. E por três dias, os 300 venceram. Porém, por causa da traição de um nativo que revelou um local que dava para encurralar os 300, esses foram mortos. Mas já era tarde para os persas, toda a Grécia foi avisada e a marinha ateniense derrotou a marinha persa, além dos persas perderem outras batalhas em terra. Assim, os persas perderam e a civilização ocidental foi salva do esquecimento. Uma frase marcante de Leônidas foi dita quando um persa disse: “Nossas flechas cobrem a luz do sol”; e Leônidas respondeu: “Que bom, lutaremos na sombra”. 

Autor: Victor da Silva Pinheiro

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