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sábado, 30 de março de 2013

The Hobbit: Eu quero ter o medo de ser esquecido


The Hobbit: Eu quero ter o medo de ser esquecido

Vendo o filme “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, vendo a cena em que um anão explica por que o lendário herói anão Thorin ganhou aquele apelido de Escudo-de-Carvalho, me inspirou. Infelizmente, eu não tenho o medo de ser esquecido, mas eu queria ter esse medo. Melhor dizendo, eu quero ter esse medo. Nem que seja preciso ir ao fim do mundo em busca desse medo. No passado, mais do que hoje, eu queria ter uma vida comum, cinza, nem preto nem branco, uma vida morna, ordinariamente feliz. Estava errado? Também não. Os grandes heróis do passado lutaram para salvar a vida dessas pessoas, das pessoas ordinariamente felizes. Como a vida de um hobbit, único capaz de agüentar o fardo do mágico anel. O anel do poder. Como Jesus agüentou o fardo da cruz e superou a dúvida, e renasceu em glória. Na verdade, me expressei errado. A vida de um hobbit não é uma vida ordinariamente feliz, mas é uma vida fantasticamente feliz, sendo simples. É o fim, o Jardim do Éden. É o motivo pelo qual Jesus morreu na cruz. É o motivo pelo qual Aragorn e Thorin lutaram. O problema é que eu, como muitos no mundo, achamos (ou pelo menos eu achava) que nossa falsa vida de conforto é a ideal, quando a vida não tem sabedoria, mas tem distrações que nos deixam “felizes”. A ignorância não é uma benção. E não vivemos num mundo cor de rosa, há o mal, e temos que estarmos preparados para o mal. O mal reina no mundo não só pelas ações das pessoas más, sendo essas pessoas uma minoria. O mal reina no mundo, principalmente, pela omissão e falta de atitude das pessoas boas, que são maioria. Há uma frase clássica romana que diz: “Se você quer a paz, esteja preparado para a guerra.”
Pegamos a natureza, por exemplo, a natureza tem muito a nos ensinar. Três, quatros leões são capazes de derrubar um búfalo. Um leão também. Mas quando a manada de búfalos está reunida, e partem para o ataque juntos aos leões, até os leões temem e tentam atacar depois, ou não mais, não naquele dia. Temos que viver o dia. A união faz a força, como diz um ditado popular. Então, humanidade, uni-vos. Se você acha que eu estou separado de você, está errado. Todos estamos conectados e devemos nos unir para vencer um inimigo em comum: a ignorância. Que simbolicamente são as corjas de Orcs do filme.
Como vocês viram no início do texto, eu me enganei, e me corrigir. A vida de um hobbit não é ordinariamente feliz, mas fantasticamente feliz. E o próprio hobbit descobre durante a jornada do herói que quer lutar para que os anões também tenham esse lar. A jornada do herói... Eu, a partir de agora, vou manter em mente um pensamento: se tiver fracassos, que eu tenha e que aprenda com eles. Se tiver vitórias, que eu tenha e que me lembre delas. Que os futuros fracassos sejam pontes para futuras vitórias. Que eu vença o Golias. Que eu me torne o lendário rei hebreu Davi, que ainda jovem, pequeno, derrotou o gigante Golias. Que eu vença a mim mesmo, que eu vença em pensamento, palavra e ação. E se eu não vencer? Bem, eu tentei, e espero que outros tentem se inspirando na minha tentativa.

Autor: Victor da Silva Pinheiro

quinta-feira, 7 de março de 2013

Philia: amor de amizade



Philia: amor de amizade

               
Para um trovador solitário
Que só tem um amigo (a)
Quando se ouve uma segunda pessoa
Dizer que é seu amigo (a)
É como água no deserto
É como o ouro de Salomão
“A Sabedoria”
É como o canto da cítara a meia-noite o acordando
“Nadir”
O sol da meia-noite
Que surge em meio da escuridão da meia-noite

Esse sou eu
O trovador solitário
De poucos colegas
E único amigo (a)

Tão poucos amigos (as)
Que eu já disse o que queria dizer
Em poucas palavras
De poucos amigos (as)
De uma dança talvez
Com um pequeno grupo de amigos e amigas
Seria o Jardim do Éden

Estou me estendendo na poesia
Que também é sinal de poucos amigos (as)
E muitas palavras a escrever
Tudo é justificativa
Para poucos amigos (as)

A literatura me permite isso
De imaginar eu me casando no interior
Do estado da Paraíba
Brejo Paraibano
Cidade de Serra da Raiz
Em dia de São João
Festa junina
Quadrilha junina
Noite e luz da fogueira
Iluminando a luz no olhar
Família e imaginários amigos (ex-amigos, colegas futuros amigos)
Dançando
Na praça em frente à igreja
Com um padre real
Casando
Abençoando
E a presença do coronel sogro

Me liberto e me estendo na poesia
Quero escrever em prosa agora
Prosa poética?
A literatura é minha única amiga agora

Imagino
Minha filha de 4 anos
Dizendo para sua mãe, minha esposa,
Que eu dou muito trabalho
Dizendo isso
Interpretando ela como se fosse minha mãe
Falando do Pai-lhaço que sou eu
Palhaço mesmo

Imagino
Minha filha de 15 anos
Apresentando o namorado no jantar
E eu brincando, mas falando sério
Dizendo que somos judeus
E temos que o circuncisar
O namorado constrangido
Que quer sair da mesa
E minha filha afoita
Diz que é brincadeira
Sem o namorado acreditar que é brincadeira
Minha filha recorre a sua mãe, minha esposa
Que implora, ela minha filha,
Para que a grande matriarca diga que é brincadeira

Imagino
Eu chegando em casa, com minha esposa e sua irmã
E vendo os trigêmeos fazendo uma bagunça no terraço
Digo:
“Ave Maria, é menino demais, cuida amore mio
Que eu vou é embora. Derruba uma casa esses meninos!”
Sua irmã estranhando, pergunta a minha esposa:
“Aonde ele foi?”
E ela responde
De cabeça sutilmente inclinada para baixo
De maneira meiga
De maneira submissamente feminina, mas feliz no olhar:
“Hoje é sábado, ele foi jogar bola, já já volta”

Imagino
Minha esposa saindo com a irmã no carro
Mas antes de sair ela ver no meu olhar
E nos olhares de nossas crianças
Que vamos aprontar alguma
E assim que ela sai,
Dançamos rock
Em inglês claro
Pra criançada não entender
E só curtir
Balançando a cabeça

Quando ela volta pra casa com a irmã
Nossas crianças fazem cara de sapeca
E ela sente algo no ar
E femininamente maternal
Sente o amor no ar de maneira secreta e pensa consigo mesma:
“Só podiam ter dançado rock,
Sabendo que eu não gosto desse barulho”
O ar secreto das crianças para comigo, pai,
E a natureza de ter feito algo legal
E inofensivo
Escondidos da disciplinada religiosa mãe
É agradável
Para as crianças
E família

Imagino
Meus filhos e esposa na mesa de jantar
E um dos meus filhos pergunta
Por que respeitar tal regra
E eu e meus outros filhos
Com o dedo indicador para cima
Volta esse dedo para baixo
Em direção a mesa
E dizemos
Em coro:
"Porque é a lei!"


Imagino
Na mesa de jantar
Minha filha
Criança
Querendo fazer traquinagem
Aprontar alguma
E eu digo para ela:
"Se aprontar vou fazer o moi de cócegas"
Muitas cócegas
Tantas
Que ela vai pedir para parar
E vai me obedecer

Imagino
Tendo um filho homem
Para o ensinar a ser o escolhido do futebol
Superar Pelé
E imagino
Tendo uma filha para poder morder ela bem muito
Ainda mais se ela for gordinha
E moreninha

Imagino
A imaginação
Sendo a maior arma para o bem
Versus fantasia

Imagino

Uma família
De amigos (as).

Autor: Victor da Silva Pinheiro