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domingo, 30 de setembro de 2012

O homem de volta ao deserto



O homem de volta ao deserto

De volta ao deserto
Depois da campanha vitoriosa
Nas terras geladas do norte
Ele ainda tem mais um dever:
Conquistar a cidade prometida

Uniu as tribos árabes
Em torno de um ideal:
Conquistar a cidade interior
Da sabedoria

A luta de um único homem bom
Vale a luta de Meca
Os Beduínos
De uma cultura milenar
Lutam por justiça

Sempre há tempo para justiça
E fazei justiça agora
E assim conquistar e conquistar

Vão rumo a cidade prometida
Para chegar antes dos estrangeiros
E conquistá-la
A sangue e suor

Os homens que lutam por riquezas
Estão espalhados no campo de batalha
São muitos
Os homens que lutam pela causa nobre
Pela honra
Vão à frente no campo de batalha
A esses está prometido herdarem a terra
Da cidade prometida
Uns desses homens
Carregam a bandeira árabe
Como se fosse um amuleto da sorte
Pois disse o poeta romano Virgílio:
“A sorte favorece os destemidos”.
E alguns, lutam por ele: pelo herói
E lutam ao lado do herói

O herói é como o sol
E só os que amam 
São capazes 
De estarem ao seu lado
Por muito tempo
Sem se queimar

Farão festas
Para celebrar a justiça
E a memória
Dessa batalha honrosa
Invocarão cânticos
Inspirarão a futura geração
Ao incansável amor pela luta

Autor: Victor da Silva Pinheiro









sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Mitologia dos Animais




Mitologia dos Animais

O Batman
É o cavaleiro das trevas
Não por que é das trevas
Mas por que enxerga nas trevas
Enxerga no escuro
Ver melhor
A corrupção em volta
E assim sendo
Sabe aonde combater
É a visão do morcego
Ou será a visão do gato?
Quem sabe do chacal?

Já o cachorro
Tem a nos transmitir
Sua lealdade nata
Como um cachorro labrador
Um cão-guia
De um cego para o mundo da matéria
Mas que ver o mundo espiritual

O touro
Com toda sua força
Vai da teimosia
A perseverança
E existe uma linha tênue
Que separa
Teimosia e perseverança

Já a águia,
Com sua visão a longo alcance
Tem a nos ensinar
A olhar a solução
Pensando no macro
Vendo o micro
Ser alado
E ter a leveza
De caçar em velocidade
Nossos defeitos

A pomba nos ensina a mansidão
É cristã por natureza

A serpente nos ensina a astúcia
Qual melhor animal
Para entrar e sair de um lugar
Sem ser visto?

Temos que ter a nobreza de um leão
De ser o rei da floresta
De saber tudo que se passa no seu reino
O nosso reino interior
E assim
Ter o coração nobre
E também observarmos
"Nosso pequeno castelo"
Nosso reino exterior

O elefante
É símbolo do sábio
Tem o peso da sabedoria
Orelhas grandes e boca pequena
Pois mais ouve do que fala
E tem a leveza
De deixar umas formigas passarem
E no grito da matriarca
Toda a manada segue a líder
Como os discípulos seguem seu mestre

Precisamos da harmonia de um formigueiro
Do espírito de coletividade da abelha
E de uma legião de lobos
Organizados numa alcateia
Prontos para aniquilar a ignorância
Como os romanos
Descendentes de Rômulo e Remo
Amamentados por uma loba
Que tinham como meta
Civilizar o mundo
Através da guerra ou da paz
De uma guerra interior
Da ignorância versus sabedoria

Pois, a guerra de hoje
É no campo do espírito
E qual melhor animal
- único da espécie -
A buscar valores, virtudes e sabedoria?
E assim, combater nessa eterna guerra
Interior?
É o homem.
E é essa busca
Que nos torna um animal racional
Que nos torna ser humano
Algo além do animal
Ou você prefere ser aquele
Que se contenta só com sexo, comida e diversão?
Como um cachorro qualquer?
Avante homens: há uma batalha!

Autor: Victor da Silva Pinheiro

victorgeo10@gmail.com



A catadora de lixo e seu cachorro vira-lata



A catadora de lixo e seu cachorro vira-lata

Lá vai ela
Recolhendo lixo reciclável
E passando uma mensagem
Para o povão dessa cidade:
“Assim como reciclo vossos lixos
Vocês devem reciclar as vossas almas!”

E não posso me esquecer
Do seu fiel cachorro vira-lata
Cachorro de rua
Sabido como um moleque da periferia
Tem a mansidão de uma pomba
E é astuto como uma serpente
Ao olhar os dois lados da rua ao atravessar
E tem a coragem de defender a criança
do rival cachorro pit bull

Merece uma medalha
A catadora e sua sombra vira-lata
Aonde ela passa
Deixa um pedaço de si
E encoraja os sem-teto
Os moradores de rua
Os marginalizados
A lutar
Pois, é isso que nos pertence:
A luta

Pelo mesmo motivo que uns vêem inércia
Ela ver motivação
Para superar a fome
Espiritual e material

Vai com Deus, minha heroína
Vida longa a ti, e a tua sombra
Teu fiel escudeiro

Autor: Victor da Silva Pinheiro



terça-feira, 25 de setembro de 2012

Apocalipse – Aula 6


Apocalipse – Aula 6

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

            O diferencial da fé cristã é o amor. É, como diz na Escritura, “dar a César o que é de César, e dar a Deus o que é de Deus”. É ser próximo de Deus e ser próximo das pessoas próximas. É oferecer a outra face a tapa, assim, cortando o mal pela raiz e desnorteando qualquer ofensor, fazendo-o pensar: “De onde vem tanta força?” O cristão é chamado ao estado de vigilância, pois, como diz na Escritura, ninguém sabe nem o dia nem à hora do fim dos tempos. No batismo somos marcados como reis, profetas e sacerdotes, e somos convidados por Jesus a nos elevar a divindade. Somos convidados a nos rasgar num céu tempestuoso em direção ao Reino dos Céus, pois a porta é estreita. E por falar desse convite de Jesus, Jesus responde aos judeus sobre o fato de Jesus se considerar filho de Deus, justifica citando Gênesis, pois diz: “E serás como Deuses”. Mas para isso, para sermos considerados filhos de Deus em alma e espírito, temos que lutar, a santidade não vai simplesmente cair do Céu, temos que fazer por merecer, nos colocando a serviço da humanidade. Existe uma luta interna em nós entre o cachorro do bem contra o cachorro do mal, e vence essa luta aquele cachorro que nós mais alimentarmos. Alimentando com oração, muita oração, servir ao próximo, além de buscar sabedoria e se manter ético. Ser ético independente das circunstâncias. Pois, quem é ético, é ético na escuridão ou na claridade, só ou em grupo.
            O fato de vermos o demônio de forma personificada, é por que assim fica mais fácil de socá-lo, já que é visível, e assim, saberemos de onde vem o soco e assim podemos contra-atacar. Fé e razão caminham juntos. É o dionisíaco e o apolíneo que se complementam. O intuito de Deus é que sejamos vencedores ao lado de Deus.
O deserto na bíblia é um lugar de introspecção, onde encontramos a si mesmo. É onde Deus se mostra muito próximo. Por isso, como eu disse numa poesia, teu destino, homem, é o deserto, e o deserto ti transformará num herói. Para, como diz na escritura, com o arco e a flecha, que simbolizam a personalidade contorcida ao bem, mais o valor, o conquistador torne a vencer e vencer.  

Autor: Victor da Silva Pinheiro


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O homem que venceu a geleira




O homem que venceu a geleira

O herói não nasceu pronto
O deserto o transformou em herói
Ele deve tudo ao deserto
Só que agora
Sua batalha é no gelo

Mobiliza sua equipe
Para resgatar a princesa
Num castelo de gelo
Na terra dos nórdicos

Vestido de vermelho
Como o fogo que vence
O gelo no coração dos homens
Vai ele
Rumo à glória

Guiado pela estrela solar
Ele reza
Para despertar
Seu sol interior

Por ele ter tomado a decisão
De ir resgatar a princesa
Asgard, a terra dos divinos nórdicos
Oferece a ele armas mágicas

Ele ver uma inscrição
Na porta do oráculo das geleiras
Deixada pelos antigos Vikings:
“Não é a vitória,
E não é a derrota,
Que nos pertence,
Mas sim a luta!”

Ele ver os povos do gelo
E não se importa com o sofrimento
Temporário
Ele visita e articula
Do esquimó ao governante
E assim,
Como a aranha que tece sua teia
Ele monta todo um esquema
De idas e vindas
Informações, aprendizados e armadilhas
E assim ele vence, e diz:
“Digam a Meca que Pinheiro venceu!”

No final, perguntam a ele:
“Como vencestes os espíritos do gelo?”
E ele responde:
“Minha espada é a palavra,
E meu escudo é a fé.
Meu destino são os desertos
E as geleiras!”

Então,
Por fim
Ele pergunta ao oráculo das geleiras:
“Como será minha morte?”
E o oráculo responde:
“Entrarás no Céu lutando!”

Autor: Victor da Silva Pinheiro


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O homem que venceu o deserto




O homem que venceu o deserto

Vendo o homem
Que venceu o deserto
Me lembrei 
da sabedoria popular
que diz:
"Deus não escolhe os capacitados,
mas capacita os escolhidos"
O escolhido é aquele que se escolhe
para servir ao máximo a humanidade, 
munido de sabedoria

Um homem de leitura
Amante da cultura árabe
Foi escolhido por Deus
Para liderar as diversas tribos
rivais
e unir-las
numa só grande nação
Lutando
pela liderança
de uma só grande flor:
A Flor Mítica
Que brota no deserto
Que simboliza
Que o homem não é
produto do meio
mas sim
produto
da sua própria vontade

Só há destino
se o construirmos

Unindo o novo
com o antigo
Foi ele ao deserto
Por que teu destino
Homem
É o deserto

Sendo guiado
Pela mão invisível
do destino
Foi ele
Pincelando seu destino
e reescrevendo
a história do seu povo

Nobre, 
Letrado
já tinha o coração de ouro
então a técnica, 
da guerra
adquiriu na caminhada
no deserto

Ao ser enviado ao deserto
Adquiriu o coração guerreiro beduíno
O deserto o transformou num herói
É na dificuldade que a gente cresce

Ao chegar ao mar
Pois teu prêmio homem
ao vencer o deserto
é ir ao mar
Mais uma vez a mão invisível
do destino
o favoreceu
Foi presenteado
Com água doce,
poesia
E conheceu sua alma:
sua dama
E assim ele disse:
"Dêem-me um poeta
um repórter
e um pintor,
e eu vencerei o mundo" 

Foi ele, abastecido 
Em busca do verdadeiro ouro:
a sabedoria de um povo cultural

No final
Acredito eu que foi ele ao mar
uma segunda vez
com a princesa
que o presenteou com flores:
- Flores ao conquistador
e esperança
de um futuro melhor
ao povo árabe.

autor: Victor da Silva Pinheiro







quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Apocalipse – Aula 5



Apocalipse – Aula 5

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil.

        Nas visões proféticas há cânticos, que enaltece o caráter litúrgico do Apocalipse. O Apocalipse deve ser lido de maneira dupla: é a história da humanidade, e a nossa história pessoal, interna, de dentro para fora. O elemento fé é o ato primeiro, em que a missão da igreja não é destruir o outro, mas salvar. É uma transformação que começa no coração do homem. Esse é o projeto de Deus para a humanidade. E para se salvar é necessário manter a aliança com Deus. Nós estamos no tempo kariológico, no tempo da graça, e não somente no tempo cronológico. Pois a divindade está no meio de nós. Kairos é o Deus do tempo oportuno na mitologia grega. Era quase careca com um topete, e passava correndo pelas cidades. E ninguém sabia quando ele ia passar. Por isso precisamos manter a atenção, para agarrar as oportunidades pelo topete. Quando diz no livro que estão revestidos de branco, é por que estão revestidos de imortalidade. Lembrando que os 7 selos são um julgamento prometido. As 7 trombetas são um julgamento parcial. Os 144.000 escolhidos têm relação com 12.000 vezes 12. É simbólica essa quantidade e não deve ser levada ao pé da letra.
            Quando o cristão faz o sinal da cruz ao passar na frente de uma igreja, o cristão se lembra que é um batizado e que ele pertence a Cristo. O silêncio na abertura do sétimo selo é a espera da proclamação de Deus sobre a humanidade. Etimologicamente "santo" na língua hebraica quer dizer "separado". Como eram chamados os cristãos, de santos, pois eram batizados, e agora pertencem a Deus. Na missa, a caminhada até o altar simboliza a história da humanidade, que corre como um rio, semelhante a uma marcha. Ninguém se torna santo da noite para o dia, esse processo de santificação é um projeto para toda a vida. A formação nunca acaba.
         Da primeira a quarta trombeta, como já disse, simboliza calamidades naturais. A quinta trombeta simboliza a queda do adversário. O "ai" simboliza que o julgamento começou, é uma exortação. Os 7 trovões representam a palavra perfeita de Deus. O engolir o livro, significa que lá no tempo de Cristo foi dado a João a missão de resgatar a aurora de outrora, que é uma missão amarga, sofrida, porém sua palavra é doce. Pois o caminho é cheio de dificuldades, mas é um caminho proveitoso por causa da palavra. O capítulo 11, das 2 testemunhas, significa que toda a igreja é vitoriosa. Onde as 2 testemunhas simbolizam o povo de Israel, e a nova igreja. Na visão da mulher, a lua significa a mutabilidade, que está sob os pés da mulher, que o domina agora. As 12 estrelas são os 12 apóstolos. O sol é Jesus. Quando diz que o dragão foi guerrear com os descendentes da mulher, quer dizer que esses descendentes somos nós cristãos, e quer dizer que todo dia é uma batalha e que devemos seguir o conselho de Jesus: "Vigiai" Crer é oferecer, conceder algo, é doar-se a Deus, a vida, e como diz o filósofo Nietzsche: "Ser fiel a terra". 

Autor: Victor da Silva Pinheiro


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Apocalipse – Aula 4



Apocalipse – Aula 4

Escola de Teologia Discípulos Missionários da Igreja Santa Júlia, do bairro da Torre, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil

As visões proféticas

            Quando diz no Apocalipse “uma porta aberta no Céu”, diz respeito à liturgia. Quando se fala em Deus Pai, evita-se o antropomorfismo; já com Jesus é permitido o antropomorfismo. Quando diz “dia e noite sem parar”, é a eternidade. A proclamação dos 4 animais sagrados, ou como chamam, 4 viventes, é a liturgia celeste. São Irineu fez a ligação dos 4 evangelhos com os 4 viventes. O Evangelho de Marcos, como começa com João Batista no deserto, pregando, como o rugido do leão e a nobreza de um leão, esse evangelho está associado ao leão. Touro é o Evangelho de Lucas, onde começa no templo, e simboliza a força interior, oculta. Já que em Lucas, falasse de um episódio da infância de Jesus aos 12 anos, fazendo o que ele estava destinado a fazer: a vida sacerdotal. Já o Evangelho de Mateus, como começa com uma genealogia de Jesus, que simboliza inteligência e sabedoria, é associado ao homem. O Evangelho de João, como é o mais filosófico e profundo, é associado à águia, que é um animal alado e que tem a visão a longo alcance. Lembrando que os 4 viventes, são 4 por que esse número simboliza a totalidade do universo, que nesse caso, serve a Deus. Em outra passagem do capítulo 5 ver-se uma referência antropológica, que se refere ao homem, à história da humanidade onde Jesus é o único que pode abrir o livro.
As trombetas são os julgamentos mais parciais; as 7 taças simbolizam um julgamento definitivo. Os 7 selos são a promessa do julgamento, onde no fim a vitória é a da igreja. Tanto que no fim do Apocalipse há um casamento entre a igreja (o povo) e Jesus (o noivo). Os chifres simbolizam a força, poder, de captar o mundo espiritual; os 7 olhos são a onisciência, que tudo ver, plenitude do conhecimento. Quando os 4 viventes e os 24 anciões se prostram diante de Jesus, o cordeiro, demonstra que Jesus está sentado a direita de Deus Pai, e tem os mesmos poderes Dele. Quando diz que os escolhidos vão reinar no mundo, é por que vão servir, portadores da boa nova, pois Jesus diz: “Eu não vim ao mundo para ser servido, mas para servir!” E se Jesus disse isso, por que os escolhidos iam se comportar de maneira diferente? Quanto mais rezamos, mais observamos os detalhes de nossa alma. Orar é autoconhecimento.
O primeiro cavalo branco com seu cavaleiro é a própria palavra de Deus, que está destinada a vencer e vencer. O arco do cavaleiro é sua personalidade, onde o valor é sua flecha, e o alvo é a vida. Assim como o arco se contorce, assim esse cavaleiro faz da sua personalidade. O segundo cavaleiro com sua espada montado num cavalo vermelho, simboliza a guerra. O terceiro cavaleiro montado num cavalo preto é a fome, conseqüência natural depois da guerra. O óleo simboliza o batismo, e o vinho a eucaristia. O último cavaleiro montado num cavalo esverdeado, é a doença e conseqüente morte. O sexto selo diz respeito aos fenômenos da natureza, ao simbolismo cósmico, que quer dizer: ‘o que são todos esses fenômenos diante de Deus? Pois Deus é todo poderoso e está acima disso, e tem domínio sobre isso.’ O silêncio no sétimo selo é uma parada, para reflexão, para o que vem depois. As 4 primeiras trombetas são calamidades naturais. Os gafanhotos da quinta trombeta são a devastação interna; na sexta trombeta simboliza também uma devastação. A sétima trombeta é a vitória sobre o adversário. Antes da sétima trombeta há o episódio do livro engolido, que quer dizer que voltou a si mesmo.

Autor: Victor da Silva Pinheiro


                

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

7 de setembro: independência ou morte!



7 de setembro: independência ou morte!

Hoje, dia da independência do Brasil, venho aqui dizer que mais importante é a independência da alma. Como era a alma do filósofo estóico Epiteto: livre. Ele sendo um escravo, não era dono nem do próprio corpo, mas era uma das almas mais livres do mundo. Por isso seu dono tinha inveja de Epiteto (ou se escreve Epicteto). Se Platão reencarnasse hoje, a sociedade ia dizer a Platão: “Veja que beleza Platão, não existem mais escravos!”. E Platão ia dizer: “Nunca vi tantos escravos juntos!”. Escravos da mente, o pior tipo de escravo que existe, que não tem consciência que é escravo. E se não tem consciência da escravidão, como vai se libertar? Como diz Morfeu no filme Matrix: “Alguns estão tão presos a Matrix (as correntes), que vão lutar para permanecerem na Matrix.” Não há mal em ter instintos, o mal está em deixar-se dominar por esses instintos. E ter sabedoria não é ter mais informação, mas ser aquele que vive um ideal filosófico. Porém, até um psicopata pode ter um ideal, e esse ideal pode ser ruim para a humanidade. Então vem a filosofia dar validade ou não a tal ideal. Sabedoria é dar prioridade ao ser em vez do ter, é ter formação e não somente informação. Infelizmente, a maioria da humanidade vive acorrentada na ignorância, e só a sabedoria liberta. Podem nos tirar da família, a liberdade e até a vida, mas não podem nos tirar a sabedoria. É essa sabedoria que guiará o idealista que passará a ser filósofo no mito da caverna de Platão, que ao sair da caverna verá as coisas iluminadas pela luz do sol, pela luz da verdade.
Todos temos dons prontos para serem despertados. Só precisamos de um empurrãozinho. Há homens da ciência, outros da arte, outros do esporte, e etc. Há até alguns que conseguem ser da ciência, arte, esporte, ao mesmo tempo, numa mesma vida. São os ecléticos do conhecimento. Imagine os diversos campos do conhecimento como sendo as faces de uma pirâmide, quanto mais escalamos e vamos em direção ao topo da pirâmide, mais nos aproximamos das outras áreas. Por isso, gênios como Leonardo da Vinci, tinham conhecimento sobre vários campos, várias disciplinas. Nietzsche chega a criticar essa história de dons dizendo que a história dos grandes homens foram construídas em cima de muito trabalho e sacrifício, independente de dons. Ele quis dizer que às vezes, temos um dom em algo, mas achamos o contrário e não desenvolvemos tal dom, não querendo trabalhar ou se sacrificar para não perder tempo em uma área que achamos que não temos o dom. Pode ser também falta de vontade de trabalhar e principalmente por não querer se sacrificar. O que Nietzsche queria dizer mesmo é que tudo se aprende.
Disse Lewis Carroll: "Qualquer caminho serve quando você não sabe para onde está indo". Então, que tracemos metas, saibamos para onde ir. O navegador da vida deve saber qual é seu objetivo, para chegar a seu porto seguro. Mais uma vez, parafraseando Morfeu, o filósofo Nietzsche e o filme Gladiador: “A vida de um único homem bom, vale a luta de Roma. Já acreditamos nisso. E podemos acreditar novamente. Eu não acredito em acidentes. Eu não acredito no acaso. O acaso não existe. Quando há um escritor, um leitor e um livro a ser explorado, não vejo coincidência, eu vejo providência. Eu posso está errado, mas viver é perigoso. Que importa o andamento da vida. Que guerreiro quererá poupasse? Agora considere a alternativa: e se eu estiver certo? E se a profecia for real? E se a guerra contra a ignorância acabar no dia depois de amanhã em termos históricos? Será que não vale a pena lutar por isso? Será que não vale a pena morrer por isso?”
            Falando em Roma, esta cidade era o ideal civilizatório da Antiguidade. Quando diz a sabedoria popular que todos os caminhos levam a Roma, quer dizer que tanto a filosofia, política, ciência, arte, esporte, seja qual for o caminho que você quer trilhar, se você for bom, justo e verdadeiro, esse teu caminho te levará a esse ideal que muitos filósofos da Antiguidade lutaram. Já a outra frase que diz que quem tem boca vai a Roma, quer dizer que você tem que aprender a se virar na vida, ter jogo de cintura, como diz no Brasil, usar o jeitinho brasileiro no melhor sentido, não no sentido de desonestidade, mas um jeitinho brasileiro para, por exemplo, driblar a fome, arrumar um emprego, buscar sabedoria, e trazer não só o pão físico para esposa e filhos, mas também trazer o pão espiritual. Como disse Jesus Cristo: “Procurai primeiro as coisas do alto, e todas as outras coisas vos serão dadas por acréscimos.” Se você souber se virar na vida, vai chegar a esse ideal civilizatório.
Para muitas pessoas, a religião é a saída. Mas um ateu pode dizer: “eu posso arrumar uma saída sem precisar de religião, sendo autônomo”. Eu só posso dizer a esse ateu parabéns, e também informar que para muitas pessoas a religião é a última esperança e nem todos tem esse espírito autônomo desse ateu. Então, muitos precisam sim da religião. A religiosidade vai trazer ordem para vida, e assim, vai poder melhorar nos aspectos sociais, financeiros, familiares e etc. Por que? Por que a religião proporcionou ordem à vida dessa pessoa, e tendo a vida em ordem, ele pôde enxergar melhor, como uma águia, por isso diz na bíblia: “E sejais como uma águia!” Com o quarto em ordem, com cada coisa no seu devido lugar, se eu quiser consultar um livro de filosofia para responder a ânsia filosófica do filho adolescente, eu sei aonde encontrar as respostas, por que o quarto agora está arrumado. Mesma coisa na vida. Esse quarto, simbolicamente, é a vida da gente. E tal pessoa pode precisar passar por tal experiência religiosa, aprender algo de positivo ali. Depois de ter amadurecido, depois da religião ter lhe proporcionado ordem, essa mesma pessoa pode peneirar e saber pra onde essa religião está o levando, e se é hora de mudar de ideologia.
           Que busquemos a independência da alma. Agregado ao desenvolvimento sustentável. Pensar global, mas agir local. Que mudemos as mentes das pessoas próximas, para essas pessoas si mudarem, e assim, mudarem o mundo a seu redor. Como diz na China: “você pode matar a fome de um homem por um dia se der o peixe, mas pode matar a fome de um homem por toda a vida se o ensinar a pescar”. Às vezes, a vida nos proporciona a tomar uma decisão: independência ou morte. O que está esperando leitor? Prefere a morte do espírito? Vamos todos rumos a vida, a videira verdadeira, como dizia Jesus, e essa vida está na sabedoria. Aliais, é a busca de valores, virtudes e sabedoria que nos diferencia de todos os outros animais e nos torna racionais.
             E temos que acreditar que existe algo além do homem, o homem não é o ápice da evolução. Existe algo de eterno, onde o homem saiu do 1, da unidade, e está percorrendo toda a década pitagórica para voltar as origens, agora com a experiência de vida. É a chegada ao 10, da totalidade, a unidade, que é o 1, mais o zero, o ciclo de experiências passadas.
O existencialismo é um erro, pois a essência precede a existência, não o contrário. Por exemplo: mesmo se destruíssemos todos os triângulos do universo, ainda existirá a idéia do triângulo, por que a idéia é eterna.  E Nietzsche acreditava que existe algo além do homem, tanto que ele diz no seu Zaratustra: “E o vosso mais alto pensamento deveis ouvi-lo de mim, e é este: o homem deve ser superado.”

Autor: Victor da Silva Pinheiro