Os 300 de Esparta e a cultura militar
Eduardo e
Ricardo, na época da Antiguidade existiam povos civilizados e povos bárbaros,
mas nem todo povo dito bárbaro pelos gregos e romanos eram realmente bárbaros,
como os persas que não eram povos bárbaros. Porém, existiam sim povos bárbaros,
e muitos viviam do roubo, saque, estupravam mulheres, matavam, faziam o diabo,
muitas vezes eram organizados em grande número. Então, era necessário os povos
civilizados se organizarem e estarem prontos para a guerra. Prontos a qualquer
momento. Tem uma frase romana que explica isso: "Se você quer a paz,
esteja preparado para a guerra." Os persas formaram um grande império, e
eram organizados, pesquisem a história dos persas. Tanto que Alexandre O Grande
resolveu absolver a cultura persa e conquistou esse império, preservando a
cultura persa, absorvendo essa cultura oriental a cultura ocidental e criando a
cultura helênica. Além de absolver outras culturas orientais, como a cultura
hebraica. No caso aqui, os espartanos queriam proteger a terra e a cultura
grega e salvar a cultura grega do aniquilamento, do esquecimento. Os
persas pretendiam varrer da história a cultura grega, tanto que quando chegaram
a Atenas, mesmo a cidade vazia – pois a população foi avisada há tempo da ameaça
persa e fugiram – os persas queimaram a cidade. O persas, apesar de na história
terem sidos considerados civilizados, na atitude de Xerxes de varrer da
história a cultura grega, foi uma atitude bárbara.
Os persas,
liderados por Xerxes, antes da campanha militar, fizeram reuniões e decidiram
ir a oeste, ao ocidente, e conquistar toda a Europa, que para eles, ainda não
tinha povos com grande estrutura militar, cultural, civilizatória - com exceção
dos gregos que eram organizados em cidades-estados. Quando surgia uma ameaça
estrangeira, as cidades-estados gregas paravam de guerrear entre si, e se uniam
para defender a Grécia. Um povo, uma língua, uma cultura. Então, os persas
decidiram começar a campanha destruindo os gregos, e assim, com a destruição
dos gregos, ficava mais fácil conquistar toda a Europa.
Atenas e
Esparta, apesar de serem cidades gregas, falarem a mesma língua, serem da mesma
religião, eram rivais e de culturas relativamente diferentes. Enquanto Atenas
era intelectualizada, e a população prolongava-se nos seus diálogos, Esparta
era mais prática, a população espartana procurava dizer tudo em poucas
palavras, e eram de uma cultura militar. As crianças em Esparta, quando
nasciam, eram analisadas se tinham algum defeito, alguma deformação, se tivesse,
eram jogadas do alto de uma montanha para a morte. Se fosse sadia, “sem
defeitos”, a criança era entregue a mãe, que cuidava dos filhos até os 7 anos.
Com 7 anos, a criança era dada ao Estado, para ser criada pelo Estado,
preparando desde pequeno para a guerra. Com 12 anos, a criança era solta na
selva, peregrinando nas florestas, se alimentado do que conseguia caçar e até
do que roubava. Vivendo por conta própria. O roubo era permitido em Esparta,
por que numa guerra, para se alimentar, um soldado podia ter que roubar da
população da região da guerra, e roubar com perfeição, sem ser percebido, para
não haver problemas. Por isso Esparta incentivava o roubo. Para o soldado se
aperfeiçoar no roubo. E puniam severamente se os soldados fossem pegos no roubo,
não por que roubaram, mas por que demonstraram fraqueza ao dar brecha para
serem descobertos. Depois de alguns anos voltavam à cidade, e com 17 anos,
passavam por uma iniciação: se fossem aprovados, eram considerados adultos e
tinham direito a um lote de terra.
Sobre a batalha das Termópilas e os 300 espartanos, aconselho vocês, Eduardo e
Ricardo, a lerem o livro “Portões de
Fogo” do escritor Steven Pressfield. Portões de Fogo é o
significado de Termópilas. Lá nas Termópilas, tem um busto do rei e general
espartano Leônidas com a frase: “Que venham buscá-las”; que foi o que Leônidas
disse aos persas quando os persas pediram suas armas. Os espartanos foram pegos
de surpresa, e Leônidas escolheu somente 300 espartanos para segurar os persas
por 3 dias, dando tempo de toda a Grécia se organizar para combater os persas.
E o objetivo foi alcançado, apesar deles terem morrido. Morreram por que um
nativo da região disse um atalho que dava para encurralar os 300 espartanos.
Pela configuração geográfica do local, os persas tinham que passar por esse
corredor, mas importava mais qualidade do que quantidade, por ser uma passagem
estreita, perfeita para os 300 espartanos. Como era época de uma festividade
religiosa, os espartanos não podiam ir com força total para a guerra, com todo
o contingente. Por isso, inicialmente, foram os 300 espartanos para a
batalha, junto com guerreiros de comunidades vizinhas.
Leônidas escolheu os
300 espartanos por causa de suas esposas, pela qualidade de suas esposas, pois,
se esses soldados morressem - e morreram - suas esposas ficariam responsáveis
de educarem o lar e passar o legado dos finados maridos para as futuras
gerações. As mulheres espartanas recebiam uma educação parecida com a dos
homens. Pois, acreditavam os espartanos, que para gerar homens fortes, tinham
que haver mulheres fortes, mães fortes. Também porque muitas vezes os homens
passavam longos anos na guerra, e a mulher seria responsável para zelar pela
família e pela casa.
Então, os 300 foram para a batalha. Se uniram a eles soldados da região em
volta, nativos de regiões próximas, que não eram tão organizados como os
espartanos, mas sua união aos 300 foi bem-vinda. Dizem que os persas contavam
com 1 milhão de soldados. Alguns falam até de 2 milhões de soldados persas.
Xerxes, imperador persa, mandou o primeiro batalhão para enfrentar os 300. Esse
batalhão foi aniquilado. Xerxes, curioso com tamanha habilidade militar dos
espartanos, mandou alguns persas observarem de longe, escondidos, o que os
espartanos faziam antes das batalhas. Os espiões persas viram os 300 espartanos
se arrumando cuidadosamente, como se estivessem indo para uma festa. Serenidade
importante antes e durante a batalha. Aliais, os discursos antes das batalhas não
podiam ser muito emocionados, para não tirar o estado de serenidade dos
espartanos. Então, na segunda batalha, Xerxes vendo a qualidade dos 300, mandou
seus melhores soldados: “os imortais”. Eram assim chamados, pois, quando um
persa caia, tombava, outro o substituía, mantendo o mesmo número do batalhão.
Mas os imortais foram derrotados facilmente pelos 300 espartanos. Abaixando a
moral do exército persa. E por três dias, os 300 venceram. Porém, por causa da
traição de um nativo que revelou um local que dava para encurralar os 300,
esses foram mortos. Mas já era tarde para os persas, toda a Grécia foi avisada
e a marinha ateniense derrotou a marinha persa, além dos persas perderem outras
batalhas em terra. Assim, os persas perderam e a civilização ocidental foi
salva do esquecimento. Uma frase marcante de Leônidas foi dita quando um persa
disse: “Nossas flechas cobrem a luz do sol”; e Leônidas respondeu: “Que bom,
lutaremos na sombra”.
Autor: Victor da Silva Pinheiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário